Em Portugal, após privatização, crescem as queixas contra o serviço dos correios
Rádio Renascença
02 mar, 2020
No ano passado foram mais de 100 mil, uma subida de 4% face ao ano anterior.
Há cada vez mais reclamações sobre os serviços postais. No ano passado, a ANACOM recebeu um total de cerca de 100 mil queixas, o que representa uma subida de 4% face ao ano de 2018.
Ouvida pela Renascença, a porta-voz do regulador explica que o crescimento foi impulsionado pelas reclamações sobre os serviços postais.
“Apesar de o número global ter aumentado, a reclamação sobre o sector das comunicações eletrônicas desceu ligeiramente (1%). Enquanto que as reclamações relativas aos serviços postais foram as que mais cresceram, tendo registado um aumento de 18%”, confirmou Ilda Matos, acrescentando que que as situações mais reclamadas foram, sobretudo, os atrasos nas entregas e a entrega de objetos no domicílio, designadamente a falta de tentativa de entrega.
Os CTT foram o prestador mais reclamado, sendo responsáveis por 83% das queixas das reclamações sobre o setor postal. Já nos serviços de comunicações eletrônicas, a MEO foi o prestador mais reclamado (36%), seguida da NOS (32%), da Vodafone (28%) e da NOWO/ONI (4%).
Globalmente, o tema mais reclamado foi a faturação de serviços (29% das reclamações do sector), seguida da contratação de serviços, registada em 25% das reclamações do sector das comunicações eletrônicas. Juntos, estes dois assuntos são responsáveis por mais de metade das reclamações do sector.
Beneficiários do Ipsemg terão acesso a serviços em unidades dos Correios
Projeto piloto está disponível em Santa Luzia, Sabará e Ribeirão das Neves, na Grande BH
Agência Minas
28/02/2020
Beneficiários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) poderão fazer levantamento para pagamento de seguros, atualização cadastral, impressão de formulários, exclusão de dependente de saúde e exclusão de pensionista usuário da assistência saúde nas agências dos Correios. A parceria, chamada de Balcão Cidadão, será oferecida, inicialmente, em Santa Luzia, Sabará e Ribeirão das Neves, cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A partir da iniciativa, os segurados do Ipsemg dos municípios onde ocorre o projeto piloto não precisarão ir à unidade do instituto para realizar essas mudanças. Outro serviço que estará disponível no Balcão Cidadão é para que dependentes de servidores do Estado que já faleceram, contribuintes dos seguros e do pecúlio possam informar dados para análise inicial do direito ao pagamento. Eles também poderão imprimir formulários para requerimentos próprios do Ipsemg.
O presidente do Ipsemg, Marcus Vinicius de Souza, lembra que o instituto é o primeiro órgão público estadual a oferecer esse tipo de serviço ao cidadão. “Esperamos, em breve, ampliar o número de serviços e municípios atendidos por essa parceria entre o Governo de Minas e os Correios”.
Atualmente, 38.476 pensionistas são assistidos pelo Ipsemg e a carteira de beneficiários da assistência a saúde possui cerca de 900 mil pessoas, de todas as regiões de Minas Gerais.
A estratégia dos parlamentares contra a privatização
Crusoé
29/02/2020
A meta do governo de acelerar o programa de privatização e de desestatização esbarra em setores do Congresso Nacional. Desde o ano passado, já foram apresentados pelo menos 22 projetos de decreto legislativo que propõem sustar decisões do governo destinadas a privatizar empresas públicas.
As propostas querem anular o aval de Jair Bolsonaro à privatização de empresas estatais como os Correios, as Casa da Moeda, o Serpro e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, além de parques nacionais e áreas de conservação, como os Lençóis Maranhenses e Jericoacoara no Ceará.
A maioria dos decretos legislativos em trâmite no Congresso Nacional foi apresentada por parlamentares do PSOL, PT e PSB. O deputado federal psolista Ivan Valente, de São Paulo, é o recordista de propostas. A privatização mais questionada pelos parlamentares é a do Serpro, que gerencia dados do governo.
A quem interessa o fim dos serviços públicos?
Portal Marcos Santos
27/02/2020
A população é bombardeada com comentários depreciativos acerca dos servidores públicos e dos serviços públicos. Posicionamentos orquestrados por políticos, empresários, mercado financeiro e imprensa tentam incutir na sociedade a ideia de que os serviços públicos não prestam e que os trabalhadores públicos trabalham pouco e ganham muito.
