Presidente dos Correios tenta evitar paralisação
VALOR ECONÔMICO
25/4/17
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, tem dedicado boa parte de sua agenda às tratativas com os sindicalistas a fim de convencer os funcionários da estatal a não paralisar os trabalhos neste momento.
“Uma greve agora seria horrível para os Correios. Jogaria por terra todo o esforço que fizemos até aqui para honrarmos os nossos compromissos”, afirmou o presidente ao Valor se referindo à paralisação evitada no fim do ano passado.
Os trabalhadores dos Correios já foram convocados por sindicatos da categoria para decidir amanhã sobre a possibilidade de dar início a uma greve, em meio a uma situação financeira delicada enfrentada pela estatal. Se aprovada, a paralisação dos trabalhos terá início no mesmo dia da realização da assembleia, com suspensão imediata das atividades pelos funcionários do turno da noite.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), José Rivaldo da Silva, afirmou que o movimento grevista surgiu porque a categoria não aceita mais assistir a “perdas de direitos” para ajudar sozinha a estatal a enfrentar a atual situação de dificuldade financeira. Para o dirigente sindical, a diretoria da estatal precisa apresentar aos trabalhadores uma estratégia convincente de recuperação do negócio.
Nos últimos anos, os Correios tentam levar a frente um plano de modernização das atividades para reduzir a dependência da receita com serviços postais. Embora atue com exclusividade no mercado de entrega de correspondências, o serviço tem cedido espaço às novas tecnologias.
Hoje, além da diminuição de receita na entrega de cartas, a estatal ainda sente os efeitos do rombo no fundo de pensão dos funcionários (Postalis) e enfrenta dificuldade em avançar na negociação com os empregados sobre a divisão de despesas crescentes do plano de saúde, que neste ano deve chegar a R$ 1,8 bilhão. No ano passado, o benefício custou R$ 1,6 bilhão.
O dirigente da Fentect acha difícil ceder aos apelos do presidente enquanto a diretoria da estatal tem tomado decisões contrárias aos interesses da categoria. Ele mencionou a produção de um parecer jurídico que possibilitaria a demissão de trabalhadores concursados, a suspensão de férias para conter gastos e o recente pedido ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que intervenha nas negociações sobre o custo do plano de saúde.
“Os motivos da greve são muito frágeis. Os trabalhadores precisam cair em si e se dar conta que o plano de saúde de hoje consome 10% do faturamento”, disse Campos. Para ele, o gasto com pessoal precisa ser revisto para que a estatal dê seguimento a sua reestruturação, que já deve mostrar resultado ao longo dos próximos meses.
O presidente dos Correios avalia que a estatal precisa urgentemente elevar a produtividade com investimento na área operacional. “Nosso crescimento no setor de encomendas está abaixo do mercado como um todo. Precisamos de mais investimento em automação e tecnologia da informação”.
Campos afirmou que, sem poder contar com recursos do governo, tem buscado parcerias e financiamento oferecido pelos próprios fornecedores. Além disso, tem conversado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES) para financiar a compra do novo maquinário.
Correios: a onda do e-commerce e a onda da privatização
Opinião e Notícia
25 abr, 2017
No último dia 28 de março, na sequência de uma série de reportagens veiculadas em alguns dos principais telejornais da Rede Globo sobre a decadência dos serviços postais em um país de resto esfacelado, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse à Folha de S.Paulo que não está descartada a hipótese de privatização dos Correios do Brasil, empresa que, segundo Kassab, foi arruinada pela má gestão pretérita e, segundo o senso comum, foi castigada pela internet, ou melhor, pela substituição de serviços postais por ferramentas digitais, nomeadamente a da carta pelo e-mail. “Ou nós vamos recuperar os Correios cortando gastos e procurando encontrar receitas na prestação de serviços adicionais ou nós vamos caminhar para a privatização do todo ou de parte”, disse Kassab.
Mas, como bem é sabido, correios e internet existem em outras partes do mundo. A rigor, no mundo inteiro. E os exemplos de como empresas públicas de serviços postais de outros países vêm tentando superar as dificuldades dos tempos que correm não apontam para cortes de gastos ou tampouco indicam qualquer desespero para achar fontes adicionais de receitas, como sugere o ministro Kassab, muito menos ecoam lamentos sobre a concorrência da rede. Ao contrário. A solução tem sido investimento, e investimento em soluções que acompanhem e atendam o boom mundial do e-commerce, segmento que no Brasil deve crescer até 15% em 2017, segundo o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti.
