Pitney Bowes assume 100% da operação no Brasil

Valor

12/02/2014

 

A Pitney Bowes, maior fornecedora mundial de equipamentos e sistemas de postagens, assume hoje o capital integral da operação no Brasil, que estava dividido, desde a criação da unidade, em 2005, com a Semco Partners, empresa de investimento em participações.

 

Com o acerto, a parte americana da sociedade assume os 30% que estavam sob controle dos brasileiros. O valor do negócio, formalizado hoje nos Estados Unidos, não foi revelado.

 

O plano de negócios da joint venture previa a saída da Semco. “Faz parte do nosso modelo de negócio o desinvestimento quando a operação ganha força”, disse o presidente da Semco, Alexandre Bonfim.

 

Durante a parceria, a operação brasileira cresceu a uma taxa média de 30% ao ano. O maior cliente no país são os Correios. Mais de mil unidades de atendimento da estatal brasileira utilizam equipamentos e sistemas de postagens da Pitney Bowes Semco.

 

Além da estatal, a carteira de clientes do grupo no Brasil soma 100 empresas que utilizam sistemas e softwares que permitem processar o envio de correspondências, incluindo grandes companhias, como Embraer, Telefónica, Natura e Ebay.

 

“Queremos ampliar nosso crescimento por meio do cliente corporativo privado”, afirma o presidente da Pitney Bowes Mailing América do Norte, Patrick Brand. “O Brasil será nosso terceiro maior mercado até 2016”, projeta o executivo.

 

O executivo diz que esse plano se justifica porque o mercado brasileiro é hoje o quarto maior no mundo por despesas com as correspondências processadas, que atingem US$ 3,6 trilhões anuais em valor das cargas entregues e processadas, segundo dados da Pitney.

 

O Brasil responde por cerca de 2% do faturamento da Pitney Bowes no mundo, que é de US$ 5 bilhões. O grupo quer elevar essa fatia a 5%. Para isso, o primeiro passo é ampliar a participação do mercado brasileiro na operação latino americana.

 

“Estamos triplicando os investimentos nos próximos três a quatro anos e vamos aumentar em 30% nossa força de trabalho no país já em 2014 para isso”, disse Brand, sobre a operação brasileira, que emprega atualmente 200 profissionais.

 

O Brasil representa hoje 50% de todo o faturamento da Pitney na América Latina. O plano do grupo é elevar esse percentual para 60% em dois anos.

 

O crescimento será orgânico, com a conquista de novas contas, em especial de clientes financeiros e do comércio eletrônico.

 

“A expansão do e-commerce, do gerenciamento de correspondências físicas e digitais e do atendimento a clientes por múltiplos canais abre um grande mercado para os nossos produtos no Brasil”, diz Brand.

 

A operação da Pitney Brasil vem apresentando índices de crescimento de dois dígitos anuais desde 2005. Em 2012, atingiu 60% e em 2013 foi de 13%. O crescimento, diz o executivo, acontece por meio orgânico, parcerias e ainda pode envolver aquisições de empresas locais.

 

Outra mudança na empresa ocorre na divisão de software, que transferiu o comando da região da América Latina de Miami para o Brasil para acelerar a conquista de contas.

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