Correios terceiriza serviço de distribuição de encomendas
Mais de duas semanas depois do fim da greve dos funcionários dos Correios, ainda tem muita gente reclamando da demora na entrega de encomendas transportadas pela empresa.
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Governo admite que em 2020 o ‘máximo’ em privatizações é quebra do monopólio dos Correios
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha prometido apresentar até quatro grandes privatizações no início de outubro, o que não foi cumprido
Estadão
07/10/2020
Fontes da área econômica admitem que “o máximo que será possível” fazer com privatizações em 2020 é a quebra do monopólio dos Correios no serviço postal.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha prometido apresentar até quatro grandes privatizações no início de outubro, o que não foi cumprido. A avaliação da área econômica é que as privatizações não andaram porque a política não deixou e o tema foi travado no Congresso. As fontes dizem, no entanto, que já há um acordo para a privatização de quatro estatais.
O time de Guedes tentou acelerar, em junho, o processo de privatização da Eletrobrás e dos Correios. As duas companhias estão na fila, na verdade, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, e são parte da agenda liberal do ministro apresentada pelo ministro ainda no período de campanha presidencial. A investida em junho também previa destravar a venda da PPSA, estatal que opera a parte da União no pré-sal, cujos poços valem US$ 100 bilhões, segundo a fonte. O governo também enviou um projeto de capitalização da Eletrobrás ao Congresso, mas a proposta está parada. Esse plano está em discussão desde o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
No começo de julho, Guedes prometeu: “Nós vamos fazer quatro grandes privatizações nos próximos 30, 60, 90 dias”. Um mês depois, ele repetiu o prazo: “nos próximos 30 a 60 dias”. Mas, na ocasião, ele fez um ajuste e começou a prever o anúncio de três ou quatro grandes companhias.
Em nenhuma das falas, o ministro listou quais seriam as estatais a serem privatizadas. “Vamos esperar um pouquinho. Vocês vão saber já já”, declarou em julho, em entrevista à CNN Brasil.
Ainda em agosto, a secretária especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimento) do Ministério da Economia, Martha Seillier, afirmou que um projeto de lei para rever o monopólio dos Correios no serviço postal seria enviado ao Congresso “nas próximas semanas”. No caso da PPSA, também não houve avanço.
Em embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro acusou nesta semana o deputado de travar a agenda de privatizações, apesar de Guedes não ter cumprido o cronograma de envio das propostas de venda de estatais.
Maia respondeu: o ministro está “desequilibrado”. O principal ponto de atrito é o projeto de privatização da Eletrobrás, que está travado na Câmara por falta de apoio da base aliada do governo.
Embora tenha se desfeito de participações do governo em empresas privadas, a gestão Bolsonaro não conseguiu fazer a agenda de privatizações andar e a venda de estatais está travada. Nem a quebra o monopólio da Casa da Moeda foi aprovada no Congresso. A proposta foi encaminhada como medida provisória, que tem efeito imediato, mas perde validade após 120 dias. O plano do governo para a Casa da Moeda foi frustrado neste ano diante da resistência dos parlamentares à ideia, que abria caminho para a venda da estatal.
O governo Bolsonaro chegou a criar uma nova estatal, a NAV, responsável pela navegação aérea. O Ministério da Economia cita como realizações na área a venda de subsidiárias por estatais-mãe, como a Petrobras, o que é tecnicamente considerado um desinvestimento, cuja decisão e todo o processo não passa pelo governo.
Com a pauta travada por causa das burocracias da máquina pública e falta de apoio político, houve uma debandada do Ministério da Economia em agosto, quando os secretários especiais Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) deixaram os cargos juntos. Logo após pedir demissão, Mattar culpou os entraves políticos e o establishment pelo atraso no plano de privatizações.
Privatização dos Correios deve acontecer só em 2022, sinaliza estatal
Exame
07/10/2020
Estudos sobre o modelo de desestatização da estatal ficam prontos apenas no final de 2021, segundo o presidente da empresa
Os estudos sobre o modelo de privatização dos Correios devem ficar prontos somente no final do ano que vem, diz o presidente da estatal, Floriano Peixoto, em entrevista exclusiva à EXAME. Com isso, a expectativa é que o leilão dos Correios, uma maiores estatais do setor de serviços do país, com 95.000 funcionários, seja realizado só em 2022. Os estudos incluem o cálculo do valor de mercado da estatal, que devem levar em conta o impacto da última greve, que durou 35 dias. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Quando a consultoria contratada pelo BNDES para realizar os estudos de modelagem da privatização dos Correios deve finalizar as análises, incluindo o valuation da empresa?
O que temos em andamento é um estudo conduzido pelo BNDES e pela Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos para avaliar cenários de desestatização do setor postal. De acordo com o planejamento estabelecido, esse estudo se estenderá até o final de 2021, com metas estabelecidas que deverão ser atingidas para a definição do que for mais adequado à empresa.
O senhor tem acompanhado pessoalmente esses estudos e participado das conversas com a consultoria a respeito do processo de valuation e o modelo de privatização da empresa? As reuniões têm acontecido com qual frequência?
Sim, tenho acompanhado os avanços do estudo, entendendo o papel da empresa como objeto do estudo. Os Correios têm contribuído com o Comitê Interministerial formado pela Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, BNDES, Ministério da Economia e Ministério das Comunicações, prestando informações e acompanhando as discussões junto ao Consórcio Postar, que está à frente da consultoria.