Os exemplos são muitos, mundo afora, mas em vez de ir buscá-los nos Correios das nações mais desenvolvidas, sobre os quais sempre se pode dizer que dispõem de recursos fartos para empreitadas mais arrojadas e ambiciosas (o USPS, correio norte-americano, já está testando quiosques de despacho rápido de encomendas dentro de suas agências exclusivos para quem vende no eBay), é prudente ir buscá-los em países que padecem de dificuldades estruturais e conjunturais por certo ainda maiores do que as brasileiras, tendo em vista que Kassab acena com mais uma liquidação de uma empresa pública que até há pouco, muito pouco, era modelo de eficiência em sua atividade porque, segundo ele, o governo não tem recursos para injetar ali.
São países como o Camboja, proibido de tomar empréstimos internacionais por causa de uma dívida não paga com os EUA da época da guerra do Vietnã. Em janeiro último, Ork Bora, diretor geral dos correios cambojanos, anunciou que, depois de um ano de estudo e preparação, a empresa estatal de serviços postais do país lançará ainda no primeiro semestre de 2017 uma plataforma de comércio eletrônico que permitirá a qualquer pessoa, física ou jurídica, usar a internet para vender mercadorias usando a tecnologia de quem também as entrega, reduzindo custos aos varejistas digitais. Além disso, o senhor Bora ressaltou que os correios cambojanos já estavam, àquela altura, entregando nada menos do que 100 toneladas por mês em produtos vendidos pela gigante chinesa de e-commerce Alibaba, em uma parceria de sucesso que já vem rendendo novas e significativas receitas para a estatal.
Na Nigéria, castigada pela fome, por epidemias (como uma atual de meningite), pelo Boko Haram, pela corrupção — sempre ela — e à beira de uma das maiores crises humanitárias do planeta, segundo o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PMA), a empresa pública de correios, a NIPOST, também acaba de anunciar uma série de medidas para modernizar, rentabilizar e dar mais eficiência aos serviços postais. Entre essas medidas, está a estipulação de metas de geração de receitas para os gerentes regionais, dando-lhes autonomia para a criação de novos serviços que atendam às demandas locais e para aperfeiçoar os serviços já existentes. Entre essas medidas está também a criação de um departamento de comércio eletrônico, em consonância com a tendência mundial.
E, ainda no fim de 2016, na República Popular do Bangladesh, país asiático que é do tamanho do Amapá, mas que tem a oitava maior população do mundo, a maioria camponeses pobres e analfabetos, a ministra dos Correios e Telecomunicações, Tarana Halim, anunciou a criação de uma divisão, chamada “Serviços de E-commerce dos Correios”, que é o resultado concreto, a consumação de um acordo firmado anteriormente prevendo que os correios bengalis sejam responsáveis pela entrega de todas as encomendas feitas pela internet às empresas integrantes da Associação de E-commerce do Bangladesh (e-CAB, na sigla em inglês).
Nos últimos anos, o passo mais largo dado pelos Correios do Brasil no sentido de surfar na onda do e-commerce foi a criação em novembro do ano passado do serviço Correios Log, não obstante voltado apenas para os pequenos operadores do comércio eletrônico no Brasil, a quem os Correios oferecem, agora, além de coleta e entrega de mercadorias, também uma solução de logística integrada (e-fulfillment), abrangendo desde a armazenagem e o manuseio das encomendas até a logística reversa. Em “contrapartida”, os Correios mataram um mês depois o seu mais popular serviço de entregas para o e-commerce de pequeno e médio porte, o e-Sedex.
Enquanto isso, os grandes operadores do e-commerce nacional voltam-se para as transportadoras. A B2W, empresa dona das lojas Submarino e Americanas.com, adquiriu há não muito tempo duas transportadoras especializadas em entregas de pequenos volumes. O WalMart tem seus centros de distribuição no Brasil operados pela FedEx. Nenhuma grande varejista do comércio eletrônico brasileiro, com exceção do Mercado Livre, entrega mercadorias pelos correios.
A um local onde a Amazon entrega o livro I de “O Capital”, editado pela Civilização Brasileira, cobrando míseros 7,90 reais de frete (e pagando míseros R$ 3,00 por entrega, mais combustível, ao entregador terceirizado), um vendedor da Estante Virtual, que só entrega pelos Correios, cobra não menos que R$ 13,25 para enviar. Pelo Mercado Envios, a parceria do Mercado Livre com os Correios, o livro chega por R$ 20,00. Tendo em vista que o livro em si dificilmente se compra por menos de 60 reais, é bom pensar, como dizia a material mom de Karl Marx, em juntar algum capital, em vez de só ficar escrevendo — ou, no caso, lendo — sobre ele…
No último domingo, 23 de abril, o colunista da Folha de S.Paulo Janio de Freitas pareceu cantar a pedra sobre uma outra onda, a da liquidação:
“A onda, apenas iniciada, sobre venda dos Correios por causa de prejuízos tem explicação simples. O crescimento das vendas pela internet faz do serviço de entregas um dos negócios mais promissores do Brasil, sendo já sucesso financeiro em muitos países. A conversa de prejuízo, a alegada falta de perspectiva e a liquidação de agências esvaziam o valor da empresa. Para privatização, com grupos já interessados e na ativa, no ano que vem”.
Oito propostas têm alta chance de aprovação pelo Legislativo federal
VALOR ECONÔMICO
25/4/17
Com urgência aprovada na quarta-feira pela Câmara dos Deputados, a reforma trabalhista do governo tem alta chance de se tornar uma lei nos próximos 180 dias, segundo levantamento do grupo Estudos Legislativos e Análise Política do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap/Ello) para o Valor Política. Ao todo, o Congresso tem oito propostas na pauta desta semana com muito alta ou alta probabilidade de aprovação.
A reforma promove profundas modificações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecendo que o negociado entre sindicatos e empresas prevalecerá sobre a legislação em alguns pontos, como parcelamento de férias. Além disso, amplia a jornada de trabalho parcial e, na versão do relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), regulamenta a jornada de trabalho intermitente, dificulta o acesso à Justiça do Trabalho e acaba com o imposto sindical.
A proposta ainda está em uma fase intermediária de tramitação. O plano do governo é aprovar o projeto em uma comissão especial na terça-feira e iniciar a discussão em plenário no dia seguinte. A matéria ainda vai ao Senado e qualquer alteração obrigará a Câmara a avaliar as mudanças. Mas, de acordo com o Cebrap/Ello, a chance de aprovação é alta.
Os deputados ainda discutem esta semana a medida provisória (MP) que autoriza prorrogação e relicitação das concessões de ferrovias, rodovias e aeroportos em troca de mais investimentos ou para garantir os já combinados, mas cujas empresas estão com dificuldade de execução (com muito alta probabilidade de aprovação) e o projeto de Recuperação Fiscal dos Estados (alta chance de se tornar lei em seis meses).
Além disso, consta na pauta da Câmara, com muito alta possibilidade de aprovação, projeto que proíbe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de vetar inibidores de apetite e, com alta chance, a punição para quem cometer crimes contra a propriedade industrial, mudança nas regras de governança dos fundos de pensão e a criação de uma política nacional de combate aos efeitos danosos do sol, com incentivo à compra de protetores solares.
Já no Senado, o único item com alta chance de aprovação é projeto de lei que define as atividades das franqueadas dos Correios como “auxiliares” ao serviço postal, com tributação de acordo com o percentual de venda dos produtos e serviços – e não de intermediação de negócios, como algumas cidades tentam tributar para cobrar ISS. Se aprovada, a proposta segue à sanção.
Ao todo, 41 projetos com impacto econômico estão na pauta do Legislativo nesta semana para votação em plenário ou conclusiva nas comissões (quando dispensa análise pelo plenário). A projeção sobre o potencial de virarem leis é feita com base em um modelo estatístico que considera o histórico de votações do Legislativo desde 1988.
O erro repetido
O GLOBO
COLUNA MIRIAM LEITÃO
25/4/17
Está acontecendo com a reforma da Previdência de Temer o que aconteceu com todas as outras. As pressões corporativas aumentam, o governo cede em partes, e cada vez há mais concessões a fazer.
Depois, o governo decide que qualquer reforma é melhor do que nenhuma. Até o último momento os defensores de grupos de interesse vão tirando nacos do projeto. No fim, é aprovado um conjunto disforme e ineficiente.
A decisão do governo de fazer uma reunião no fim de semana para interromper a escalada das concessões é boa, mas pode ser insuficiente. O rolo compressor já começou e ele não vai parar. Uma das estratégias é tentar adiar para ver se assim aumenta a chance de aprovação do projeto. Pode ser mais um risco estratégico.
Desde o começo o governo perdeu a batalha da comunicação. Claro que é muito mais agradável ouvir a tese de que não há déficit. Se o problema não existe, não há com o que se preocupar. Recentemente, num debate, uma jovem de uma das favelas do Rio me perguntou sobre a inexistência do déficit. A teoria que ela repetiu é que se somarmos todos os impostos da seguridade não haverá déficit.
O curioso é que a jovem em questão, inteligente e de apenas 25 anos, trabalha, mas não vai se aposentar precocemente por vários motivos. Ela não está no mercado formal e, por isso, não está contando tempo de contribuição. Quando for a vez dela, a idade mínima pode até ser maior do que os 62 e 65 anos. Quem ganha com a informação falsa de que o déficit não existe são os que têm a proteção que não estará disponível para ela. A pergunta bem formulada mostra que os defensores da tese foram eficientes. E o governo não conseguiu neutralizar essa campanha. Não conseguiu mostrar como é injusta a proposta dos adversários da reforma de que todos os impostos que existem para cobrir a saúde e os programas sociais sejam dirigidos para financiar o sistema de pensão e aposentadoria, no qual os que ganham mais se aposentaram mais cedo.
O governo capitulou desde o primeiro momento quando deixou as Forças Armadas de fora. Daí em diante, foi criando exceções para grupos e profissões. Depois, diminuiu a idade mínima da mulher, apesar de só POSTALIS começar a valer apenas daqui a 20 anos.
O risco da reforma é ser fraca demais e não ser capaz de solucionar o problema. Funcionários receberem o salário integral quando se aposentam e ainda terem reajustes do mesmo percentual dos da ativa é um peso insustentável para as contas públicas. Ao longo do tempo foram criadas algumas barreiras a essas duas prerrogativas. Mas o fato é que o funcionalismo público federal tem um déficit de R$ 77 bi, apesar de serem apenas um milhão de beneficiários. Do ponto de vista relativo, é o déficit mais alto do Brasil.
Os funcionários de estatais sempre tiveram o privilégio de ter o governo poupando em seu nome. Durante anos, o Tesouro aplicou nos grandes fundos de pensão um valor muito maior do que o aportado pelos beneficiários. Agora, uma parte desse sistema de aposentadoria, capitalizado pelo dinheiro público, está ameaçado pelos erros cometidos nos governos do PT de impor aos fundos das estatais investimentos em projetos que não deram retorno. O “Estadão” publicou na edição de ontem que o déficit atuarial dos fundos chegou a R$ 70 bilhões. Era R$ 9 bilhões em 2012. Projetos e parcerias como Sete Brasil, Invepar, Oi, hidrelétricas da Amazônia jogaram prejuízo sobre os fundos. Em alguns casos, houve desvio diretamente, como o que atingiu a Postalis. Funcionários dos Correios que se aposentam agora estão sendo obrigados a contribuir com 30% do que ganham para reequilibrar o fundo.
Não há um problema da Previdência, há vários. Há o desequilíbrio do INSS, o déficit dos servidores federais, o rombo dos servidores estaduais. Isso tudo somado é um buraco de mais de R$ 300 bilhões por ano. O déficit dos fundos de pensão é outro problema que exigirá recursos das empresas públicas.
Normalmente, a patrocinadora e os beneficiários dividem a conta do fiasco.
É claro que o governo tem que fazer algo mais do que a reforma, como cobrar as dívidas com o INSS, como as do JBS por exemplo. E tem que rever os abusos das isenções previdenciárias. Mas é irresponsabilidade com o futuro defender grupos de interesse em vez de olhar a necessidade do país em assunto tão grave.
Mas é o que está acontecendo neste momento. E, nesse olhar para os interesses particulares, o Congresso está perdendo a visão de conjunto.
Trabalhadores dos Correios decidem na quarta-feira se deflagram greve
Portal o Dia
24/04/2017
Os trabalhadores dos Correios estarão reunidos em assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (26) para deliberar sobre a aprovação de uma greve, prevista para iniciar a partir das 22 horas do mesmo dia, e com duração por tempo indeterminado.
A assembléia acontecerá às 18 horas, no pátio do edifício sede dos Correios, localizado na Rua 7 de Setembro, centro de Teresina. A greve tem como objetivo protestar “contra o desmonte dos Correios e a falta de segurança nas agências; pelo retorno da entrega diária; pela abertura dos livros contábeis da empresa; contra as ameaças de demissões; e contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária.”Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI), a categoria vem sofrendo diversos ataques, tanto dentro como fora da ECT. “Os Correios não contrata ninguém desde 2011, todavia, tem aberto o PDIA (Pedido de Dispensa Incentivada para Aposentados), onde o trabalhador tem se desligado da ECT até mesmo contra a vontade, sofrendo inclusive ameaças diretas da direção. Agora, no último período, os Correios implementou a DDA (Distribuição Domiciliária Alternada), onde o carteiro trabalha cotidianamente com as correspondências e encomendas acumuladas dos dias anteriores e ainda com o quadro reduzido pela metade em todos os centros de distribuição domiciliária, os chamados CDD’s. Tanto os trabalhadores quanto a população sofrem com a precarização dos serviços, com o fechamento de agências e a falta de segurança”, afirma o sindicato, por meio de nota divulgada nesta segunda-feira.
De acordo com o presidente do Sintect-PI, Edilson Nete, a situação tem causado problemas graves relacionados à qualidade do trabalho e à saúde dos funcionários, prejudicando diretamente a população.
“Os carteiros têm tratado o mesmo número de objetos que antes eram distribuídos equitativamente entre todo o efetivo das unidades. O excesso de serviço e a falta de trabalhadores fazem com que o trabalhador sofra graves problemas de saúde, como lesões por esforços repetitivos (LERs), distúrbios osteo-musculares relacionados ao trabalho (DORTs), depressão, problemas de coluna, tendinites, dentre outros. Isso sem falar das doenças que são desencadeadas pelos assaltos, que não são poucas, como a síndrome do pânico. Além de tudo isso, a direção recentemente suspendeu as férias do pessoal com período concessivo iniciado em 2017 e, como se não bastasse, quer liquidar de vez com o plano de saúde, estabelecendo mensalidades em cima de um salário extremante defasado, que não suporta mais nenhum tipo de desconto, pois já foi demais subtraído pelo fundo de pensão”, protesta o presidente do sindicato.
Paralisação nacional está marcada para o dia 28 de abril
Atendendo ao chamado das centrais sindicais, no dia 28 de abril os trabalhadores dos Correios estarão participando da “Paralisação Nacional contra a Reforma da Previdência e Trabalhista”. A concentração do movimento será na Praça Rio Branco, a partir das 8 horas.
Órgão do Cade recomenda condenação dos Correios por práticas anticompetitivas
G1
24/04/2017
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao Tribunal do órgão que condene a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos por praticar condutas anticompetitivas.
Os Correios informaram que “não praticam condutas anticompetitivas, o que foi demonstrado nos autos do processo perante o CADE” e que “aguarda agora a análise de sua defesa pelos membros do tribunal.”
A investigação feita pela Superintendência encontrou indícios de que os Correios agiram para excluir concorrentes do mercado de entrega de produtos e extender, para outros setores, o monopólio legal que têm na entrega de cartas.
O processo administrativo foi aberto após denúncia do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).
Práticas anticompetitivas
De acordo com o Cade, uma das práticas adotadas pelos Correios foi mover, contra concorrentes, dezenas de ações judiciais “repetidas e sem fundamento objetivo”, prática conhecida como “sham litigation.”
“Para a Superintendência, a prática indicaria a realização de sham litigation por parte da ECT [Correios]. O fato de os Correios insistirem em um alto número de ações e pedidos de liminar potencialmente sem fundamento representaria um custo significativo para os clientes e demais empresas que atuam neste setor, trazendo consequências danosas para a concorrência, como a retirada de players do mercado, redução da competição, imposição de barreiras à entrada, preços mais elevados, menor qualidade e velocidade de prestação do serviço, e menor variedade de opções para a base consumidora”, informou o Cade em nota.
A Superintendência aponta ainda indícios de que os Correios não vêm prestando de maneira adequada alguns dos serviços dos quais manteve o monopólio após decisões favoráveis da Justiça. Neste caso, a empresa “privaria as concorrentes do direito de prestar um serviço que ela mesma não realiza e “as pessoas e empresas consumidoras de obter o serviço no mercado.”
O órgão do Cade aponta o caso das entregas de cartões e talões de bancos, em que “há indícios de que a estatal não apresenta rastreamento e controle de entrega, previsibilidade de prazo e agilidade, garantia de inviolabilidade e modalidades especiais, além de não estar disponível para entrega domiciliar em várias localidades de grandes cidades brasileiras.”Ainda de acordo com a Superintendência, “as vitórias judiciais dos Correios em casos sobre produtos como cartões magnéticos, talões de cheque e entregas de motofrete, combinada com o fato de que a empresa não está prestando o serviço de forma adequada, implicaria em uma postura contraditória que resulta em restrição pura e ilícita à concorrência – prática conhecida como naked restraint.”
De acordo com a Superintendência, há ainda indícios de que os Correios “impedem ou dificultam o uso” de sua estrutura por outras empresas.
“No segmento de entregas do comércio eletrônico e nos serviços voltados ao setor financeiro verificou-se que os Correios se recusam a trabalhar com alguns concorrentes, liberando seus serviços apenas às empresas que não competem com a estatal”, aponta o órgão do Cade em nota.
Caso o Tribunal do Cade siga a recomendação da Superintendência e confirme a condenação, os Correios podem ter que pagar multa de até 20% do seu faturamento bruto no ano anterior ao da instauração do processo. Não há prazo para a decisão do Tribunal.
Ajuste nos Correios exigirá cortes de
benefícios de empregados, diz Kassab
G1
24/04/2017
Na semana passada, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a estatal teve um prejuízo estimado de R$ 400 milhões no primeiro trimestre, isso após ter tido prejuízo anual de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016.
De acordo com Kassab, medidas de ajuste estão sendo negociadas com sindicatos e devem ser suficientes para conter a sangria financeira da estatal.
“Tem que fazer; é o único jeito de evitar que a empresa tenha que ser privatizada”, afirmou Kassab.
Mais cedo, a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou que os Correios praticam condutas anticompetitivas ao tentar ampliar para outros tipos de produtos o monopólio que a empresa estatal possui sobre a entrega de correspondência.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. Na semana passada, o presidente dos Correios disse que a empresa não tem condições de arcar com sua folha de pagamentos. Segundo ele, demissões de servidores concursados estão em pauta.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa. “A economia com esses 5,5 mil é de R$ 700 milhões anuais e essa marca alcançada com o PDI fica aquém da necessidade da empresa. Precisamos ter outras ações para enxugamento da máquina da empresa”, afirmou Campos na quinta-feira passada (20).edidas duras de redução de custos serão necessárias nos próximos meses para tentar melhorar a situação financeira dos Correios, incluindo cortes de benefícios de empregados, disse nesta segunda-feira (24) o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
“Vamos ter que tomar medidas, especialmente no Postal Saúde”, disse Kassab à Reuters, se referindo ao plano de assistência médica dos empregados dos Correios.
‘Quero ter um pouco mais de segurança’, diz servidora dos Correios
Estadão
24 Abril 2017
A servidora Ângela Maria Fabri Peçanha completa 60 anos no próximo dia 12, quando se aposentará da função de agente dos Correios. “Deveria estar tranquila porque chegou a hora da minha sagrada aposentadoria depois de trabalhar 42 anos na empresa, mas estou completamente insegura”, afirma. “Todo ano tem déficit. Parece um buraco sem fundo. A gente ouve que recuperou e prendeu os antigos dirigentes. Mas cadê o dinheiro de volta?”, questiona.
