Os Correios e o comércio eletrônico brasileiro
No desenvolvimento do comércio eletrônico brasileiro, os Correios têm desempenhado papel fundamental.
A partir do momento que o cliente confirma uma compra em seu teclado, é desencadeado um grande conjunto de ações para concretizar a venda, muitas das quais são realizadas pelos Correios.
Com sua capilaridade nacional, os Correios conseguem estender a possibilidade de compra a brasileiros que, de outra forma, não teriam acesso ao comércio eletrônico. Isso não é pouco, considerando as dimensões continentais do Brasil e as imensas diferenças regionais, com os respectivos desafios logísticos a vencer.
Trabalhando integrado com as lojas virtuais, ERPs e outros softwares utilizados pelos operadores do comércio eletrônico, os sistemas dos Correios geram etiquetas, calculam preços e permitem o rastreamento das remessas e a logística reversa, o que facilita muito o processo e dá conforto e segurança aos clientes.
Junto à Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), os Correios desenvolvem há muitos anos ciclos de palestras voltadas às micro, pequenas e médias empresas que se interessam em operar com comércio eletrônico. Das oficinas ali realizadas, milhares de empresas foram habilitadas para construir suas lojas virtuais e estender seus balcões a todo o país, utilizando os Correios.
No Brasil, o serviço de encomendas não é monopolizado, havendo milhares de empresas que atuam nesse mercado. Os Correios são, porém, o líder nas entregas do comércio eletrônico, em função da abrangência de sua atuação, de seus preços competitivos e da consistência e qualidade do serviço. Em poucos países do mundo, o correio tem uma liderança nesse segmento.
A pujança do comércio eletrônico brasileiro foi construída a partir do esforço de muitos e os Correios têm dado uma contribuição valiosa e destacada nessa história.
Marcos Cesar Alves Silva
Administrador Postal Sênior
Privatização dos Correios: “Bolsonaro é desinformado”, diz sindicato
Metrópoles
04/06/2019
aval do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a equipe econômica privatizar os Correios tensionou ainda mais a relação entre governo e funcionalismo. Junho promete ser turbulento com movimentos de ambos os lados. Entre 5 e 9 deste mês, servidores farão um congresso para debater a situação da empresa. Nesta quarta-feira (05/06/2019), representantes sindicais participarão de uma audiência pública para defender a organização e alinhar uma campanha contra a ideia do presidente.
Antes mesmo de o governo iniciar o processo que pode passar para a iniciativa privada a empresa estatal, o cotidiano da empresa teve sua rota alterada, com risco de demissão, alteração em cargos e até servidores mudando de cidade para preservar o emprego. O sindicato que representa a categoria acredita que, caso a empresa seja vendida, o serviço de entrega de cartas e encomendas amargará severos prejuízos.
Suzy Cristiny da Costa Amim, da Comissão de Assuntos Jurídicos da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, virá a Brasília para acompanhar o desenrolar da situação. Os servidores planejam ações contra o governo.
“Os Correios têm duas realidades quanto à prestação de serviço. Uma no sul, sudeste e centro-oeste e também nas áreas sociais mais ricas, que temos concorrência e a empresa precisa melhorar seu atendimento e sua eficiência, isto é fato. Outra realidade é do norte e nordeste e das periferias das grandes capitais que os Correios é, na maioria das vezes, a única instituição que traz uma prestação de serviço”, explica.
O cronograma do governo define que, depois de aprovada a reforma da Previdência, os esforços serão para a reforma tributária e para as privatizações. “Já dei sinal verde para privatizar os Correios”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à revista Veja.
Para ele, a empresa foi destruída pelas gestões petistas. “A bandalheira era tão grande que o fundo de pensão dos funcionários, que hoje está quebrado, fez investimentos em papéis da Venezuela. Com que interesse? Pelo amor de Deus! Então, temos de mostrar à opinião pública que não tem outro caminho a não ser privatizar os Correios. Será assim com outras estatais. Há muitos cabides de emprego dentro do governo”, destacou.
“Desinformação”
A sindicalista discorda. “O atual presidente peca quando fala do fundo de pensão dos Correios. Quem paga o rombo do fundo de pensão são os empregados, não é a União, apesar de terem nos dado o calote também”, rebate Suzy Cristiny.
Para ela, o governo é “desinformado” sobre a atuação da empresa. “Privatizar os Correios irá gerar um caos na integração nacional. O monopólio de cartas é que sustenta os Correios em praticamente todos os municípios. No segmento concorrencial de encomendas, tenho plena convicção que não irão instalar agências em municípios que não dão lucro. Atualmente, os nossos concorrentes postam nos correios para estes lugares que eles não querem assumir”, explica.
Um dos principais argumentos do governo para dispor da empresa é o prejuízo dos Correios que se arrasta desde 2015. À época, o resultado negativo foi de R$ 2,12 bilhões. A empresa só voltou a ter lucro em 2017. Contudo, a penúria continua, por exemplo, com o fechamento de agências em todo o país, inclusive no DF.
“Estes prejuízos já eram esperados pela empresa quando lançaram um dado contábil chamado pós emprego. Já se tinha a expectativa de a empresa levar pelo menos 5 anos pra equilibrar este déficit. Nestes 50 anos de empresa pública, os Correios sempre repassaram seu lucro pra o governo. Nunca houve investimento da União na empresa. Ela é auto sustentável”, conclui Suzy Cristiny.
O outro lado
Procurado pelo Metrópoles, os Correios disseram que a privatização é “uma posição do governo” e que portanto não cabe à empresa responder. Sobre a situação financeira os Correios informaram que após um profundo processo de reestruturação, iniciado em 2016, a empresa têm intensificando ações para reduzir gastos e otimizar recursos em toda sua estrutura organizacional, medidas estas que já estão dando resultados. “Após quatro anos de prejuízos (2013 a 2016), há dois anos a empresa tem apresentado balanço econômico-financeiro positivo. Em 2017, o lucro foi de R$ 667 milhões, e em 2018, de R$ 161 milhões”, frisa, em nota.
A reportagem entrou em contato como a Presidência da República e com o Ministério da Ciência e Tecnologia Inovações e Comunicações. Nenhum dos órgãos havia respondido até a última atualização desta matéria. O espaço continua aberto para manifestações.
Balcão do Cidadão Correios facilita o acesso a multisserviços
Amazônia Brasil
junho 3, 2019
Na última sesta sexta-feira (31), os Correios estrearam, em Brasília, o Balcão do Cidadão. A estratégia visa ampliar a parceria com instituições públicas e privadas para a oferta de serviços e outras conveniências nas agências dos Correios. É uma oportunidade para órgãos públicos e empresas que querem potencializar a prestação de multisserviços por meio da infraestrutura e da capilaridade da unidades de atendimento da estatal.
Durante o evento, o presidente dos Correios, Juarez Cunha, destacou a vocação histórica da empresa em colaborar para a integração nacional, inclusão social e promoção de políticas públicas. “A nossa rede e universalidade podem ser melhor aproveitadas. E o Balcão do Cidadão tem essa finalidade. Estamos oficializando esse apoio que sempre foi dado pelos Correios à nossa população. Há muito tempo os Correios deixaram de ser apenas o balcão por meio do qual é possível enviar encomendas e cartas para ser também o lugar onde o cidadão pode solicitar o seguro DPVAT, fazer o pagamento de taxas do serviço militar ou emitir CPF”, discursou o dirigente.
Segundo o Diretor de Negócios dos Correios, Alex do Nascimento, a experiência e a expertise da estatal em operações grandiosas, como a entrega dos livros didáticos em todo país e a distribuição das provas do Enem, demonstram que a empresa tem uma rede pronta para receber e apoiar as ações de governos e outros parceiros. “Temos também distribuição de suprimentos, logística de entrega de medicamentos, tudo isso à disposição do Estado. Queremos entregar ao cidadão a melhor experiência e confiança, estar perto dele”, disse o diretor.
