Governo avalia emissão de carteiras de trabalho em agências dos Correios, informa ministério
Globo.com
21/08/2018
Ministério do Trabalho informou nesta terça-feira (21) que está em discussão um acordo para disponibilizar aos brasileiros o serviço de emissão de carteira de trabalho em agências dos Correios espalhadas pelo país. O objetivo do acordo com os Correios, informou o governo, seria ampliar a rede de atendimento para a população.
Atualmente, o documento pode ser expedido em toda a rede de atendimento do Ministério do Trabalho (postos do Sine, gerências regionais e superintendências do Trabalho nos estados).
“O acordo com os Correios tem o objetivo de permitir que todos os trabalhadores brasileiros, notadamente os que vivem nos municípios mais distantes dos grandes centros, tenham acesso ao documento”, informou o ministério por meio de nota.
O governo afirmou ainda que a emissão do documento continuará sendo gratuita. As taxas para entrega da carteira, de acordo com o comunicado, serão bancadas pelo próprio Ministério do Trabalho.
“O ministério já decidiu, por determinação do ministro Caio Vieira de Mello, que a taxa de conveniência pela entrega do documento expedido pelos Correios – um dos pontos em discussão no acordo entre o ministério e o órgão – será custeada pela pasta. O custo do serviço ainda está sendo avaliado”, diz outro trecho do comunicado divulgado nesta terça.
O cabidão dos Correios
O Antagonista
20.08.18
Em 2017, segundo a Melhores&Maiores da revista Exame, a empresa que mais empregou foram os Correios, com quase 108.000 funcionários.
E a sua correspondência continua atrasada, quando chega.
Inchaço não é eficiência, mas o seu contrário, apesar de os Correios estarem entre as 10 empresas que “mais criaram riqueza”. Riqueza para quem, cara-pálida?
Correios podem lançar “Uber de entregas” até o fim do ano
Tecnoblog
20/08/2018
Serviços de entrega rápida por motoboys ou transportadoras regionais são muito populares nas grandes cidades brasileiras. Os Correios querem tirar proveito desse filão, mas de um modo diferente: a estatal planeja lançar, até o fim do ano, uma modalidade de entrega baseada em aplicativo que lembra o Uber.
Pelo menos é o que informa o Estadão, que apurou que os Correios já estão em negociação com uma empresa de tecnologia para lançar o aplicativo. A ideia é que o usuário use a ferramenta para solicitar transporte ponta a ponta de itens. A entrega será feita por pessoas cadastradas no serviço a partir de veículo próprio, que pode ser um carro, uma moto ou uma bicicleta, por exemplo.
Trata-se de uma modalidade de serviço logístico conhecida como crowdshipping. Em um lado estão pessoas que precisam receber ou entregar itens rapidamente. No outro, pessoas dispostas a fazer entregas para complementar ou até obter totalmente a sua renda a partir do serviço.Se os Correios criarem mesmo uma divisão de crowdshipping, terão entre os concorrentes a Eu Entrego. No aplicativo da empresa, o usuário dá detalhes sobre o item a ser entregue ou retirado e informa quanto está disposto a pagar. Entregadores independentes disponíveis na região podem então aceitar o serviço ou fazer uma contraproposta.
Também dá para citar como exemplos a Rappi e a Glovo. Mas ambas as empresas seguem um modelo um pouco diferente: o usuário pode solicitar pessoas para comprar ou buscar itens em farmácias, mercados e vários outros tipos de estabelecimentos e, na sequência, fazer a entrega no endereço especificado.
As informações a respeito do novo serviço dos Correios ainda são escassas. Ainda não está claro, por exemplo, em quais locais a modalidade será oferecida e quais plataformas serão atendidas.
O Tecnoblog entrou em contato com a estatal. A companhia apenas informou que ainda estuda o segmento: “os Correios estão estudando e avaliando o mercado para a oferta do serviço de crowdshipping. Mais detalhes sobre a operação do novo serviço serão divulgados oportunamente”.