Os indicadores do balanço da empresa são essenciais para a elaboração do valuation. O senhor pode adiantar de quanto foi o lucro líquido, a receita, o prejuízo e o Ebtida dos Correios no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado?
Esses valores ainda não foram devidamente auditados e aguardam publicação.
Em 2019, o lucro líquido da empresa foi de 102,1 milhões de reais, 36% a menos do que em 2018. Por que o lucro caiu? E qual é a expectativa para este ano?
A diferença negativa do ponto de vista contábil se deve somente a passivos herdados de
gestões anteriores. Podemos afirmar que a empresa teve resultados positivos e otimistas, atribuídos em grande parte às medidas estratégicas implementadas pela atual gestão, a fim de se assegurar a sustentabilidade financeira da empresa. Prevê-se que esses resultados positivos continuarão em 2020, com a racionalização de custos com despesas correntes.
Por falar em passivos, o auditor independente do balanço de 2019 apontou que não foi possível verificar o real montante desse indicador. Os Correios teriam mais de 6,8 bilhões de reais apenas de passivo trabalhista e com o fundo Postalis. O senhor conseguiu chegar a uma conta sobre de quanto de fato é o passivo?
A sinalização do auditor independente diz respeito ao risco jurídico relativo a causas trabalhistas que empregados dos Correios ingressaram contra a empresa, alegando má gestão no Postalis. O entendimento da empresa é que o esse risco é baixo, visto que as obrigações referentes aos planos de previdência complementar e saúde são calculadas mediante igual paridade entre as partes.
A última greve, que durou 35 dias, pode ter impacto no valuation dos Correios e no resultado operacional deste ano? Qual foi a receita, o prejuízo e o lucro da empresa durante os 35 dias da greve?
Tanto o valuation quanto os resultados financeiros serão melhor mensurados com maior
precisão no decorrer dos próximos meses. Por Carla Aranha, Exame.
Há acordo para privatizar Correios, Eletrobras, Porto de Santos e PPSA
O Globo
08/10/2020
Segundo fonte da equipe econômica, apesar do acordo, área política ‘sentou em cima dos projetos’
A equipe econômica pretende acelerar as privatizações e alega já ter acordo para vender três estatais (Correios, Eletrobrás e Porto de Santos) e os contratos da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA). Neste caso, cada contrato pode gerar uma receita de R$ 100 bilhões, segundo estimativas dos técnicos.
Contudo, o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, em obter ao todo R$1 trilhão de reais com as privatizações enfrenta dificuldades no Congresso. Técnicos da equipe econômica reclamam que os políticos “sentaram em cima” dos projetos.
O impasse gerou um embate entre Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O ministro disse que Maia teria se aliado aos partidos da oposição contra as privatizações. Ele reagiu e chamou o ministro de desequilibrado. Os dois fizeram as pazes em um jantar organizado por apoiadores na segunda-feira.
Segundo interlocutores de Guedes, a estratégia é aprovar pelo menos o fim do monopólio dos Correios este ano e acelerar outros projetos. A equipe econômica alega que pretende usar parte dos recursos das privatizações para criar um fundo de investimento em infraestrutura, o que seria um aceno a governadores e prefeitos, e parte em programas sociais.
A ideia seria “transferir riqueza” das estatais para o povo, o chamado “dividendo social”. Essa seria uma resposta aos políticos que dizem que as estatais são do povo e, por isso, não podem ser vendidas. Por Geralda Doca e Eduardo Campos, O Globo.
‘Clique e Retire’ dos Correios agora está em todas as agências
Tecmundo
07/10/2020
Os Correios vão ampliar o recurso Clique e Retire, possibilitando o uso do CEP de uma agência próxima de casa (mesmo que ela não ofereça diretamente o serviço) como endereço de recebimento de compras feitas pela internet. O serviço atende principalmente quem mora em casa e está ausente durante o horário comercial.
Segundo os Correios em comunicado, “o objetivo da mudança é fornecer ao usuário a possibilidade de optar por esta modalidade de entrega independentemente da oferta e da integração do site em que realizar a compra. Cada agência terá um código postal específico para recebimento dos objetos, a ser informado pelo cliente”.
Quando a encomenda chegar na agência indicada, o usuário receberá um aviso por SMS. A encomenda deverá ser retirada em até sete dias; se o comprador não puder buscar o que comprou, poderá autorizar outra pessoa ou mesmo uma empresa a fazê-lo (o modelo para pessoa física está aqui e o de pessoa jurídica, aqui).
Até agora, o recurso Clique e Retire somente podia ser usado quando oferecido pela loja online – para que isso acontecesse, o negócio precisava estar integrado ao sistema Correios WebServices. Com a mudança, quem comprar pela internet terá à disposição todas as 6,7 mil agências de Correios no Brasil, incluindo aquelas que funcionam em horário estendido.
No vizinho ou na agência
A novidade começa a ser implementada esta semana, sem custos adicionais, independentemente da forma de envio (PAC ou SEDEX). A estatal ainda não divulgou a lista de CEPs especiais das agências para o recebimento de encomendas.
Os Correios ainda vão manter a outra forma de recebimento de encomendas, a popular Entrega no Vizinho (quem mora em frente ou a duas casas de distância; no caso de prédio, qualquer apartamento no mesmo edifício). Para isso, basta que o remetente escreva na etiqueta de endereçamento (fornecida pela estatal) quem pode receber o pacote.
Direção Nacional da ADCAP.