Os jornais de hoje, como tem ocorrido nos últimos dias, trazem matérias sobre a greve dos Correios e suas repercussões para os clientes e para a sociedade.
São milhões de cartas e de encomendas que não chegam oportunamente às mãos dos destinatários, gerando prejuízos de toda ordem.
A imagem da Empresa fica arranhada e a concorrência comemora.
Surge então uma pergunta, que não quer calar: Afinal, de quem é a responsabilidade?
Seria da FENTECT ou dos Sindicatos, que mobilizaram seus filiados para o movimento?
Seria da ECT, que deu causa a uma surpreendente paralisação que nem menciona salários?
A questão está colocada, para reflexão de todos os ecetistas.
O movimento sindical extrapolou desta vez? Ou ele tem razão ao defender que o plano de saúde não deveria nem poderia ser mexido?
A ECT passou dos limites quando colocou de pé o Postal Saúde sem a participação dos empregados e lá alojou, em posições de Diretoria, pessoas estranhas à ECT mas bem conhecidas de uma corrente política? Ou a ECT tem razão em insistir nas mudanças?
A ADCAP não acredita em fórmulas milagrosas para resolver os problemas da Empresa sem a efetiva participação dos empregados. Este é o tipo de falácia que interessa a alguns apaniguados políticos para justificarem sua permanência em altas posições de gestão na Empresa – desqualificam os técnicos de carreira, para justificar sua vinda e a de seus correligionários, todos devidamente afiliados e comprometidos com outras causas diferentes do desenvolvimento da ECT.
Assim, se o plano de saúde dos ecetistas precisava de aperfeiçoamentos, isso deveria ter sido muito bem debatido com os empregados e com suas representações antes de uma mudança, afinal trata-se do principal benefício dos ecetistas. E muitas melhorias poderiam ter sido feitas se a VIGEP quisesse fazê-lo, mas há tempos parece que não era essa a intenção.
Assim, parece-nos que a crise instalada tem alguns atores responsáveis. O primeiro deles é o atual VIGEP, sempre acompanhado do seu Superintendente Executivo.
Conhecidos articuladores de manobras maléficas para a empresa e para o seu corpo técnico, como as alterações do MANPES e a requisição de empregados para funções gerenciais, que feriram de morte a meritocracia na ECT, os referidos senhores ser arvoram a donos do plano de saúde dos empregados, sob o olhar passivo da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração.
Não foi de outra forma que, em 2011, ao sair da antiga DIREC para a antiga DIRAD, levou para sua área de coordenação a gestão do Correios Saúde.
Pior: sob o olhar pasmado dos empregados e a complacência dos demais dirigentes da empresa, ao retornar à VIGEP em 2013, leva novamente para sua área de coordenação a gestão do Correios Saúde.
O outro ator é o presidente da Empresa (aqui na condição de figurante, na qual se colocou), pela omissão, pela falta de diálogo com os trabalhadores e por não agir no sentido de desfazer as aberrações em curso.
Quando fez a mudança em surdina, às costas dos trabalhadores, sem explicações convincentes e com o aparelhamento político-partidário da nova instituição, a direção da ECT, induzida por sua área de gestão de pessoas, deu causa ao movimento que se instalou e deve, agora, responder à sociedade, pelos prejuízos causados, e ao Governo Federal, pelo desgaste político que ocorre.
E aos empregados resta lutar pelo que é nosso.
Atenciosamente,
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.