Funcionários dos Correios fazem greve parcial

O Estado de S. Paulo
13/09/2013

Terminou em impasse ontem uma reunião entre os Correios e representantes dos trabalhadores da empresa para negociar a volta ao trabalho dos funcionários que permanecem em greve. A direção da empresa considerou “impraticáveis” as demandas dos sindicalistas, que esperam a adesão de novos Estados ainda hoje e apostam em greve nacional a partir de terça-feira.

Os funcionários pedem reajuste de 20%, manutenção do plano de saúde, vale-alimentação e reembolso creche.

Na semana passada, os Correios apresentaram uma proposta de aumento de 5,27%. Cruzaram os braços trabalhadores dos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins e Rondônia, além de Bauru e da Grande São Paulo. Sindicatos de Pernambuco, Paraíba, São José do Rio Preto e Santos tinham assembleia marcada para ontem à noite, com o intuito de decidir se continuam trabalhando ou não.

“O pessoal que faz mais a adesão é operacional”, afirmou José Rivaldo da Silva, secretário de Finanças da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect). “Não existe a possibilidade de manter um porcentual trabalhando porque a empresa é muito grande e continua funcionando”. Em nota, a direção dos Correios informou que 93,3% dos funcionários compareceram ao trabalho ontem, um efetivo de 116.165 pessoas. Os dados foram coletados, segundo a empresa, no sistema de ponto. A estatal disse, ainda, que o impacto do reajuste pretendido pelos sindicatos equivale ao pagamento de 50 meses de salário de todos os funcionários: R$31,4bilhões.

“Entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores dos Correios foi de 36,91%, acima da inflação do período”, diz a nota. “Hoje, a empresa paga em média uma remuneração de R$ 2.149,72 aos carteiros (…). A ECT destina atualmente 65% de sua receita de vendas ao pagamento dos salários, benefícios e encargos. ” A Calculadora do Cidadão, mantida pelo Banco Centrai na internet, mostra que o índice oficial de inflação do País variou. 76,6% entre 2003 e 2012.

Atrasos. Segundo os Correios, a paralisação pode provocar atrasos nos serviços de Sedex, e-Sedex, PAC e malote quando originários das localidades onde há greve. Já os serviços de Sedex 10, Sedex 12, Sedex hoje, e-Sedex prioritário, e-Sedex Express e Sedex Mundi, além do disque coleta e da logística reversa domiciliária estão suspensos quando a origem ou o destino forem os locais afetados pela ação dos sindicatos.

A estatal informou ainda que, para garantir a prestação de serviços à população, será aplicado o Plano de Continuidade de Negócios, que inclui ações como deslocamento de empregados entre as unidades, contratações temporárias, realização de horas extras e mutirões para entrega nos fins de semana. “Devido à adesão de alguns funcionários à paralisação, os que não aderiram realizam hora extra de for; ma a dar vazão à carga postal”, afirma a empresa. Algumas das ações já estão em prática, como deslocamento de efetivo entre unidades. Já a contratação de temporários ainda não começou. “Os Correios irão fazer divulgações diárias sobre a prestação de serviço, de forma a manter a população orientada.”

Perguntas & respostas

Atrasos nos Correios

1 – O que fazer caso boletos e faturas não cheguem?

O Idec recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa credora e solicite outra forma de pagamento, como emissão de segunda via pelo site e envio por fax ou e-mail. Ele não deve esperar o vencimento e, posteriormente, justificar a falta de pagamento.

2 – E outros serviços, como encomendas e Sedex?

O consumidor pode solicitar ressarcimento por eventuais prejuízos. A queixa deve ser feita no Procon. Em caso de dúvidas, os clientes podem entrar em contato com os Correios: 3003-0100 (capitais) e 0800 -725 7282.

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