Estadão
19 de setembro de 2013
Em julho, a receita de serviços do País cresceu 9% em relação a igual mês de 2012, mas teve pequeno declínio de 0,1 ponto porcentual (de 8,9% para 8,8%) na comparação entre os últimos 12 meses, até julho, e os 12 meses precedentes, segundo a pesquisa Receita de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os técnicos do instituto mencionaram a Jornada Mundial da Juventude, com a presença do papa e o estímulo ao turismo interno, entre os responsáveis pelo aumento da atividade de serviços.
O crescimento de 9% em relação a julho de 2012 é nominal. Deduzida a inflação, foi da ordem de 3%. É um porcentual modesto, levando-se em conta que o setor é o mais importante na economia brasileira, respondendo por cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa do IBGE exclui os setores financeiro, de saúde, educação e administração pública, o que reduz a importância da amostra.
O turismo interno ajudou a melhorar os resultados de julho em várias frentes. Os serviços de transporte e correios avançaram 12,4%, liderados pelo transporte aquaviário (+21,6%) e o aéreo (+19,4%), inclusive em razão da demanda de atividades de catering (serviço de alimentação nos voos), segundo o IBGE.
Por ritmo de crescimento, em segundo lugar vieram os serviços prestados às famílias (+12,8% nominais sobre julho de 2012 e mais 3,8 pontos porcentuais em relação a junho). Destacaram-se os serviços de alojamento e alimentação. Hotéis, por exemplo, registraram maior taxa de ocupação.
O IBGE fará alterações na pesquisa nos próximos meses, para torná-la mais abrangente, com dados mais desagregados. Mas já é possível constatar a disparidade de desempenho dos serviços, conforme os indicadores das 20 unidades federativas já pesquisadas. Em São Paulo, por exemplo, o comportamento do setor é praticamente igual ao do conjunto do País, mas outros Estados economicamente fortes, como Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, ficaram abaixo da média (crescimento entre 8%, em Minas, e 5%, no Rio). Entre aqueles em que os serviços mais cresceram estão Mato Grosso (+23,5%), Tocantins (+17,7%), Ceará (+17,4%) e Bahia (+16%).
Nos Estados mais desenvolvidos, onde os serviços já predominam, o crescimento do setor tende a ser mais lento. A expansão dos serviços é mais rápida em áreas menos desenvolvidas. E terá impactos econômicos e políticos não desprezíveis.