Folha SP
04/10/2013
Em evento com a presidente Dilma Rousseff, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) foi vaiado por funcionários dos Correios nesta sexta-feira (4), em Campo Mourão (noroeste do Paraná).
Os trabalhadores da estatal, subordinada ao ministério, estão em greve há 17 dias. Eles reivindicam aumento real de 15% e reclamam de “intransigência” da empresa, que diz só poder oferecer 8% de reajuste.
Bernardo, que foi ao evento mas não discursou, foi vaiado ao ser mencionado pela presidente, que entregava 179 máquinas a prefeituras do Paraná, entre retroescavadeiras, caminhões-caçamba e motoniveladoras.
Um grupo de cerca de 30 carteiros, uniformizados, além de vaiar o ministro, levantou os braços em forma de protesto e gritava frases como “escuta nós” e “vamos conversar”.
Dilma saiu em defesa de Bernardo. “Eu vou pedir para vocês não vaiarem o Paulo Bernardo, mas vocês não me vaiem, hein?”, afirmou. A presidente teve seu pedido atendido.
“Eu sempre apoio uma manifestação. Mas eu estou pedindo [para cessarem as vaias] porque nós estamos aqui num momento de confraternização”, disse Dilma.
“É legítimo o pleito de vocês; nós vivemos numa democracia. Todo mundo tem o direito de pleitear. Eu não estou tirando a razão. Mas um abraço para todos vocês.” A presidente foi aplaudida.
O governador Beto Richa (PSDB), que discursou antes de Dilma, também foi vaiado ao ser anunciado. Durante sua fala, porém, não houve novas manifestações. A petista não fez referência a esse episódio em seu discurso.