Xerife dos fundos mira caso do Grupo X

O Globo
21/08/2013   


Aplicações nas empresas de Eike na lupa do regulador de Previdência Complementar BRASÍLIA O diretor-superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo, informou ontem que a autarquia acionou o seu Comitê Tático Operacional para acompanhar a situação dos fundos de pensão que investiram no Grupo EBX, de Eike Batista. No mês passado, o GLOBO mostrou que a crise no império do empresário deve afetar o resultado do fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, que concentrou cerca de 20% de suas aplicações em Bolsa em papéis do Grupo EBX. – Sempre que temos algum evento que fuja da normalidade, do convencional, nós acionamos o comitê, que é integrado por todas as áreas da Previc – disse Rabelo após audiência pública no Senado. Ele não detalhou os investimentos no Grupo X, por estar impedido legalmente, e frisou que ainda não chegou a conclusões que possam ser publicadas. Ele enfatizou que não cabe à Previc recomendar investimentos em empresas: – Cabe à Previc exigir que o gestor tome a decisão adequada, com os estudos adequados, com a independência adequada. Ele avaliou que o sistema dos fundos de pensão é sólido e possui “métricas de avaliação de risco que fazem com que eles invistam menos” nos casos que resultam em “insucesso”. Ele citou o exemplo dos bancos BVA, Cruzeiro do Sul e Rural – que foram liquidados – e considerou que os investimentos dos fundos de pensão nessas instituições foram mais conservadores que os do mercado. – O mercado em geral investiu nesses bancos, acreditou nesses bancos, três vezes mais que os fundos de pensão. Não há nenhuma concentração. Ao contrário, há uma desconcentração do investimento dos fundos de pensão nesses bancos. Para Rabelo, não há necessidade de mudar as regras da Previc no que diz respeito a investimentos. A seu ver, embora as normas possam sempre ser aprimoradas, não apresentam fragilidades. Não por acaso, disse, de 2004 a 2012, a rentabilidade agregada do sistema, em termos nominais, foi de 266%, enquanto a meta dos gestores para o período era de um resultado de 171%. O diretor-superintendente foi convidado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre prejuízos causados aos fundos do Banco do Brasil e dos Correios com compras de ações do Grupo EBX. Mas alegou que, como gestor público, não pode tratar de casos específicos de entidades, o que causou frustração a participantes da audiência. Sem entrar em detalhes sobre o caso Eike, Rabelo afirmou que o surgimento de notícias a respeito das empresas e o comportamento dos ativos levam a autarquia a adotar rotinas específicas de fiscalização. Autora do requerimento para a participação do executivo na audiência, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que está preparando outro documento para que os presidentes dos fundos Postalis, Previ, Petros e Funcef prestem esclarecimentos sobre o assunto no Congresso. CSN está na disputa pela MMX A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) entrou na disputa pela mineradora MMX, disse à Reuters uma fonte. A mineradora tem avaliado oportunidades de negócios que incluem a venda de ações de Eike, assim como de seus ativos – movimento que acompanha outras empresas da holding e que já culminou na venda da MPX e em termo de compromisso para transferir o controle da LLX. O principal chamariz da MMX é o Porto do Sudeste, um terminal estratégico para empresas que exploram minério de ferro em Minas Gerais e precisam de infraestrutura. A CSN, que também participa de negociações para a compra de fatia da alemã ThyssenKrupp na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), teria interesse em adquirir mais capacidade portuária na região, disse uma outra fonte à Reuters. Procuradas, MMX e CSN não comentaram imediatamente a informação. A compra da MMX também faria sentido para Usiminas, Gerdau e ArcelorMittal, que têm mina de ferro, mas não possuem porto, disse mais cedo outra fonte à Reuters, citando também a CSN.

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