Valor
24/01/2014
De olho na oportunidade de expor a marca mundialmente e consolidar a atuação em logística, os Correios serão o operador logístico dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. O acordo, que será anunciado hoje, foi negociado com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e envolve um contrato de prestação de serviços no valor de R$ 180 milhões, com atividades a partir do segundo semestre. Em paralelo, os Correios também investirão R$ 300 milhões para patrocinar o evento.
“Serão três anos de visibilidade internacional da nossa marca e uma oportunidade de confirmar nossa capacidade em um mercado em que concorremos com várias empresas, inclusive algumas gigantes internacionais”, diz o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira.
A decisão de envolvimento direto com a operação de um dos maiores eventos do mundo é, segundo Pinheiro, aderente à estratégia de ampliar a participação da empresa no mercado de logística. Nesse sentido, a empresa contratou a Accenture para fazer uma análise do setor e apoiá-la no desenvolvimento da área. Com a nova atividade, o objetivo é dobrar o faturamento, que em 2013 foi de R$ 16,5 bilhões.
“Estamos avaliando nosso modelo de negócios. Ao contrário do mercado postal, esse é um setor aberto à concorrência, que impõe novos desafios”, disse o executivo. “Temos uma operação pequena de logística. A possibilidade de comprar empresas do setor não está descartada.”
No contrato com o COI, os Correios terão que dar conta desde o transporte de água e alimentos até a montagem e desmontagem das áreas de competições, passando pela bagagem e pelos equipamentos dos atletas. A estimativa é que sejam transportados mais de 30 milhões de itens, com cerca de 400 toneladas de equipamentos de telecomunicações para 45 locais, sejam eles de competição ou não. A operação envolverá mais de 2 mil pessoas.
A empresa será capacitada para operar toda a logística do comércio eletrônico, inclusive o recall de produtos. O investimento para isso foi de R$ 400 milhões em 2012, R$ 500 milhões em 2013 e mais R$ 500 milhões neste ano. Parte desses recursos está sendo aplicada na ampliação da estrutura de distribuição, com a construção de dez novos centros de distribuição.