ADCAP NET – 18/03/2022 – LUCRO RECORDE DOS CORREIOS REFORÇA IMPROPRIEDADE DE PRIVATIZAÇÃO

O ABANDONO DA PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS

Lauro Jardim
17/03/2022

Sem encaminhamento do governo para votar a privatização dos Correios, Márcio Bittar deixou a relatoria do projeto de lei que atualiza o marco regulatório do Sistema Nacional de Serviços Postais.

A proposta está parada na Comissão de Assuntos Estratégicos do Senado desde o ano passado, quando o então líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, havia pedido para adiar a votação.

Otto Alencar, que preside a CAE, ainda não indicou um novo relator. Aliás, no Senado, ninguém aposta que o governo vá pautar esse tema mais este. É dado como assunto morto.

Link da matéria : https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/o-abandono-da-privatizacao-dos-correios.html .

 

Correios têm lucro de R$ 3,7 bi; presidente da estatal defende privatização

Carla Araújo
Do UOL, em Brasília
17/03/2022 13h30

Pelo terceiro ano consecutivo com balanço positivo, os Correios registraram um lucro de R$ 3,7 bilhões no ano passado, valor duas vezes maior do que o obtido no ano anterior, o que, segundo a estatal, representa o melhor resultado em 22 anos.

De acordo com o presidente da estatal, general Floriano Peixoto, a curva ascendente dos últimos anos demonstra o êxito do projeto de recuperação financeira da estatal. Apesar do balanço positivo, o general afirma que o projeto de privatização da empresa é fundamental para sua sobrevivência.

“Somado às medidas adotadas para fortalecer a empresa, ao texto do projeto de lei que trata da regulação e universalização e aos estudos profundos conduzidos pelo BNDES, esse resultado financeiro compõe um conjunto de ações imprescindíveis para o sucesso da privatização do setor postal, garantindo, ainda, a constante evolução dos serviços disponíveis ao mercado de logística”, afirmou à coluna.

Segundo Floriano Peixoto, “infelizmente e por diversas razões a estatal não tem condições de competir em nível de equivalência com o setor privado. Afinal, o objetivo de todo o processo é favorecer o cidadão, verdadeira razão da existência da empresa e maior beneficiário de sua evolução”, disse .

Corte de despesas e demissões

O general assumiu os Correios em junho de 2019. Segundo ele, à época a situação da estatal era “caótica”, com risco de dependência do Tesouro Nacional, o que poderia causar um passivo de R$ 18 bilhões à Administração Pública Federal.

Para melhorar o resultado da empresa, a atual gestão afirma que realizou diversas ações como “investimentos nos processos logísticos, revisão das linhas de negócios, racionalização de custos, renovação dos canais de atendimento e o restabelecimento da previsibilidade financeira”.

Uma das frentes que marca a gestão do general é o corte de despesas, que incluiu dois Plano de Demissão Incentivadas, com uma economia de R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento.

Além disso, a estatal travou na Justiça do trabalho algumas batalhas na adaptação do Acordo Coletivo de Trabalho, reduzindo benefícios, por exemplo, o que gerou uma economia de R$ 1,3 bilhão ao ano, o que representava cerca de 12% de toda a despesa da estatal.

A empresa também obteve uma economia da ordem de R$ 1,4 bilhão por conta de ajustes em licitações e contratos administrativos. No chamado Feirão de Imóveis, 83 unidades foram colocadas à venda, com valor estimado de arrecadação de R$ 680 milhões. Desses, 52 unidades já foram vendidas, com valor de R$ 38,7 milhões, até o momento.

FLUXO DE ENCOMENDAS

A empresa afirma ainda que registrou recordes no fluxo de encomendas no ano passado. Na última Black Friday, 18,9 milhões de encomendas foram recebidas, sendo 3,4 milhões somente em 1 dia.

Durante as maiores datas promocionais do comércio eletrônico brasileiro e internacional (Black Friday e Singles Day), o crescimento de volumes de encomendas foi superior a 40%, quando comparado aos mesmos períodos de 2020.

“Os números confirmam o papel estratégico da estatal para o segmento logístico e reforçam a importância de a sociedade dispor de uma empresa financeiramente viável e robusta para absorver, com qualidade, a alta demanda”, diz a empresa.

Capacitação

Para contrapor as demissões e os cortes de benefícios, a empresa salienta que ampliou a capacitação por meio da universidade corporativa, principalmente com cursos à distância, por conta da pandemia.

“Somente em 2020, 80.280 empregados foram capacitados, sendo mais de 72 mil carteiros e atendentes, mais de 4 mil analistas e 3 mil técnicos de Correios. Em 2021, o ciclo de capacitação continuou, com a participação de mais de 64 mil nos cursos a distância, que puderam desenvolver competências e aperfeiçoar conhecimentos, impactando positivamente os resultados da empresa”, diz a estatal, em nota.

FUNCIONÁRIOS CRITICAM GESTÃO

O vice-presidente da ADCAP (Associação dos Profissionais dos Correios), Marcos César Alves, afirma que o lucro dos Correios no ano passado demonstra a vitalidade da organização e critica a ideia de privatizar a estatal.

“Mesmo engessada e emudecida por uma direção incumbida de “segurar” a empresa enquanto o governo federal tenta seguir com o processo de privatização, a organização foi capaz de desempenhar sua missão constitucional e ainda alcançar um lucro de mais de R$ 2 bilhões”, diz, em nota.

