G1
08/01/2015
Moradores da região de Campinas (SP) reclamam dos atrasos constantes nas entregas dos Correios. Segundo o sindicato da categoria, o problema foi agravado com a demissão de 432 funcionários após o fim do contrato com uma empresa terceirizada, além de um déficit de aproximadamente mil trabalhadores.
As correspondências acumularam e o aposentado Osvaldo dos Santos teve que ir retirá-las diretamente na agência dos Correios em Monte Mor (SP) para evitar atraso nos pagamentos. “Todas as correspondências do mês chegam até o dia 5 e desta vez não chegou no tempo hábil. Já tem mensalidade que vai vencer dia 9 de janeiro e hoje é 8”, explica.
Mesmo problema enfrentado pela advogada Priscila Cremonesi, moradora do Jardim Nova Europa, em Campinas. Para driblar a falta de entrega das correspondências, ela está fazendo os pagamentos pela internet. “O Correio não tem uma normalidade de entrega no nosso bairro. As contas vencem e não recebemos. A gente precisa ficar de olho quando a conta está vencendo para tirar uma segunda via na internet para conseguir pagar”, explica.
A advogada afirma ainda que mandou um email para os Correios e a resposta recebida era de que o problema na entrega era um caso isolado. Ela conta que também ligou várias vezes para o órgão para reclamar. “Eles dizem que aqui no bairro não tem um carteiro específico e por isso, estão trabalhando em regime de mutirão. Por isso, que as entregas não estão normalizadas. Eles admitem falta de funcionários há cerca de três meses”, ressalta.
Déficit
Segundo o diretor do sindicato dos funcionários dos Correios, José Ivaldo da Silva, falta funcionário há alguns anos. No entanto, ele destaca que neste mês a situação piorou porque terceirizados foram demitidos. Só na Região Metropolitana de Campinas são 432 trabalhadores a menos. “Só em Campinas são 12 unidades que estão sofrendo com esse tipo de problema. Dez funcionários a menos por unidade, em média, porque tem unidade que falta muito mais”, destaca.
O sindicato afirmou que na região há um déficit de aproximadamente mil funcionários. Por meio da assessoria de imprensa, os Correios informaram que no dia 31 de dezembro de 2014 foi encerrado o contrato com a fornecedora de trabalhadores temporários na RMC. De acordo com a nota enviada ao G1, atuavam 247 profissionais e não 450, como informou o sindicato. A empresa nega que o déficit na RMC seja de mil profissionais. Segundo o órgão, em 2011 foram contratados cerca de 200 para Campinas e região e que a entregas neste mês de janeiro têm o apoio de empregados de outras cidades.
Sobre em áreas de risco, os Correios apontam que elas são feitas em prazos diferenciados e até de forma interna, ou seja, o consumidor recebe um aviso e tem que se dirigir a uma unidade para receber a encomenda com hora marcada. As entregas de correspondência são feitas normalmente nestes locais, mas em alguns locais não diariamente.