Postalis: mais um esclarecimento

Blog O Consultor Financeiro

07/08/2014

 

Nos último 13 meses, o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, publicou nove notas de esclarecimento a respeito de reportagens que trataram da carteira de investimentos da instituição.

 

As explicações abordaram temas como investimentos nos bancos BVA e Cruzeiro do Sul, participação no projeto de formação de uma nova bolsa, aplicações nas empresas do Grupo X, relacionamento com as empresas de gestão de recursos DTW e Atlântica e, mais recentemente, esclarecimentos sobre perdas com títulos da Argentina.

 

Seria um assunto restrito aos administradores do fundo e aos participantes do plano de previdência caso o benefício de aposentadoria dos funcionários não fosse garantido pelos Correios, uma empresa estatal. Na hipótese de os ativos do Postalis não serem suficientes para pagar as aposentadorias, a conta irá para o Tesouro Nacional.

 

Hoje, o fundo tem um déficit de cerca de R$ 1 bilhão. É a diferença entre o valor presente das obrigações futuras com o pagamento dos benefícios dos empregados e o valor de mercado das aplicações financeiras.

 

Segundo os esclarecimentos do Postalis, esse déficit não tem relação com os riscos dos investimentos discutidos nas reportagens.

 

Com a queda das taxas de juros reais (acima da inflação) no mercado local, o valor presente dos compromissos assumidos pelos fundos de pensão brasileiros subiu. A outra face da moeda é que a rentabilidade das aplicações financeiras caiu, em relação à inflação. Foi essa a razão do déficit.

 

É preciso, portanto, buscar uma solução para operar nesse novo ambiente econômico.

 

Talvez a diretoria do Postalis pudesse se inspirar nos ensinamentos de Warren Buffett, considerado o investidor mais bem sucedido do mundo.

 

Segundo o Buffett, a regra número um para ter sucesso na gestão de recursos financeiros é não perder dinheiro. E a regra número dois é sempre se lembrar da regra número um.

 

Agindo dessa forma, os administradores da Postalis poderiam, no mínimo, economizar nas notas de esclarecimento. E os contribuintes brasileiros poderiam dormir um pouco mais tranquilos, sabendo que os funcionários dos Correios estariam com as aposentadorias garantidas.

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