Segundo ele, o desempenho da empresa poderia ser ainda melhor “com uma gestão técnica, que pudesse trabalhar sem que o acionista tentasse, a todo momento, macular a imagem da organização, como tem feito o governo federal”.

“Os brasileiros possuem um correio sólido e saudável. Isso precisa ser protegido e valorizado, para que os cidadãos continuem bem assistidos em termos de serviço postal”, disse.

Link da matéria: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2022/03/17/correios-tem-lucro-de-r-37-bi-presidente-da-estatal-defende-privatizacao.htm

OS CORREIOS, QUEM DIRIA, TÊM O MELHOR
DESEMPENHO EM 22 ANOS

Folha de SP
17/03/2022

Os correios fizeram bonito em seu balanço de 2021. O lucro de R$ 3,7 bilhões é duas vezes maior que o do ano anterior e significa o melhor desempenho em duas décadas.

Como a estatal, conhecida pelo seu histórico de ineficiência, chegou a resultado tão expressivo? Segundo o general Floriano Peixoto, que assumiu a presidência da empresa em junho de 2019, uma série de medidas adotadas desde então explicam os números positivos. Entre elas, aponta melhorias nos processos logísticos, adequação de linhas de negócios e uma política agressiva e corte de custos.

Mesmo com as finanças um pouco mais equilibrada, Peixoto defende a privatização, que considera um caminho inevitável para tornar os Correios um competidor em condições de igualdade com os gigantes do ramo de entregas.

Os Correios têm atributos valiosos. Poucas companhias possuem a mesma capilaridade e são ainda mais raras as que associaram seu nome á história do Brasil.

Após lucro recorde, Correios voltam a pagar dividendos à União
e PLR aos funcionários

Pagamentos serão feitos após a aprovação da assembleia geral, marcada para abril. Estatal zerou prejuízos e fechou 2021 com lucro acumulado de R$ 1,4 bilhão.

Após registrar lucro recorde em 2021, os Correios — estatal que o governo pretende privatizar — voltarão a pagar dividendos para a União e participação nos lucros e resultados (PLR) para os funcionários.

A União vai receber em dividendos (parcela distribuída aos acionistas) R$ 251 milhões. Para os funcionários, a empresa vai distribuir R$ 63 milhões. A última distribuição de dividendos e de participação nos lucros e resultados havia sido em 2014.

Os pagamentos serão feitos após a aprovação da assembleia geral de acionistas, marcada para abril. No caso do PLR, precisa também do aval Ministério da Economia. Os recursos já foram provisionados (previstos em orçamento).

Segundo o diretor de Gestão Estratégica, Tecnologia e Finanças dos Correios, Heglehyschynton Valério Marçal, os pagamentos serão possíveis porque a estatal zerou o seu prejuízo acumulado.

Em 2019, o prejuízo acumulado era de R$ 2,4 bilhões. Em 2021, a estatal fechou com lucro acumulado de R$ 1,4 bilhão.

Lucro recorde

Nesta quinta-feira (17), os Correios anunciaram lucro líquido (diferença entre receita e despesa) de R$ 2,3 bilhão.

Em 2020, o lucro líquido dos Correios foi de R$ 1,53 bilhão. Ou seja, o resultado de 2021 é 50% maior que o registrado no ano imediatamente anterior.

Segundo o presidente dos Correios, o general da reserva Floriano Peixoto, a recuperação financeira dos Correios nos últimos anos foi possível devido a uma série de medidas estruturais adotadas pela administração, como:

  •  redução de custos;
    •    revisão de contratos;
    •    adequação dos contratos de trabalho à CLT;
    •    extinção da CorreiosPar; e
    •    investimentos em áreas operacionais da empresa.

Marçal destacou que, enquanto o lucro de 2020 pode ser explicado pela redução de despesa e gestão de contratos, o resultado de 2021 é fruto da elevação da receita, mesmo sem aumento das tarifas.

“Há dois anos que Correios não aumentam preços. No lucro de 2021, houve forte aumento de receita, com aumento de encomendas”, explicou o diretor.

Privatização

Questionado sobre a necessidade de privatizar a empresa mesmo após lucros recordes, o general Floriano Peixoto afirmou que este é um “bom momento para estatal ser privatizada”.

“O que se fala muito é: ‘A empresa lucrou muito, então não precisa privatizar’. Isso é muito controverso. (…) Se ela vale muito, esse é um bom momento para ser comercializada, para ser privatizada”, afirmou.
Ele disse, ainda, que cabe ao Congresso e o governo à decisão sobre a venda. A sua “missão”, quando assumiu os Correios em junho de 2021, disse, foi fortalecer a empresa e torná-la sustentável economicamente.

“Não compete aos Correios se manifestar favoráveis ou desaforáveis [à privatização], embora a privatização traga benefícios muito visíveis para que ela [a empresa] possa se livrar de determinadas amarras que impedem seu avanço”, disse o general.

Em abril de 2021 os Correios foram incluídos no Programa Nacional de Desestatização. Um projeto de lei abrindo o setor postal à inciativa privada foi aprovado pela Câmara dos Deputados no ano passado, mas está parado no Senado.

A aprovação do projeto pelo Congresso é condição para privatização dos Correios, uma meta do governo federal para este ano.

Correios fecham 2021 com lucro recorde | SBT Brasil (17/03/22)

Matéria do SBT que traz, ao final, participação do Vice-Presidente da ADCAP.

Link da reportagem: https://www.youtube.com/watch?v=d70Pks6Bw9g .

 

Direção Nacional da ADCAP.

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