Compras on-line exigem mais de operadoras

Valor

11/12/2014

 

Atender ao aumento de negócios trazidos pelo comércio eletrônico exige que as maiores operadoras logísticas estejam preparadas para acompanhar as encomendas em todas as etapas. Os Correios fizeram investimentos de R$ 230 milhões nos últimos três anos e R$ 140 milhões só em 2014 em sistemas de armazenamento de dados e rastreamento. A empresa é parceira dos maiores portais de comércio eletrônico do país que abrigam em torno de 40 mil sites de vendas. São mais de 6 mil lojistas com contratos para entregas de encomendas.

 

“Há 15 anos a entrega de encomendas representava menos de 20% do total da receita e hoje representa 37%. Desse montante pelo menos 25% da receita corresponde ao fluxo de encomendas do comércio eletrônico”, diz o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira. As mensagens tradicionais (principalmente cartas e correspondência bancária) ainda representam 44% do faturamento dos Correios.

 

“Estamos preparados para atender o segmento de comércio eletrônico, que tem crescido 30% ao ano no país”, afirma Oliveira. Para aumentar a rastreabilidade das encomendas, a empresa está investindo no uso de smartphones para atualização, em tempo real, das informações de entrega do “Sedex 10” realizado por 2,2 mil carteiros em 14 Estados. Até o fim do primeiro semestre de 2015, todos eles estarão com smartphones.

 

O dispositivo permite reduzir o tempo da preparação da lista e da liberação da carga e o monitoramento do percurso do carteiro. Com isso eles conseguem realizar o mesmo volume de entregas com aproximadamente 50 minutos a menos no dia. “Estamos trabalhando em sistema para identificação geográfica da entrega, por meio do GPS do celular, e a visualização do aviso de recebimento”, diz Oliveira.

 

A empresa criou um grupo de especialistas para estudar a aplicação e uso da tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) para a leitura do lote de encomendas nos caminhões e centros de distribuição e também está desenvolvendo um aplicativo móvel para calcular preços e prazos, conforme o produto.

 

Outro projeto prevê aumentar a interatividade do cliente om os correios com o envio de SMS aos usuários que cadastrarem seu número de celular no site, passando a receber as atualizações sobre o itinerário da encomenda. “O sistema permite avaliar o tempo que a encomenda demora para ir do centro de distribuição ao destino. E o usuário pode reagendar a entrega, caso não esteja em casa no período, reduzindo erros”, diz Oliveira.

 

A empresa também está fazendo um teste piloto com terminais de auto serviço de caixa postal onde o cliente pode receber sua encomenda em local público. A partir do pré-pagamento da remessa, recebe o produto em uma caixa postal com a digitação de uma senha. Os pilotos estão em 14 cidades no Paraná e Rio de Janeiro e em Brasília e devem se espalhar pelo Brasil.

 

Com foco no mercado internacional, a DHL registrou aumento expressivo no trânsito de encomendas devido ao comércio eletrônico e priorizou o investimento em tecnologias para o acompanhamento e rastreamento das entregas até o destino final. Segundo Amaury Vitor, gerente de operações da DHL Express, a segurança é uma das maiores preocupações. “O mercado cresceu e, na mesma proporção. as tentativas de roubo de carga”, diz. Os veículos são equipados com aplicativos de segurança, rastreamento veicular, GPS e travamento automático de portas.

 

“Temos áreas de maior incidência de risco onde são tomadas precauções adicionais com a redução do número de mercadorias por veículo, além de dispositivos que rastreiam os produtos no caso de se desviarem da rota”, afirma. Ao comprar em um site no exterior, é emitido um documento que acompanha a carga. É feita a leitura do código de barras das mercadorias a cada parada, gerando um registro. Essa leitura é transferida para uma base de controle e a informação vai para o site do cliente que acompanha todo o trajeto. A DHL estuda intensificar o uso da etiqueta eletrônica com RFID em todas as fases do processo.

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