O rumo dos Correios não é definido, e o serviço continua a se deteriorar
Governo incluiu empresa em planos de privatização, nada fez, e a continuar estatal será inviável
O Globo
15/07/2020
O crescimento do comércio eletrônico na pandemia, estimado em 25% no último trimestre, expôs ainda mais as deficiências estruturais dos Correios, um serviço público com 356 anos de existência. Já foi empresa modelo em eficiência e credibilidade. Degradou-se em sucessivos loteamentos sindicais e partidários. Hoje, é uma estatal com 105 mil pessoas e 12 mil agências, que atendem a 5,5 mil municípios. Sem rumo definido e com clientes insatisfeitos.
A quantidade de reclamações e denúncias contra a empresa registradas entre março e junho no Procon do Rio é 330% superior ao volume anotado em igual período do ano passado. Como mostrou O GLOBO, de cada dez queixas, sete são por “não entrega” da encomenda e duas por “extravio”, quando o sistema de rastreamento informa que o objeto está em determinado local e isso não é real.
A empresa tem repetido que se esforça na mitigação dos problemas, com a contratação de quase dois mil terceirizados; a intensificação do trabalho em horas extras; locação de novas linhas de transporte de carga; e tratamento prioritário às encomendas originadas em transações eletrônicas. Ainda assim, entidades de defesa do consumidor, como o Procon do Rio e o Idec de São Paulo, constatam persistência no descontentamento dos usuários.
Na realidade, os Correios representam uma síntese de um ciclo de desgoverno nas empresas públicas. Teve uma nova diretoria a cada dois anos e passou por mais de uma greve anual, durante a última década.
O loteamento sindical e partidário levou essa empresa pública e seu fundo de pensão, Postalis, ao centro de uma série de casos de corrupção.
Um flagrante de pagamento de propina numa diretoria ilustrou o mensalão — compra de maioria parlamentar no primeiro governo Lula. Na sequência, revelaram-se fraudes no fundo de pensão Postalis. Numa delas, pagou-se US$ 120 milhões na compra de títulos cujo valor de face somava US$ 41 milhões. O negócio com sobrepreço de US$ 79 milhões (191%) ocorreu num fundo cujo único cotista era o Postalis. Parte dos papéis estava lastreada em títulos do governo da Venezuela e da sua estatal de petróleo, a PDVSA. Valiam tanto quanto pó.
A receita dos Correios é de R$ 18 bilhões ao ano. Dois terços são consumidos em pessoal e menos de 3% investidos no negócio. Encerrou 2019 com lucro de R$ 102 milhões.
Planos para a privatização têm sido anunciados, mas persiste o impasse. O governo Jair Bolsonaro precisa definir o rumo dos Correios.
Correios lançam selos com temática de ações de combate à Covid-19
São seis selos sobre meios de comunicação, principais sintomas da Covid-19, serviços essenciais, profissionais da saúde, ciência e tecnologia e unidades de terapia intensiva
Governo do Brasil
09/07/2020
Para homenagear os trabalhos de combate à pandemia do novo coronavírus, os Correios lançaram, nessa quarta-feira (8), um bloco de seis selos com o tema. A emissão faz parte de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A divulgação aconteceu também pelos canais oficiais dos Correios nas redes sociais.
A emissão tem tiragem de 60 mil blocos, com valor de R$ 12,30 (R$ 2,05 cada selo), e estará disponível nas principais agências de todo o País e também na loja virtual dos Correios.
Temas
Os selos são ilustrados por detalhe dos elementos que compõem os seis tópicos abordados: meios de comunicação, principais sintomas da Covid-19, serviços essenciais, profissionais da saúde, ciência e tecnologia e unidades de terapia intensiva. Para este trabalho, foi utilizada técnica de ilustração vetorial.
A arte dos selos é do artista Alan Magalhães e apresenta o mapa-mundi aplicado em fundo azul e verde, cores que remetem calma e esperança. Elementos figurativos na forma do vírus, frases motivacionais e outros pictogramas, complementando recomendações e prevenções, compõem a vinheta.
Serviço Essencial
Os Correios estão acompanhando a situação de saúde dos seus empregados, clientes e fornecedores, prestando o apoio necessário e, também, atuando para garantir o bom funcionamento das atividades operacionais. Além de intensificar as orientações quanto aos cuidados básicos de higiene e procedimentos de limpeza dos ambientes e equipamentos, a empresa oferece a todos os empregados álcool em gel e máscaras laváveis. Foram instalados, ainda, painéis de acrílico em mais de 5 mil guichês de atendimento.
Dessa forma, a estatal tem garantido a prestação dos serviços postais, considerados essenciais pelo Decreto nº 10.282/2020 da Presidência da República, reduzindo as distâncias e apoiando a população, neste momento de adversidade e adaptação de todos os setores da sociedade.
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Em momentos como esse que o mundo vive é que instituições públicas como os Correios mostram seu real valor, ficando ao lado da população e ajudando a superar as dificuldades. Os Correios não fogem ao chamado e cumprem seu papel público, integrando o país de ponta a ponta.Correios, há 357 anos Essencial!
#todospeloscorreios
Direção Nacional da ADCAP.