Correios enfrentam falta de caixas e envelopes em agências, e comerciantes lucram com situação
Globo.com
20/08/2018
Quem precisa despachar encomenda nos Correios deve ficar atento. Em algumas agências estão faltando caixas e envelopes. Os Correios confirmam o desabastecimento em algumas unidades, e informam que a regularização só deverá ocorrer nos próximos meses (veja nota na íntegra abaixo).
Com a falta de produtos, donos de lojas próximas às agências estão aproveitando para vender embalagens para os clientes. E por preços abaixo dos cobrados pela estatal.
O G1 visitou, na segunda-feira (13), quatro agências em São Paulo – três próprias e uma franqueada – e ouviu dos atendentes que caixas de encomenda e envelopes grandes (de papel e de plástico) estão em falta há pelo menos 4 meses. Em todas, funcionários sugeriram que as embalagens fossem compradas em estabelecimentos próximos.
A reportagem esteve nesses estabelecimentos e comprovou com os proprietários que a venda de caixas e até de papel kraft havia aumentado desde abril. E em dois deles os proprietários passaram a vender as caixas por causa do desabastecimento nas agências.
Quem precisa despachar correspondências ou encomendas pode optar por levar a embalagem pronta, desde que siga o padrão estipulado pelos Correios de acordo com o objeto, ou optar por comprar na agência o envelope ou a caixa onde será acondicionada a encomenda.
Os Correios ressaltam que, para aceitar a postagem, a embalagem deve ser adequada para chegar ao destino sem ser danificada. Por isso, pode ocorrer de a embalagem não ser aceita e o cliente ter de adquirir a recomendada pelos Correios.
No site dos Correios, a lista de embalagens traz o total de 19 caixas de encomenda de vários tamanhos dentro das linhas Básica, Convencional e Temática, e 20 envelopes de papel, cartão e plástico, dentro das mesmas linhas das caixas, e os respectivos preços A microempresária Mirella Gaz, de 20 anos, teve de comprar embalagem em uma papelaria após esperar mais de meia hora para ser atendida em uma agência da Rua Tabapuã, na Zona Sul de São Paulo, no mês de maio. Ela chegou para despachar um par de sapatos para uma cliente e ouviu da atendente que não havia caixa para colocar o produto. A funcionária deu a sugestão de ela comprar a embalagem na loja em frente da agência. “Comprei a caixa, embalei, tive que pegar nova senha e esperar para ser atendida de novo”, conta.
Na segunda-feira, Mirella teve de despachar outro par de sapatos. Como sabia que não havia embalagem na mesma agência, colocou o produto em uma caixa que encontrou em casa. Mas não foi aceita porque os Correios só permitem que sejam enviadas caixas sem logomarcas. Teve de ir à mesma papelaria da outra vez para passar um papel kraft em volta. Pagou R$ 2 pelo papel e R$ 3 pelo embrulho do funcionário.Na agência da Rua Tabapuã, uma atendente confirmou que não havia embalagem nem envelope disponível e deu a dica da papelaria em frente.
O proprietário do estabelecimento diz que a falta de caixas começou em março na agência e de lá para cá aumentou a venda dessas embalagens na sua loja. “A gente sempre vendeu porque nosso preço é a metade do cobrado pelos Correios, mas com a falta na agência nosso faturamento aumentou bastante”, diz Domingos Costa.Outro empresário que está se dando bem com a crise dos Correios é Fernando Kobayashi. Sua loja, que trabalha com chaveiro, carimbos e recarga de cartuchos, começou a vender caixas em maio. “Os próprios clientes sugeriram”, conta.
No começo, ele vendida caixas comuns e embalava as encomendas para os clientes com as fitas adesivas. Como a demanda foi aumentando, ele passou a vender caixas com o padrão Correios, com tamanhos similares e com os mesmos dados impressos como destinatário, endereço, cidade e espaço para etiqueta e carimbo.A loja de Kobayashi fica praticamente ao lado da agência dos Correios na Rua Matias Aires, na região central de São Paulo. Ali, segundo a funcionária, só está disponível para venda a caixa menor, que custa R$ 4,60. Na loja ao lado, a mesma caixa custa R$ 4. As demais caixas vendidas pelo comerciante também são mais baratas. Enquanto nos Correios os preços variam de R$ 4,60 a R$ 14,80, na loja de Kobayashi vão de R$ 4 a R$ 7.
