Correios, Black Friday e a inadequação do PL-591/2021

O comércio eletrônico brasileiro deve alcançar neste ano o maior volume de vendas da história. Isso tem sido apontado pelos sucessivos recordes de postagens de encomendas experimentados pelos Correios nos últimos meses, os quais já bateram várias vezes os números de Black Fridays anteriores.

O fato de os Correios estarem presentes em todos os municípios brasileiros e de praticarem tarifas competitivas para seus serviços de encomendas assegura que as operações de comércio eletrônico no país alcancem de fato todos os brasileiros. Isso tem um grande valor para a sociedade, que se vê incluída pelo serviço postal, e para a economia em geral, que tem nos Correios uma alternativa completa em termos de abrangência de entregas.

Antes de pensar em privatizar os Correios, colocando em risco essa infraestrutura que está montada e funcionando, o governo federal deveria refletir sobre os inúmeros benefícios que a presença de um correio público traz para um país como o Brasil, com extensão continental e grandes assimetrias entre as regiões.

O volume recorde de encomendas que a Black Friday aportará nos Correios em 2021 se soma às diversas premiações recebidas neste ano, as quais demonstram que a atuação da Empresa tem sido bastante exitosa, além de lucrativa para o próprio governo.

O PL-591/2021, que privatiza a toque de caixa os Correios, não tem, portanto, nenhuma razão de ser e deve ser rejeitado pelo Senado. Melhor deixar os Correios batendo recordes de postagem, cobrindo todo o país, ganhando prêmios nacionais e internacionais e ainda dando lucro.

 

ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios

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