Correios oferecem grande oportunidade para fomentar inclusão financeira, diz estudo do Banco Mundial

ONU BR
25 de outubro de 2013


Pessoas sem conta bancária, incluindo os pobres, os menos escolarizados e os desempregados, são mais propensas a obter os seus serviços financeiros através do serviço dos correios do que de um banco ou outra instituição financeira, confirma uma análise global feita pela União Postal Universal (UPU) e o Banco Mundial.


O estudo “Inclusão financeira e o papel dos Correios”, lançado na quinta-feira (24) em Genebra, Suíça, mostra também que o alcance e o tamanho da rede postal podem aumentar significativamente a autonomia financeira entre os menos privilegiados.


A análise traçou um perfil global único de quem usa os serviços financeiros postais baseando-se em uma enquete com 150 mil adultos em cerca de 150 países para o Banco de Dados Global do Banco Mundial sobre Inclusão Financeira.


O estudo comparou pessoas que possuem conta em uma instituição financeira ou que possuem conta tanto em uma instituição financeira quanto em uma estação de correios com aqueles que possuem conta somente nas redes postais. Os resultados mostram que os últimos tendem a ser significativamente mais pobres, idosos, menos escolarizados e com menor probabilidade de serem empregados.


A análise mostra que, em países em desenvolvimento que oferecem serviços financeiros postais, apenas 44% dos adultos utilizam esse serviço. Nos países desenvolvidos, esse número sobe para 90%. Isso significa que ainda há um enorme potencial para as redes postais facilitarem a inclusão financeira, dizem os autores do estudo.


“Em alguns países em desenvolvimento e emergentes, como Brasil, Índia, China, Marrocos e África do Sul, há fortes evidências que provam que a rede postal contribuiu largamente para incluir financeiramente as pessoas”, disse o economista da UPU, José Anson.


A pesquisa cita particularmente o caso do Brasil. Segundo a análise, mais de 10 milhões de contas foram abertas entre 2002 e 2011 após o lançamento do Banco Postal. No entanto, o estudo ressalta que há poucas informações sobre o tipo de clientes alcançados pelos serviços financeiros das redes postais, o que dificulta a compreensão do papel dos Correios na prestação desse tipo de serviço.


“À medida que as economias dos países em desenvolvimento crescem, os governos podem aproveitar a rede postal para distribuir pagamentos sociais às suas populações”, afirmou Anson. “Investir em uma rede postal estendida, mais moderna, poderia ser uma parte essencial da política nacional de um país para fomentar a inclusão financeira”, acrescentou.

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