Heróis desprotegidos
Correio Braziliense
21/04/2020
21/04/2020
“A sociedade poderia até prover as máscaras para os carteiros, policiais e médicos. Mas essa obrigação é do governo, que deveria colocar isso no topo de suas prioridades em vez de tentar minimizar a pandemia”
Marcos César Alves*
Hoje recebi em casa uma encomenda entregue por um carteiro que estava com uma blusa enrolada em seu rosto para fazer a vez da máscara que não dispunha. Ele seguia fazendo seu trabalho apesar de os Correios não terem ainda lhe fornecido a indispensável máscara.
Na imprensa, os Correios anunciam que adquiriram milhares de máscaras, as quais serão logo distribuídas aos carteiros. Mas o fato é que, até hoje (20/04), um carteiro que trabalha na capital do país tem que se virar para buscar o mínimo de proteção para desenvolver a atividade essencial que lhe é atribuída.
A situação é ainda mais grave com o pessoal que trabalha na saúde, que são os mais expostos a riscos de contaminação. Para esses, não deveria faltar nenhum equipamento de proteção, mas falta.
Para os policiais também tais equipamentos precisariam estar sempre disponíveis e serem devidamente utilizados. O que vemos, porém, são policiais desprovidos de máscaras Brasil afora.
E o que faz o Estado para proteger essas pessoas que continuam trabalhando para que as demais possam desfrutar de saúde, conforto e segurança? Muito pouco.
Em vez de consumir tempo precioso em atividades da mais baixa política, o governo deveria estar integralmente focado em salvar a vida das pessoas, começando pelas desses heróis, indispensáveis para os demais nesse momento crítico.
O reconhecimento da sociedade, com as reiteradas homenagens a esses e outros profissionais que estão em campo para facilitar a vida dos demais, precisa chegar ao governo e se transformar em apoio concreto.
A sociedade poderia até prover as máscaras para os carteiros, policiais e médicos. Mas essa obrigação é do governo, que deveria colocar isso no topo de suas prioridades em vez de tentar minimizar a pandemia.
Cuidar do essencial deveria ser o mais importante, em qualquer lugar e no Brasil de hoje também..
*Marcos César Alves – vice-presidente da ADCAP
CTT passam a vender máscaras e gel desinfetante a partir de hoje
Os CTT passam a comercializar pack de seis máscaras cirúrgicas, pelo preço de dez euros, e gel desinfetante com 70% de álcool (embalagem de 100 ml), por cinco.
Sapo
21/04/2020
21/04/2020
As lojas dos CTT – Correios de Portugal começaram a vender esta terça-feira máscaras e gel desinfetante. Em comunicado enviado às redações, os CTT confirmam que estes produtos passam a estar disponíveis nas suas lojas e em todo o território nacional.
Tendo em conta o atual contexto de pandemia por Covid-19 em que vivemos, e tendo em conta a preocupação com a segurança e bem-estar dos clientes, os CTT estão a comercializar estes produtos na sua rede de retalho, procurando que os cidadãos se desloquem o menos possível na compra de bens essenciais”, refere a nota.
Os CTT passam a comercializar máscaras cirúrgicas com certificação ASTM nível 2, de acordo com a diretiva da União Europeia e com embalamento próprio (por 10 euros o pack de seis unidades). Estará também disponível gel desinfetante com 70% de álcool (cinco euros uma embalagem de 100 ml), cuja fórmula está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Direção Nacional da ADCAP.