Nova Política para Alocar, Reter e Valorizar Empregados no Exercício de Funções Gerenciais e Técnicas

Alguns associados têm manifestado preocupação com a nova política para alocar, reter e valorizar empregados no exercício de funções gerenciais e técnicas recentemente divulgada pela VIGEP. Não estranhamos a preocupação dos associados, já que, em 26/01/2011, vivenciamos um golpe vergonhoso à meritocracia na empresa, com a súbita mudança das regras para designação, dispensa e substituição de função, com consequente alteração do módulo 34 do MANPES. Tal mudança teve o objetivo único de promover o aparelhamento político-partidário da Empresa e, lamentavelmente, obteve êxito.

 

Agora nos deparamos como uma nova alteração que nos deixa novamente apreensivos, ainda mais que tal política anunciada não foi debatida com as representações dos trabalhadores e parece,  inicialmente,  algo feito principalmente para salvar os companheiros que foram colocados em posição de gestão por indicação política. E a preocupação se agrava quando percebemos que a implantação dessa nova política chega de forma surpreendente e simultaneamente a uma reestruturação da Empresa.

 

A ADCAP tomou conhecimento da política na mesma ocasião que os demais trabalhadores, por meio da divulgação oficial da Empresa. A partir de então, a ADCAP tem recebido inúmeras demandas dos associados de todo o Brasil e também de quem não é associado, bem como tem procurado compreender essa nova política  política. Até o momento percebemos possivelmente nessa proposta elementar alguns avanços, mas também muitos riscos, como comentaremos a seguir.

 

Avanços

 

– Sugere, em princípio,  uma tendência a hierarquização de Funções – em nosso entendimento fórmula salutar para assegurar que as pessoas se desenvolvam progressivamente na Empresa, evitando-se grandes saltos na carreira, os quais, em muitos casos, não estão atrelados às competências, habilidades ou desempenhos, mas sim ao alinhamento político-partidário;

 

– Indica alguma dificuldade para a retirada aleatória dos empregados técnicos que hoje ainda ocupam uma função;

 

– Indica alguma dificuldade para designação de empregados sem um histórico mínimo de função;

 

– Elimina designações dentro da “excepcionalidade”.

 

Riscos

 

– Maior dificuldade para substituição de pessoas politicamente indicadas que se encontram, atualmente, em funções;

 

– Poderá garantir a estas pessoas politicamente indicadas uma favorável pontuação no novo critério Exercício em Nível de Função – TNF, quando da possível indicação para uma função superior;

 

– A política de realocação de gestores dispensados por motivo de dois desempenhos negativos no GCR pode sugerir um privilégio ao mau desempenho;

 

– Subjetividade perigosa do motivo para dispensa da função por “prerrogativa do gestor, quando o mesmo entender que a substituição gerará ganhos para o desempenho da função”;

 

– A implantação simultânea a uma reestruturação, dependendo da forma como essa última transcorrer, pode significar redução de remuneração para inúmeros trabalhadores que hoje exercem funções de confiança, assim como a   possibilidade de ampliação da quantidade de funções a serem ocupadas por pessoas de fora da empresa;

 

Pelo histórico de falta de transparência, de ausência de diálogo e de prejuízos ao quadro próprio da Empresa, a ADCAP tem declarado que não confia na direção da Área de Gestão de Pessoas.  Assim, estará atenta à implantação da nova política e não hesitará em denunciar na Justiça do Trabalho e em outros fóruns, se houver utilização das novas regras para beneficiar indicados políticos ou para lesar a coletividade de trabalhadores da Empresa.

 

A ADCAP entende que, quando a Empresa elencou entre seus valores a meritocracia, visava, entre outras coisas, ter regras justas para a alocação de pessoal em funções, o que, lamentavelmente, não estamos tendo.

 

A ADCAP entende que uma empresa deva evoluir com o tempo. Isso, porém, tem que acontecer com a participação dos trabalhadores e com melhorias de condições de trabalho para todos.  Qualquer coisa diferente disso receberá as críticas e naturalmente as reações da associação. Também estamos dispostos a atuar em conjunto com os sindicatos, para a preservação dos empregos dos trabalhadores ecetistas e da própria Empresa pois, apesar de muitos sindicatos terem fechado os olhos e até contribuído com os desmandos oriundos da VIGEP e da própria diretoria da empresa, acreditamos que muitos outros já perceberam que o modelo implantado não funciona e tem causado imensos prejuízos (alguns irreparáveis) à ECT e, consequentemente, aos seus trabalhadores. 

 

O momento é de união e defesa dos Correios.

 

 
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.

 

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