População acumula queixas contra serviços dos Correios em Alagoas

 

Globo.com
28/04/2013

As reclamações acerca dos serviços oferecidos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos têm virado uma constante entre os alagoanos. “Em um ano tive minhas encomendas extraviadas três vezes. Escrevi meu endereço certo, com CEP correto, mas o produto não chegou”, relata Soraya Santos que teve alguns prejuízos por causa do desserviço dos Correios.

A empresária conta que compra produtos dos Estados Unidos e de Portugal e além do extravio, ela sofreu com a encomenda retida para investigação na Polícia Federal. “Meus objetos demoraram a chegar e depois de um tempo recebi um comunicado solicitando minha presença na central de distribuição. Além do prejuízo, passei constrangimento de ter que ir lá só para liberar a encomenda”, diz a empresária.

O estudante de jornalismo, Felipe Oliveira, 19, cansou de esperar por um samartphone que comprou pela internet. O produto foi extraviado por duas vezes e depois de três meses aguardando, cancelou o pedido. “Eu não aguentava mais. É uma falta de respeito dos Correios, que não dá nenhuma resposta”, reclama Felipe.

Uma situação inusitada, mas que aconteceu duas vezes com o funcionário público Bruno Nunes. Ele diz que recebeu o produto em casa e o site dos Correios ainda apontava que a encomenda estava em outro Estado. “É a segunda vez que isso acontece. Não dá pra confiar no site. A ideia é acompanhar em tempo real o andamento do pedido, mas isso não acontece”, ressalta.

Em um universo de 350 mil objetos que circulam por mês em Alagoas, os Correios consideram que o número de extravio de encomendas é pequeno e, por isso, não é feito um levantamento dessa estatística.

Segundo o gerente de operações dos Correios, Antônio Richarles Sampaio, a empresa sofre com o número de assaltos às cargas. “Só este ano tivemos cinco assaltos a carros que iam para o interior, além de um caminhão que trazia carga nacional”. Essa contabilidade não somava o assalto a um outro carro dos Correios ocorrido na manhã do último sábado (27).

De acordo com a polícia, dois homens em um carro modelo Agile renderam o motorista Vanildo Barbosa Graça, 50, que estava a serviço dos Correios. Um dos suspeitos vestiu a farda do motorista e se disfarçou de funcionário da empresa para que nenhuma possível testemunha desconfiasse da ação. Ainda na rua, os suspeitos abriram o carro do Sedex e levaram vários pacotes de mercadorias e abandonaram o veículo no local. A polícia não conseguiu prender nenhum suspeito ou recuperar as mercadorias roubadas.

Sampaio ressalta que os assaltos acontecem também aos carteiros que estão nas ruas. Só em 2013, oito funcionários tiveram suas bolsas com as correspondência dos alagoanos roubadas. “É um número alto. E isso acontece em todo o país. Nós também precisamos de mais segurança”, ressalta.

Sobre a demora na entrega de correspondências, Sampaio informa que isso não é comum e que apenas acontece quando há greve dos Correios ou quando há algum erro no endereço do destinatário.

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