Ela começou a trabalhar como telefonista em uma agência dos Correios a quatro dias de completar 18 anos. A adesão ao Postalis foi feita assim que o fundo foi criado, em 1981. Às vésperas de se aposentar, com medo de não ter garantido o pagamento dos benefícios pela entidade, Ângela pensa em fazer a portabilidade para a previdência privada de um banco. “Queria ter um pouco mais de segurança”, diz. Quase um terço do benefício que ela passará a receber será descontado para cobrir o rombo do Postalis, que vem apresentando déficits seguidos nos últimos anos. Desde o ano passado, quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, além dos Correios, pagam contribuições extras para equacionar o rombo do plano de benefício definido (um tipo de plano mais antigo, que foi suspenso a novos participantes, em que o benefício era previamente estipulado, independentemente da evolução das contribuições).
O desconto mensal atual, de 17,92%, foi calculado para cobrir o rombo de 2014, de R$ 5,6 bilhões. Ele incide sobre o valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício. Nesse porcentual está incorporada a contribuição extra anterior, de R$ 3,94 bilhões, que estava sendo feita para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão de 2012 e 2013. Esse desconto deve aumentar neste ano. Isso porque, para equacionar o rombo de 2015 (R$ 1,4 bilhão), a contribuição extra deve subir mais 2,73 pontos porcentuais, chegando a 20,65%. Se incluídos os 9% de custeio mais taxa de administração, a tesourada ultrapassa 30%. A contribuição extra ainda poderá aumentar porque o Postalis também deve registrar um déficit.
O charme da comunicação em papel
Conselhocorreios.blogspot.com.br
24/04/2017
Em 1996, com a aceleração da chegada da internet aos lares e empresas brasileiras, muitos indagavam o que seria dos Correios, já que o e-mail se apresentava como um sucedâneo bem mais conveniente e econômico. Antes disso, na década de 1980, a mesma coisa acontecera, quando da chegada do FAX.
A resposta dos Correios veio rápido – em vez de se colocar contra a nova tecnologia que chegava, a Empresa buscou agregar valor a seus serviços, incorporando a novidade. Nasceram assim, já em 1997, a carta e e telegrama via internet. Os correios brasileiros foram o primeiro do mundo a levar o telegrama para a internet e o segundo a fazer isso com a carta (por uma semana de diferença do pioneiro, que foi o correio do Uruguai).
Além disso, os Correios continuaram investindo em melhorias de seus serviços, diversificaram seu portfólio de serviços de carta voltados a empresas, aprimoraram os serviços de mala direta e desenvolveram serviços híbridos, de forma que a comunicação em papel continuou bem relevante ao longo de todos esses anos.
Mesmo a falsa alegação de que a correspondência em papel significava a destruição de florestas não esmoreceu a utilização da comunicação impressa, muito mais conveniente para um grande número de clientes. Na verdade, o processo de reflorestamento não só gera empregos mas é também benéfico para o meio ambiente, como pode ser facilmente constatado lendo a respeito.
A utilização da comunicação em papel diminuirá com o tempo? Sim, isso ocorrerá no Brasil, como já vem acontecendo em várias partes do mundo. Mas não se trata em absoluto de algo que vá tornar obsoletos de um dia para o outro os serviços baseados na comunicação em papel. Pelo contrário, em algumas situações, tais serviços terão até um diferencial importante a ser explorado, notadamente no que se refere ao marketing direto. O contato táctil e visual com uma peça bem impressa em papel tem seu apelo e seu charme, os quais continuarão agradando a muitos por um bom tempo.
E a pesquisa abaixo transcrita mostra como mesmo os millennials vêm com simpatia a mala direta.Se você achava que a tecnologia digital matou completamente a boa e velha mala direta, pense de novo. Pelo contrário, as novas tecnologias estão permitindo que o uso cada vez mais inteligente dos dados crie ações e campanhas mais precisas, mais personalizadas, mais eficientes e mais relevantes. Durante o Engagement Marketing Executive Symposium, da Ricoh, realizado em Boulder, Colorado, no final do ano passado, Jeff Hayes, diretor da consultoria InfoTrends, compartilhou os dados oleados em uma pesquisa sobre uso de mala direta pelos consumidores. O estudo ofereceu prova positiva de que os millennials – surpresa! — gostam dos impressos. 23% dos entrevistados preferem receber e-mails sobre uma oferta, mas 33% disseram preferir uma mala direta – na faixa entre 18-24 anos, os números foram 36% e 38% respectivamente. O interesse dos millennials por malas diretas foram também evidentes em outra questão: “o que é mais eficaz para fazer você tomar uma decisão?” 28% apontaram mala direta, 20% e-mail – millennials: 30% mala direta, 24% e-mail. Fonte: Direct Marketing News
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A comunicação em papel tem, portanto, sua importância e sua relevância para os clientes, as quais devem ser valorizadas pelos integrantes dessa indústria, entre os quais estão os diversos correios do mundo, que transportam e entregam milhões de objetos diariamente.
Café no bule dos Correios
O ANTAGONISTA
24/4/17
Os Correios têm um novo garoto propaganda: Ratinho.
O contrato foi assinado no fim da semana passada.
Agora vai.
Negócios
FOLHA DE S. PAULO
COLUNA JÂNIO DE FREITAS
23/4/17
A onda, apenas iniciada, sobre venda dos Correios por causa de prejuízos tem explicação simples. O crescimento das vendas pela internet faz do serviço de entregas um dos negócios mais promissores do Brasil, sendo já sucesso financeiro em muitos países. A conversa de prejuízo, a alegada falta de perspectiva e a liquidação de agências esvaziam o valor da empresa. Para privatização, com grupos já interessados e na ativa, no ano que vem.
É o governo Temer em ação. Até a próxima Lava Jato.
Demissão de concursados dos Correios ainda está em pauta, diz presidente
G1
20/04/2017
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou nesta quinta-feira (20) que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo o presidente da estatal, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.
“Temos um estudo encomendado e a possibilidade de demissão motivada ainda está na pauta. A empresa não tem condições de arcar com a sua folha de pagamento”, disse Campos.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa. “A economia com esses 5,5 mil é de R$ 700 milhões anuais e essa marca alcançada com o PDI fica aquém da necessidade da empresa. Precisamos ter outras ações para enxugamento da máquina da empresa”, afirmou Campos antes de participar de uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.
Prejuízo
Campos afirmou que no primeiro trimestre de 2017 o prejuízo estimado dos Correios foi de R$ 400 milhões. O número exato, no entanto, ainda não foi fechado. A estatal tem acumulado prejuízos nos últimos anos.
Recentemente o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, afirmou que os Correios correm “contra o relógio” para evitar a privatização. Segundo Kassab, a estatal necessita de um profundo corte de gastos para não ser privatizada.
Sindicato
O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rivaldo, afirmou que o presidente da estatal ainda não chamou os trabalhadores para falar sobre a possibilidade de demissão de servidores concursados. “Nós da federação somos totalmente contrários a demissão de servidores. Nossa proposta é garantir o emprego de todos os 117 mil servidores da casa”, afirmou.
Fechamento de agências
Em meio à mais grave crise financeira de sua história, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) planeja também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento de cerca de 200 agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.
A empresa acumula dois rombos de R$ 4 bilhões nos últimos dois anos. Os Correios fecharam o ano passado com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, após registrar perdas de R$ 2,1 bilhões em 2015. “Estamos trabalhando para reverter esse quadro. O objetivo é colocar a empresa no azul neste ano”, disse o presidente ao G1 em entrevista em fevereiro.
A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de 1 mil franqueadas.
Os Correios acompanham o movimento de racionalização e corte de pessoal que também está sendo feito por bancos estatais como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Em tempos de recessão e rombo recorde nas contas públicas, o governo tem incentivado esses programas de desligamento voluntário, até mesmo para tentar afastar a necessidade de aporte federal em estatais em dificuldades financeiras.
Levantamento publicado pelo G1 no mês passado mostrou que programas de cortes em estatais já tiveram a adesão de mais de 37 mil funcionários em 2 anos e que novos planos anunciados podem gerar mais de 22 mil cortes adicionais.
Plano de saúde
Para Campos, outro ponto fundamental para reestruturar o orçamento dos Correios é encontrar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários dos Correios, o Postal Saúde. Segundo ele, este custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos.
Pelo modelo, a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%. “Estamos negociando com os trabalhadores, com os sindicatos, buscando uma alternativa. Nos moldes que está é impossível de ser mantido”, diz.