Atente para as tantas reportagens veiculadas nacionalmente, principalmente nas chamadas redes “News”, quando comentaristas falam sempre a mesma coisa, seguindo um script previamente combinado. Os convidados a opinar defendem a mesma coisa, batendo sempre e sem haver o contraponto dos servidores ou dos seus representantes.
Mentiras estão sendo repassadas, grudando nas pessoas como sendo informações verdadeiras. Claro que isso soa bem para quem não conseguiu passar num concurso público ou para quem está desempregado. E assim o caminho fica aberto para que políticos consigam trocar livremente servidores concursados por cabos eleitorais.
A reforma administrativa esconde as novas armadilhas usadas para desmontar a contratação por mérito e facilitar o aparelhamento da máquina pública por pessoas e empresas com outros interesses. As empresas terceirizadas, por exemplo, devem estar esfregando as mãos, pois ganham muito para fornecer trabalhadores mal remunerados.
Dentre as mentiras está a de que o Brasil possui muitos servidores públicos.
Em levantamento feito pela OCDE, de 30 países analisados, o Brasil foi apenas o 26º no tamanho do serviço público. Temos apenas 12% da população ocupada trabalhando no serviço público, número menor que o de países como Reino Unido (23,5%), África do Sul (17%) e Portugal (16%).
Outra, que todo servidor ganha muito. A mídia às vezes distorce os dados mostrando exemplos de salários exorbitantes como se fossem a regra. A verdade é que, dos servidores do Poder Executivo, metade ganha menos que R$ 2.589, e a grande maioria (75%) ganha menos que R$4.621. Os salários mais elevados estão no Poder Judiciário e no Poder Legislativo.
Quando se lê que servidores públicos ganham mais do que no setor privado, com informações distorcidas, geralmente se compara o salário médio dos servidores públicos com o salário médio da população ocupada, mas essa comparação não é honesta. O serviço público, por se basear em concursos, tem uma quantidade maior de trabalhadores com ensino superior (49%, ante 18,5% da população geral) e com ensino médio. A comparação precisa ser feita com os salários pagos a trabalhadores mais qualificados. A média do trabalhador brasileiro com ensino superior é de R$4.997, enquanto a média salarial dos servidores públicos é até menor, de R$ 4.205.
As despesas com pessoal e encargos da União se encontram hoje no mesmo patamar de vinte anos atrás (4,4% do PIB), como mostra o Atlas do Estado Brasileiro, do IPEA. Esse valor chegou, inclusive, a ser menor de 2014 a 2016, no auge da crise. Além disso, as despesas com servidores ativos federais representam apenas ¼ da receita líquida da União.
Outra inverdade é a de que servidores têm reajuste automático. Essa vem sendo contada pelo ministro que disse que o dólar caro é bom porque antes as domésticas estavam viajando para a Disney. Como em qualquer atividade, os trabalhadores do setor público podem pedir aumento, mas o patrão não é obrigado a dar.
Desde a EC 41/2003, os trabalhadores que ingressam no serviço público não possuem direito à aposentadoria integral. Eles contribuem sobre seus salários e só podem receber até o limite dos benefícios pagos no regime geral da previdência.
Sobre a estabilidade, pelos termos da Lei 8.112, os servidores precisam ser avaliados por três anos (estágio probatório) e também podem ser demitidos. A estabilidade no serviço público serve para impedir que os políticos que ocupam cargos de chefia chantageiem seus subordinados com ameaça de demissão.
Por fim, o enfraquecimento do serviço público não vai beneficiar em nada a população que não pode pagar por educação, saúde, segurança e demais serviços. O valor “economizado” com a redução de 25% nos salários só será benéfico para os fundos partidários e emendas parlamentares, para as empresas interessadas em lucrar em cima do governo e bancos recebedores de juros astronômicos da dívida pública brasileira.
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🔖 Os Governadores, Prefeitos e Vereadores estão com os Correios. Eles sabem bem da importância de se ter um correio público de qualidade presente em todos os municípios brasileiros. Por meio do Balcão do Cidadão, alguns Estados e Municípios possuem parcerias fortes com os Correios e isso ajuda os cidadãos a terem uma vida melhor.
🤔 Desconfie, portanto, de quem quer acabar com o que funciona e está próximo. Tem gente que só quer desmontar porque não sabe fazer. E depois quem vai pagar a conta é você!Não se iluda com falácias. Diga não à privatização dos Correios. 😡
Direção Nacional da ADCAP.