Setor de entrega de cartas é o mais prejudicado por greve, dizem Correios

G1.com
11/02/2014 


Por causa da greve nos Correios, já há correspondências atrasadas. Só na região da Grande Florianópolis, cerca de 250 mil cartas deixaram de ser distribuídas nos últimos dias, segundo a diretoria da empresa. Já os Sedex e telegramas estão em dia. Pelos cálculos da instituição, 4% dos trabalhadores aderiram à greve e 97% desse total são carteiros. Por isso o setor de entrega está sendo o mais prejudicado.


A greve dos trabalhadores dos Correios começou no dia 30 de janeiro e ainda não tem data para terminar. O caso está nas mãos do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que deve agendar uma audiência nos próximos dias.O diretor da regional da Grande Florianópolis, Paulo Oliveira de Andrade, disse que, para tentar regularizar a situação, foi preciso acionar alguns funcionários de setores administrativos. “Fizemos um mutirão de entrega no fim de semana em Florianópolis e São José e vamos repetir a ação no próximo fim de semana. Assim, talvez seja possível colocar a demanda em dia”.
 


A grande preocupação dos moradores da capital agora é com os carnês do Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) que ainda não chegaram nas casas. A Prefeitura de Florianópolis havia informado que fez um contrato com os Correios para começar a entregar os carnês nesta quarta-feira (12).


O diretor regional dos Correios confirmou a informação, mas o problema é que o executivo ainda não fez as postagens. “Combinamos com a prefeitura que teríamos um prazo de 10 dias após as portagens para começar a distribuição dos carnês e, por enquanto, não recebemos nada”, comentou Paulo de Oliveira Andrade. A Secretaria de Comunicação da prefeitura informou que o executivo está aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que está analisando o processo de constitucionalidade da lei que permitiu o aumento do imposto.


Reivindicações


Os grevistas questionam o novo plano de saúde proposto pelos Correios, o Postal Saúde. Reclamam que terão de pagar uma mensalidade e 70% do serviço, como consultas e exames, além da restrição de dependentes a filhos e cônjuge. O plano foi estabelecido de forma experimental desde janeiro. 


A instituição diz que está cumprindo o que foi definido pelo TST e que todos os benefícios estão garantidos. O diretor regional ainda ressaltou que não houve alteração nos valores cobrados, como dizem os funcionários. “O que mudou foi a gestão do plano, antes era o RH dos Correios que administrava e agora montamos um setor só para cuidar desse assunto”, disse Andrade. Os Correios discordam da greve, que dizem não representar a vontade da maioria dos funcionários, e afirma que têm feito reuniões mensais com os representantes dos trabalhadores em mesas de negociação.
 

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