Adcap Net 17/06/2020 – Correios registram em 2019 lucro de R$ 102 milhões – Veja mais!

Correios registram em 2019 lucro de R$ 102 milhões

Resultado ficou 36% abaixo do lucro de R$ 161 milhões obtido em 2018.

G1
17/06/2020

Correios registram em 2019 lucro de R$ 102 milhões — Foto: Reprodução/EPTV

Os Correios registraram lucro líquido de R$ 102,1 milhões em 2019, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (17) no Diário Oficial da União. O resultado ficou 36% abaixo do lucro de R$ 161 milhões obtido em 2018.

Trata-se do 3º ano seguido de resultados no azul após 4 anos de prejuízos.

Segundo o balanço, com o lucro obtido em 2019, o prejuízo acumulado da estatal foi reduzido para R$ 2,412 bilhões.

Já o Ebitida, que representa o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 675 milhões no ano passado.

A receita líquida da estatal avançou 0,99%, somando R$ 18,3 bilhões.

Entre os destaque positivos no ano, o balanço cita o avanço de 7,82% na receita do segmento de encomendas e de 40,83% no segmento internacional. “Isso representa, respectivamente, incremento de R$ 660 milhões e 267 milhões em relação a 2018, apesar da diminuição de R$ 413 milhões na receita de mensagem e de R$ 162 milhões em logística”, informou os Correios.

Os Correios está na lista de estatais que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende privatizar, mas que depende e alteração legislativa e até mesmo mudança na Constituição, uma vez que a empresa detêm por lei o monopólio da prestação do serviço postal no país.

Mensagem do Presidente

Diário Oficial da União
17/06/2020

É com satisfação que apresento o balanço econômico-financeiro referente ao exercício de 2019 da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – os Correios.

Diante do ritmo acelerado das inovações no mundo da tecnologia e das comunicações, temos promovido adaptações para desempenhar nossas atividades com responsabilidade e eficiência, fazendo jus à missão de conectar pessoas, instituições e negócios.

Honrando a tradição da empresa, a excelência no atendimento aos cidadãos brasileiros seguiu firme, contribuindo, assim, para impulsionar a economia do país. Tendo a capilaridade como relevante diferencial, foi possível colocar nossa presença em todos os Municípios do país à disposição da população, como elemento fomentador da integração nacional.

Os resultados aqui apresentados decorrem de uma série de medidas estruturantes adotadas pela atual gestão visando, principalmente, à sustentabilidade econômico-financeira e, em consequência, ao fortalecimento da instituição. Elaboradas sob a supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e em estrita sintonia com os instrumentos regulatórios da gestão pública, destacamos, abaixo, importantes ações adotadas nos eixos de Governança, de Eficiência Operacional e de Sustentabilidade Financeira.

Em termos de Governança, foi aprimorado o modelo organizacional e a gestão dos processos internos, cujas revisões trouxeram maior agilidade no processo decisório e fortalecimento da estrutura empresarial. Uma das consequências dessa medida foi o aperfeiçoamento da metodologia de identificação e tratamento de delitos na distribuição postal. Conseguimos, dessa forma, melhorar a prestação de serviço aos clientes e reduzir os pagamentos a título de indenização, contribuindo para a redução de despesas e a saúde financeira dos Correios.

Promovemos uma revisão do portfólio da empresa com foco na modernização dos serviços oferecidos, dado um ambiente de maior adaptabilidade, integração e aprendizagem contínua. A busca por adequação, eficiência e excelência no atendimento aos clientes é o que nos levou a priorizar a reformulação e a criação de soluções eficientes e convenientes para pequenos, médios e grandes clientes, com repetidos recordes de postagens em encomendas.

No que diz respeito à eficiência operacional, três pontos merecem destaque: a adequação da força de trabalho às mudanças no perfil socioeconômico da população, com a distribuição geográfica de nossos postos de atuação; a reposição de frotas para pronto atendimento ao cliente; e a modernização dos canais de atendimento. O primeiro permitiu reduzir os excedentes mal alocados e os custos diretos na operação; o segundo proporcionou uma larga otimização da rede de distribuição e das linhas de transporte; e o terceiro adaptou-se à mudança nas necessidades dos fornecedores e clientes. Em sintonia com as novas tendências mundiais dos setores de correspondência e de logística e encomendas, essas medidas impulsionaram os bons resultados que apresentamos na presente gestão, e permitiram que pudéssemos acompanhar melhor as tendências mais atuais do ramo de tecnologia, logística e transporte, em âmbito global.

Por fim, mas não menos importante, promovemos grandes avanços para recuperar e manter a saúde financeira da empresa. Atualmente, operamos com receita positiva, e percebemos que as medidas por nós empreendidas contribuem para tornar cada vez mais robusta a situação econômico-financeira dos Correios.

Ao implementar as ações listadas acima, entre outras, foi possível dinamizar a administração financeira da empresa de forma a adaptá-la à nova realidade na qual estamos inseridos. