Globo
08/04/2014
A greve dos Correios terminou há quase 30 dias, mas os moradores do noroeste paulista ainda sofrem os reflexos da paralisação. Só em São José do Rio Preto (SP) mais de um milhão de correspondências estão com a entrega atrasada. Uma forma de amenizar a situação seria os mutirões em dias de folga. Segundo o Sindicato Trabalhadores dos Carteiros, a empresa proibiu os servidores, que aderiram à greve, de trabalhar aos domingos e feriados.
A greve dos Correios começou no dia 30 de janeiro e foi até o dia 14 de março. Foram 43 dias de paralisação. Os funcionários pediam melhorias nas condições de trabalho e que o plano de saúde não fosse terceirizado. As reivindicações não foram atendidas e os servidores tiveram que retomar o serviço por determinação judicial.
Os carteiros voltaram ao trabalho, mas até agora, eles não conseguiram entregar as correspondências que ficaram acumuladas durante a greve. Só aqui em Rio Preto são mais de um milhão de cartas. O sindicato da categoria não tem uma previsão de quando as entregas serão concluídas.
De acordo com Sérgio Luiz Pimenta, que é representante do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, a situação tornou-se ainda mais complicada por causa da postura adotada pelos Correios depois da greve. “O Correio proibiu o carteiro que entrou em greve de trabalhar aos domingos e feriado. Como 80% dos carteiros de Rio Preto aderiram à greve, o efetivo é muito grande e teria de fazer mutirões”, disse ele.
Em Rio Preto, trabalham cerca de 250 carteiros, 80% aderiram à paralisação. Enquanto a situação não se normaliza, o aposentado Antônio Conessa Martinez fica à espera de um novo cartão para receber a aposentadoria. Ele foi postado pelo INSS há dois meses. “Até hoje o cartão não chegou ainda. O meu está estragado e fico sem receber. Preciso pagar minhas contas”, disse ele.