Expertise pode ser conceituada como:
– competência ou qualidade de especialista;
– característica ou particularidade de especialista.
A “ausência de expertise” nos quadros próprios tem sido usada como argumentação para a contratação de pessoas sem concurso público pela ECT. É o caso dos Assessores Especiais, cuja remuneração só é inferior à de Superintendentes Executivos.
A mesma argumentação – falta de expertise – deve ser usada também para trazer servidores de órgãos da administração direta “cedidos”. É o caso dos técnicos que são importados de diversos órgãos nada relacionados à atividade postal, para aqui ocuparem elevadas posições de assessoria e até de chefia executiva, multiplicando por várias vezes seus vencimentos da origem. Que expertises inexistentes entre os 120.000 trabalhadores dos quadros próprios um professor universitário ou um técnico de nível médio de Ministério, por exemplo, aportariam à ECT? A direção da Empresa não responde, certamente porque entende que não precisa explicar a acomodação por aqui de “amigos do poder”.
A argumentação da “falta de expertise” não resiste a um sopro, pois a ECT dispõe em seu quadro próprio de milhares de profissionais qualificados nas mais diferentes especialidades, sem contar a experiência nos negócios e operações postais. E muitos desses profissionais estão subaproveitados, porque foram “encostados” em atividades de menor relevância para “dar espaço” à designação de outros trabalhadores “mais alinhados”. Essa, aliás, deve ser uma das principais razões do aumento das despesas com pessoal, o que seria comprovado se fosse devidamente analisado.
Cada assessor especial ou servidor cedido que ocupa uma alta posição na Empresa nos custa perto de meio milhão de reais por ano, desnecessariamente.
Assim, em vez de economizar protelando um mais que necessário concurso público para repor vagas que são abertas, a direção da Empresa deveria olhar para o quanto economizaria se soubesse utilizar a expertise dos trabalhadores do quadro próprio e não precisasse importar assessores especiais e cedidos, para montar verdadeiros feudos como os que existem em algumas vice-presidências, com destaque para a que jamais deveria dar esse mau exemplo.
Se a direção da Empresa quer economizar com pessoal, que comece a dar o exemplo e não culpe os trabalhadores pelo aumento das despesas com pessoal e nem os faça pagar pelo que se gasta a mais desnecessariamente com assessores especiais ou cedidos.
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.