Bradesco estima calote entre 3,6% e 3,7% em 2013

 

Valor Econômico
24/10/2012  

O Bradesco estimou ontem que a taxa de inadimplência do ano que vem pode ficar entre 3,6% e 3,7%, nível semelhante ao observado nos melhores meses de 2011. O banco informou que a taxa deve fechar este ano próxima de 4%.

A avaliação foi feita em teleconferência com analistas por Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo da instituição. O executivo, porém, deixou claro que o “guidance” oficial para o ano que vem não está pronto.

Ele também defendeu que não há problema de alavancagem nas famílias brasileiras e que 2013 trará um crescimento melhor em linhas de financiamento ao consumo.

Angelotti afirmou que o efeito da queda da inadimplência deve se manifestar, ainda que com algum atraso, na diminuição de despesas com créditos baixados como prejuízo.

Na apresentação, o Bradesco também afirmou que pode conseguir reter até 90% dos clientes conquistados com o Banco Postal, o correspondente bancário instalado em agências dos Correios. No fim do ano passado, o Bradesco completou cerca de oito anos administrando o Banco Postal, que a partir do começo de 2012 passou a ser administrado pelo Banco do Brasil, que venceu licitação em 2011.

Angelotti disse que o banco trabalhava com uma estimativa inicial de perder até 25% da base clientes do Postal, mas que o nível de retenção superou a previsão, podendo chegar a até 90%. Para compensar a perda do Banco Postal, a instituição abriu cerca de mil agências em regiões consideradas de maior potencial.

O executivo voltou a reforçar que o Bradesco tem pacotes “competitivos” de tarifas bancárias. “Entendemos que provavelmente não temos que rever tarifas de nossos serviços”, afirmou. Na semana passada, o Itaú Unibanco reduziu tarifas de serviços bancários, seguindo movimento iniciado por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Perguntado sobre possíveis reduções nos juros de cheque especial, Angelotti afirmou que o banco já possui ofertas mais competitivas na modalidade, desde que os clientes façam parte de determinado pacote de tarifas. Sobre spreads, ele disse que o banco vem tentando manter as margens do crédito corporativo, em que enxerga pouco espaço para novas reduções de juros.

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