GREVE – SERVIÇO MÉDICO – PLR

A ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios tem apontado sistematicamente falhas na gestão da Empresa, as quais estão comprometendo seriamente a prestação de serviços e os próprios resultados empresariais. Estas falhas são ainda mais críticas nos processos relacionados a gestão de pessoas, onde tem predominado a falta de decisão ou sua má implementação, com prejuízos diretos para os trabalhadores. 

 

GREVE – PLR 

Na semana passada, tivemos o início da paralisação em São Paulo. Os motivos elencados pelo Sindicato em seu site na internet para a greve são:

 

– Pagamento da PLR
– Melhoria no convênio médico
– Concurso Público e Contratação de Funcionários
– Medidas eficazes e imediatas contra os assaltos
 

A ADCAP lamenta que os trabalhadores tenham que utilizar o recurso extremo da greve para reivindicar a solução de problemas dessa natureza, que nem deveriam existir, pois se referem a políticas de Recursos Humanos que já deveriam estar muito bem sedimentadas na Empresa.

 

Tivemos também na semana passada oportunidade de ler as comunicações das duas Federações  dando conta da reunião havida dia 12/11/14, no TST, para tratar da PLR. No cenário surreal produzido, Empresa e trabalhadores estão discutindo em novembro como distribuir a PLR do ano anterior. Ora, esses critérios já deveriam estar estabelecidos antes mesmo do início do ano de referência, ou seja, desde 2012! Assim, em vez de um mecanismo de estímulo, a PLR dos Correios foi transformada num ponto de conflito entre a gestão e os trabalhadores, por incapacidade da gestão de conduzir adequadamente as negociações. Chega a parecer que a direção da ECT optou por terceirizar a solução da PLR para o TST e agora para o DEST, quando, na verdade, deveria ter assumido a responsabilidade e resolvido a questão.

 

É de se registrar que o próprio ministro do TST condutor da audiência, demonstrou entender que a Empresa está querendo brincar com a justiça e com os trabalhadores, tendo concedido prazo de cinco dias para que os Correios resolvam a pendência. Segundo o relato de uma das federações, o ministro afirmou que, se houver greve, não vai declará-la como abusiva e não concordará com o desconto dos dias parados, etc.

 

Sobre este tema, a ADCAP espera então que se chegue finalmente a uma solução e se possa fazer logo a “distribuição de dinheiro” daí decorrente, já que, por sua intempestividade, não enxergamos mais nessa iniciativa um verdadeiro programa de Participação em Lucros e Resultados.

 

As manifestações das Federações sobre PLR  podem ser lidas nos respectivos sites:

 

– FINDECT: http://findect.org.br/

– FENTECT: http://www.fentect.org.br/

 

As Federações parecem seguir os passos acertados com o TST, em reuniões passadas. A paralisação pode não ser o melhor modo de solução de conflito, mas é uma forma encontrada para expressar o inconformismo com a demora na solução e de pressionar a gestão a resolver a questão. Assim, a responsabilidade pelos prejuízos causados é da gestão da Empresa, que já está com prazo de validade vencido há muito tempo. As entidades representativas dos trabalhadores (associações, sindicatos e federações) têm o dever de defender os interesses deles e a greve é um dos instrumentos utilizados quando, realmente, não existe outra saída. Já ficou claro que este é o caso. Cabe à Direção da Empresa fazer de tudo para evitar que se chegue às últimas consequências o que demonstra não ter feito até então, seja por inabilidade, má-vontade,  desprezo para com os trabalhadores ou outros motivos menos nobres.

 

SERVIÇO MÉDICO

Inaceitável, também é a precarização do serviço médico ocorrida a partir da criação – e inábil gestão – da Postal Saúde. A respeitável assistência médica, conquistada com muito esforço dos trabalhadores, está se dissolvendo, face descredenciamentos médico/hospitalares, suspensão de atendimentos, restrições de procedimentos etc, por falta de pagamento, dificuldade de comunicação com a Postal Saúde e grande demora na autorização de procedimentos. Sem falar na total falta de transparência sobre os gastos. Pela lógica (e pelos argumentos apresentados), deve ter havido uma grande redução nas despesas médicas. Se não houve, devem alegar o “período de transição”, que já dura mais de 18 meses. Na verdade, vemos o surgimento de uma empresa nova já com estrutura inchada, dispensando concurso público, e com suas contratações livres da lei 8.666.

 

CONCURSO PÚBLICO

Não há como compreender como uma organização tão grande e capilaridade como os Correios possa permanecer, por exclusiva decisão de sua direção, sem a reposição de seu quadro de pessoal, mesmo diante de um plano de demissão incentivada que desligou milhares de trabalhadores. É óbvio que em alguns locais esta falta de reposição de pessoal esteja causando graves problemas. Este fato nos sugere que a situação é proposital, para aumentar o número de vagas a serem oferecidas à empresa que será contratada para fornecer mão-de-obra terceirizada (que vai de OTT a atendente comercial, passando por vagas de nível superior). Diante das notícias diárias do que acontece no país, não será demais perguntar: de quem será a empresa que “ganhará” a licitação? E o nome serve de disfarce para a pura e simples terceirização: contratação de Serviços de Execução Indireta.

 

O presidente em seus discursos, prega a união de todos em prol do fortalecimento dos Correios e do patrimônio público, mas a prática parece estar  longe de provocar a motivação dos trabalhadores em prol de tal união. Não obstante, a ADCAP espera que as Federações e Sindicatos dos trabalhadores consigam obter da direção da Empresa efetivas soluções para estes problemas recorrentemente reclamados e que os serviços possam retornar o quanto antes à sua normalidade.

 

 

Atenciosamente,
Diretoria Executiva da Nacional da ADCAP.
 

 

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