ADCAP participa de fórum na sede dos Correios em Brasília

Nos últimos dias oito e nove de dezembro foram realizadas reuniões no Edifício Sede dos Correios, com a participação de todas as entidades representativas de empregados (Federações, alguns Sindicatos, Oscip e Associações). Batizada de Fórum Permanente de Proposições de Melhorias de Gestão com Foco no Resultado, tem o objetivo específico de debater ideias e sugestões que possam reverter a situação periclitante da Empresa.

A primeira reunião foi conduzida pelo Presidente Giovani Queiroz, acompanhado de alguns vice-presidentes e assessores. Nela, a vice-presidente Célia apresentou a situação financeira dos Correios, os prejuízos acumulados até o momento, o saldo da reserva que historicamente fica aplicado e as projeções para um futuro próximo, com o zeramento deste saldo previsto para o final de maio/16. Até o momento, o prejuízo acumulado é de mais de 1,3 bilhões.

Representaram a ADCAP Luiz Alberto Menezes Barreto (presidente), Maria Inês Capelli (vice-presidente), José Maria (diretor de relações funcionais) e Nésio Nani (presidente do Núcleo Brasília).

A vice-presidente Célia informou que existiam Grupos de Trabalho estudando nove itens: Otimização da Rede de Atendimento; Otimização Operacional; Indenizações e Perdas; Despesas com Saúde; Despesas com Pessoal; Custeio Administrativo; Patrocínios e Publicidade; Investimentos em Ativos; e Incremento de Receita. Estes grupos devem entregar os resultados até o final de janeiro/16. Encerrou a apresentação com duas perguntas: “como a empresa chegou a este ponto?” e “cadê aquela empresa?”.

Depois, o presidente Giovani passou a palavra a cada um dos representantes das entidades lá presentes.  Luiz Alberto, presidente da ADCAP, fez questão de responder aos questionamentos da vice-presidente Célia, afirmando que a maioria dos presentes era responsável pelos atuais problemas, tendo contribuído por ação ou omissão. E que “aquela empresa”  foi engolida pela ingerência politica e pelo aparelhamento. Luiz Alberto disse ao presidente Giovanni que ele, quando assumiu, agiu como médico-cirurgião, extirpando os dois maiores tumores malignos que estavam destruindo o Correios. E que a empresa sofria de metástase, sendo necessário que ele continuasse a extirpar os outros tumores que ainda permanecem. Manifestou que os trabalhadores não podem ser ainda mais penalizados pela má-gestão passada e que a situação da Empresa não a desobrigava de cumprir dívidas com os trabalhadores, como o pagamento da RTSA (ao Postalis), que foi suspenso no ano passado. Sugeriu a devolução imediata de todos os “cedidos” e a demissão da quase totalidade da diretoria do Postal Saúde, além da realização de uma auditoria em todos os contratos.

Na tarde do dia oito (terça-feira), os representantes das entidades reuniram-se com a vice-presidente Célia, para elegerem as prioridades e elaborarem um cronograma para o debate dos problemas. Ficou convencionado que tais reuniões não teriam nenhuma vinculação com as negociações estabelecidas no Acordo Coletivo de Trabalho e as mesas que foram criadas para atender aquele fim. Que as reuniões deveriam se ater à análise de problemas, esclarecimento de dúvidas e sugestões de melhorias. E que os encaminhamentos das reuniões deveriam ter respostas rápidas por parte da direção da empresa. As entidades selecionaram como primeiros temas o Postalis, DDA e Reestruturação, que seriam debatidos no dia nove (ontem). A reunião sobre o aumento das despesas com saúde, geradas após a implantação do Postal Saúde, seria debatidas no dia 06/01 e as despesas com pessoal nos dias 07 e 08 de janeiro de 2016.

No tocante ao Postalis, após apresentação realizada por Marcos César, representante dos empregados, eleito para o Conselho de Administração da ECT, ficou decidido que a direção da empresa procuraria definir imediatamente estratégias junto ao Ministério da Fazenda e outros órgãos, para se buscar a solução para o caso da RTSA. Recebemos a informação que a reunião já foi marcada para hoje de manhã (10/12, quinta-feira) reunião entre a vice-presidente e os conselheiros eleitos para tratar dessa estratégia. A ADCAP propôs que o Correios transferisse imóveis para o Postalis ou os apresentasse como garantia real, o que evitaria o desembolso imediato de valores pela Empresa para arcar com a RTSA, podendo facilitar a aprovação pela Fazenda.

Sobre o DDA, foi feita uma apresentação pelo colega Ademar (DDIS), que explicou aos presentes o formato do projeto. Depois, todas as entidades se manifestaram e foi encaminhada a proposta de suspensão da implantação, pelo período de seis meses. Durante este tempo, seriam feitos pilotos com a participação de pessoas indicadas pelo sindicato, para posterior avaliação. Também foi proposta a aceleração da implantação da entrega matutina.

Quanto à Reestruturação, o colega Belém (DPLAN) fez uma apresentação do projeto e do que já está implantado. Houve um intenso debate, com a convergência de todas as entidades. Todos reclamaram da falta de transparência. A ADCAP manifestou-se dizendo não ter condições ainda de avaliar o projeto como positivo, pois as informações foram solenemente sonegadas pela gestão anterior da Empresa, apesar dos diversos ofícios enviados à Presidência e à Vigep. Mas afirmou que o projeto, pela total fata de informações, está causando intranquilidade e insegurança em todos os empregados das regionais. E propôs que a realocação de pessoal e a extinção de funções, previstas para acontecer no dia 31 de dezembro fosse suspensa, até que todos pudessem conhecer mais detalhes do projeto. A prioridade agora é melhorar a qualidade e gerar receita. E isto só se faz com trabalhadores motivados através do respeito, da atenção e da transparência.

Acreditamos que as respostas aos encaminhamentos devem ser dadas com a brevidade que o momento exige.

Cabe destacar a condução das reuniões e o empenho e participação de todas as entidades. A ADCAP entende que, se quisermos realmente defender os trabalhadores dos Correios, devemos todos agir com união e sabedoria. E propôs que, apesar das diferenças, exista o espírito de corpo para que possamos defender o que construímos. Ou amanhã poderemos não ter associações, sindicatos, empresa e…tampouco empregos.

O CORREIOS É NOSSO!

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