Globo.com G1
12/08/2014
As queixas contra serviços dos Correios aumentaram 73,5% durante o primeiro semestre deste ano, em Campinas (SP), segundo levantamento do Procon. De janeiro a junho, o órgão de defesa do consumidor recebeu 59 reclamações, contra 34 no mesmo período do ano passado.
Entre os principais problemas relatados por consumidores ao órgão de defesa estão o extravio de correspondências e mercadorias, além de má qualidade no atendimento feito pela empresa pública federal. A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou junto aos Correios que as agências no interior de São Paulo receberam 234 mil queixas no primeiro semestre – 97% delas por falhas nas entregas.
A orientação do Procon é para que os clientes exijam comprovantes para contestar possíveis problemas no processo de logística, seja durante entrega ou recepção dos produtos. “É importante que o consumidor peça o recibo quando postar alguma carta […] Se houve uma má prestação de serviço, ela pode pedir restituição do valor junto ao Procon. Se isso fugir da nossa esfera, é preciso buscar o Judiciário e apurar eventuais danos decorrentes dessa postagem ou entrega não feita”, explicou o assessor da diretoria do órgão, Francisco José Togni.
Violência
A reincidência de assaltos motivou duas interrupções de entregas em áreas consideradas de risco em Campinas, entre dezembro de 2013 e a primeira quinzena de janeiro. A medida determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho estava atrelada à garantia de segurança dos funcionários. Embora o serviço tenha sido retomado após a implantação de escolta nos veículos, moradores ainda reclamam de falhas nas entregas em algumas regiões da cidade.
O empresário Ricardo Benevido conta que o bairro onde ele possui uma confecção de roupas não recebe encomendas há pelo menos um ano. Para reduzir o prejuízo, ele admite que mudou de estratégia para viabilizar o negócio. “Não conto com o serviço, não peço nada aos Correios e também não envio. Nós temos parceria com transportadora ou reunimos o que for preciso e vamos pessoalmente buscar”, explicou.
Procurada pela EPTV, a assessoria de imprensa dos Correios informou que a greve de funcionários no início deste ano gerou aumento do número de queixas contra a empresa. A paralisação dos trabalhadores, entre fevereiro e março, durou 42 dias.