O chefe do Departamento de Experiência do Usuário de Serviços Públicos do Ministério da Economia, Joelson Velloso Júnior, mencionou, em sua palestra, que os temas mais citados em pesquisa realizada com cidadãos latino-americanos foram a baixa qualidade da prestação de serviços públicos e a importância de se gerar valor no atendimento aos cidadãos. “A iniciativa que os Correios lançam hoje trata de restabelecer a confiança no Estado, o que é muito mais relevante que melhorar a prestação de serviço aqui ou em outra localidade isoladamente, sem atentar para a experiência do usuário de tal serviço”, disse Joelson.
Representando o Governo de Minas Gerais, primeiro governo estadual a firmar essa parceria com os Correios, dentro do Balcão do Cidadão, o secretário de Planejamento e Gestão Otto Alexandre Levy Reis confirmou que a parceria com os Correios é providencial na medida em que há necessidade de melhorar o atendimento ao público em um cenário de escassez de recursos. “Os Correios estão presentes em nossos 853 municípios e trata-se de uma solução inteligente. Com a parceira, pretendemos inserir uma série de serviços como aqueles oferecidos pelo Detran, Polícia Civil e Secretaria de Desenvolvimento Social; que possamos ser modelo para outros Estados”, comentou o secretário.
Ao fim do evento, o Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro e a Telebras assinaram protocolos de intenções firmando parceria com os Correios para o desenvolvimento de projetos voltados para conectividade e telecomunicações. Participaram da assinatura o Diretor de Operações do Serpro Antonino dos Santos Guerra Neto e o Diretor Comercial da Telebras Hélcio Vieira Junior.
Conveniência e proximidade
Única empresa pública presente em todos 5.570 municípios brasileiros, os Correios já prestam vários serviços em suas agências, como a emissão, regularização e alteração de CPF; emissão de certificado digital; entrada no seguro por acidente de trânsito (DPVAT); distribuição de kit de conversão para recepção do sinal digital de TV e pagamento de aposentados de INSS por meio do Banco Postal. Alguns protótipos já foram realizados com sucesso dentro da proposta do Balcão do Cidadão, como emissão de Carteira de Identidade no Rio Grande do Norte, emissão de Carteira de Trabalho no Estado de São Paulo e recadastramento escolar na cidade de Belo Horizonte/MG.
Com novas parcerias, os mais de 11 mil pontos de atendimento dos Correios instalados no país tornam-se centrais de serviços, locais onde os cidadãos podem resolver questões importantes e necessárias ao seu dia a dia. Assim, será possível gerar economia aos entes parceiros, encurtar distâncias e proporcionar melhor qualidade de vida aos brasileiros.
AUDIÊNCIA PÚBLICA – FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DOS CORREIOS
Amanhã, 05 de junho, quarta-feira, às 15h, ocorrerá uma Audiência Pública conjunta das Comissões de Legislação Participativa (CLP) e de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, para tratar do tema “Fortalecimento institucional dos Correios”.
Estão convidados para a audiência os seguintes expositores:
– Marcos Cesar Pontes – Ministro da Ciência e Tecnologia
– Salim Mattar – Secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento do governo
– General Juarez Aparecido de Paula Cunha – Presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (confirmado)
– Fábio de Sousa Oliveira – Diretor Financeiro da ANATECT – Associação Nacional dos Trabalhadores da ECT (confirmado)
– Maria Inês Capelli Fulginitti – Presidente da ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios (confirmada)
– Pedro Paulo – Fundador da FENTECT – Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (confirmado)
– José Aparecido Gimenes Gândara – Presidente da FINDECT – Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (confirmado)
– Jailson Mário dos Santos Pereira – Presidente da AACB – Associação dos Analistas de Correios do Brasil (confirmado)
– Jesuíno de Carvalho Caffé Filho – Presidente da FAACO – Federação dos Aposentados, Aposentáveis e Pensionistas dos Correios e Telégrafos.
Considerando a importância da temática nesse momento em que o Governo Federal anuncia sua intenção de seguir com os estudos para privatização dos Correios, a ADCAP convida todos os associados que possam comparecer para estarem amanhã (05/06) nessa audiência.
Direção Nacional da ADCAP.