Presidente dos Correios destaca ecommerce como “salvação de negócios”
12/11/2020
Valor
Em encontro de comércio exterior, Floriano Peixoto não citou em nenhum momento proposta de privatização da empresa
O presidente dos Correios, Floriano Peixoto Vieira Neto, destacou nesta quintafeira a importância da internet para a sobrevivência dos negócios das empresas no país, em meio à crise na economia causada pelo avanço da covid19, em meados de março.
Em participação nesta manhã na 39ª Edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Vieira Neto comentou a expansão das vendas digitais, com o e-commerce “crescendo a ritmo
acelerado”, devido às restrições sociais originadas pela pandemia.
Mesmo com efeitos negativos da crise, observou ele, a migração para o comércio eletrônico “representou salvação e oportunidades para negócios no país”, no entendimento do executivo, até mesmo com entrada em nichos do comércio internacional, pontuou.
Vieira Neto comentou, ainda, sobre intenção de investimentos na modernização de oferta de serviços dos Correios, para facilitar negócios dos exportadores.
Em nenhum momento de sua fala, no evento, o executivo mencionou a proposta de privatização dos Correios, já veiculada por diferentes integrantes da gestão de Jair Bolsonaro. Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, citou a estatal entre as quatro empresas que deverão estar privatizadas até o fim do ano que vem.
Em nota enviada após a publicação deste texto, os Correios esclarecem que o evento da AEB discutia comércio exterior e, por isso, as falas dos participantes abordaram temas relacionados a esse assunto. Acrescentam que “qualquer posicionamento sobre processos de desestatização deve ser emitido pelo órgão responsável, ou seja, a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos/Ministério da Economia, em conjunto com o Ministério das Comunicações”. Por Gabriel Vasconcelos
e Alessandra Saraiva, Valor — Rio.
Sem argumentos para justificar privatizações, ministro agora recorre à hiperinflação
Correio Braziliense
12/11/2020
“Os brasileiros não podem ver seu patrimônio vendido a preço vil para empresas estrangeiras, enriquecendo banqueiros e intermediários à custa do empobrecimento da população e da piora nos serviços. Chega de apagões!”
Marcos César Alves Silva*
Incapaz de justificar sua intenção de privatizar estatais, o ministro da Economia agora tira da cartola o argumento de risco de hiperinflação. Já acostumado às declarações espalhafatosas e desencontradas do ministro, o mercado não deu atenção e seguiu seu rumo.
Com relação à temática das privatizações, o ministro continua incluindo os Correios no rol de estatais a serem privatizadas, apesar de não haver nenhum estudo que aponte razões ou a necessidade desse movimento. Pelo contrário, o que a última experiência de privatização de correio ocorrida no mundo indica é que a população acaba penalizada, com aumento de preços e precarização do atendimento. Não é à toa que os portugueses estão cobrando do governo a renacionalização de seu correio.
Insistir na aceleração da privatização dos Correios é um duplo erro do governo, pois estamos num momento em que, por um lado, falta dinheiro no mercado, e por outro se abrem boas perspectivas para a Empresa com o crescimento do e-commerce, por exemplo. Muito mais consistente seria aproveitar a infraestrutura dos Correios para apoiar as pequenas e médias empresas que precisam migrar para o comércio eletrônico e utilizar a capilaridade da Empresa para levar serviços públicos para mais perto dos cidadãos.
Os brasileiros não podem ver seu patrimônio vendido a preço vil para empresas estrangeiras, enriquecendo banqueiros e intermediários à custa do empobrecimento da população e da piora nos serviços. Chega de apagões!
*Marcos César Alves Silva – Vice-presidente da Associação dos
Profissionais dos Correios (ADCAP)
Direção Nacional da ADCAP.