Ele também vende por R$ 1 o envelope grande, que está em falta na agência e custa R$ 3,20 – o único disponível é o pequeno, de R$ 2,50.
Durante a entrevista com o comerciante, o G1 viu dois consumidores indo à loja de Kobayashi comprar um envelope e uma caixa para despachar suas encomendas.
Cláudio Rezende e Eliane Cavalcanti levaram a mercadoria que iam despachar na agência da Rua Matias Aires já embalada porque sabiam que a agência estava sem caixa. Em junho, Eliane conta que esteve numa agência da Rua Haddock Lobo, na mesma região, e não havia disponível nenhuma caixa. “Fui até a loja do meu filho e ele deu uma improvisada”, lembra.Na agência da Rua dos Pinheiros, no Largo da Batata, Zona Oeste de São Paulo, a atendente informou que só havia a caixa menor, de R$ 4,60, e o envelope pequeno de R$ 2,50.
Segundo ela, até mesmo a fita adesiva a agência estava economizando. Os funcionários encaminham os clientes para uma loja de embalagens que fica a cerca de cinco quadras da agência. O proprietário Henrique conta que muitos clientes chegam com caixas improvisadas de supermercados e compram o papel kraft para embalá-las. Mas ele tem vendido caixas para quem precisa despachar as mercadorias. Os preços variam de R$ 4,30 a R$ 7,30.
Agência na Zona Norte
Na agência dos Correios da Vila Guilherme, na Zona Norte, que é franqueada, a situação estava um pouco melhor. Havia disponível o envelope pequeno de R$ 2,50, e as caixas de R$ 4,60, R$ 7,50 e R$ 19,90. O G1 flagrou um cliente que queria despachar uma encomenda num envelope grande e acabou aceitando a sugestão da atendente de colocar numa caixa pequena.Celso Augusto Jabur, dono de uma papelaria na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo, pegou carona na falta de produtos dos Correios e passou a vender caixas para os clientes da agência, que fica a quatro quadras de sua loja.Ele cobra R$ 4 pela caixa média já embalada, que nos Correios sairia por R$ 7,50. O envelope grande sai por R$ 0,50. Houve aumento ainda na venda de fitas adesivas e de papel kraft. “Muita gente acaba tendo que embalar as caixas e anexar a nota fiscal das mercadorias do lado de fora”, explica.
O administrador da agência franqueada, Luiz Alberto Marinho, nega que esteja havendo desabastecimento de embalagens na agência. “As faltas são sazonais, elas sempre ocorreram. Às vezes falta uma coisa ou outra, mas isso está dentro do previsto”, diz.
Segundo ele, a agência tem controle do estoque, e quando verifica que precisa dos produtos pede para os Correios. “Às vezes demora dois meses para vir, mas isso é normal”, afirma. “Tudo o que eu peço eu sou atendido, ou antes ou depois, ou numa quantidade maior, ou menor”.
A diferença das franqueadas em relação às próprias é que elas trabalham com metas e resultados, segundo Marinho. “O segredo é como gerenciar tudo, se não tem o envelope eu ofereço a caixa, e vice-versa”, afirma.
Segundo Marinho, não há diferenciação no abastecimento entre as agências franqueadas e as próprias. Os preços dos produtos também são os mesmos. O que muda é o gerenciamento, feito por um administrador, que contrata os seus funcionários. Já nas lojas próprias, todos são concursados.
Mesmo que não haja produtos para os clientes, o faturamento não é abalado, segundo ele, porque o forte das vendas vem das encomendas despachadas. “O cliente vai ter que postar do mesmo jeito. As atendentes tentam ajudar até onde elas podem [em relação às embalagens]”, diz.
Veja a nota dos Correios na íntegra:
“Em função da atualização em nossos sistemas internos, o processo de abastecimento de alguns itens pode ter sido prejudicado em algumas de nossas agências. Os Correios têm priorizado a compra de insumos para as unidades de atendimento e a reposição do material para comercialização já está ocorrendo. O estoque deve ser regularizado nos próximos meses em todo o país.”
Direção Nacional da ADCAP.