E-mail nacional terá duas versões: uma para governo e empresas e outra para o público

Folha SP
15/10/2013


O projeto inicial do governo para criação de um serviço de e-mail brasileiro foi desmembrado. Existem agora duas versões em andamento: uma para atender ao governo e outra para a população.


Conforme antecipado pela Folha, o plano é criar uma alternativa para os populares Outlook e Hotmail, da Microsoft e Gmail, do Google.


O produto mais elaborado, com foco na administração pública, está em fase de testes e ficará oficialmente pronto em novembro.


Trata-se da evolução do Expresso, programa já utilizado por alguns órgãos públicos, como a Presidência, e também oferecido à empresas privadas que queiram comprar essa tecnologia.


Segundo a Folha apurou, o governo decidiu separar esse projeto -que possui ferramentas bastante elaboradas e caras- do modelo popular de e-mail nacional, para atender o público e às empresas que não estejam dispostas a pagar pelo serviço.


Esse ‘e-mail popular’ está ainda em fase de formatação pelo Serpro e pelos Correios e só deve ficar pronto em meados de fevereiro de 2014.


SIMPLIFICAÇÃO


Até lá, as duas organizações vêm realizando encontros para discutir o modelo que será adotado e as ferramentas que estarão incluídas no programa. O Ministério das Comunicações vem fazendo a intermediação dessas conversas.


Neste momento, a discussão gira em torno das ferramentas que serão mantidas e as que serão retiradas para se chegar ao modelo popular.


A criptografia e a certificação digital, por exemplo, são algumas das opções que podem ficar de fora.


Por meio da criptografia, os textos são transformadas em códigos durante o envio do e-mail. Assim, se houver a interceptação da mensagem em transito, ela ficará incompreensível, dificultando a espionagem.


Já no sistema de certificação digital, o usuário precisa utilizar uma espécie de pendrive para ter acesso ao e-mail. Desta forma, a autoria das mensagens fica comprovada, já que o dono da conta é o único que terá acesso à senha e à chave de certificação digital.


Segundo a Folha apurou no Ministério das Comunicações, mesmo sem essas duas ferramentas, o governo acredita que o e-mail nacional ainda se manterá atrativo e conquistará adeptos, uma vez que a cláusula contratual não irá prever que o sigilo das informações pode ser quebrado caso o administrador julgue necessário.


Nos programas de e-mails estrangeiros, o contrato com os usuários deixa claro que, em casos específicos, considerados necessários e em que a empresa julgar ser de boa-fé, o conteúdo do usuário pode ser acessado ou divulgado sem limitações.


Além disso, o armazenamento de dados será feito no Brasil, o que dificultaria espionagem por outros países.


Quando pronta, a versão popular do e-mail nacional será comercializada pelos Correios em todo país.

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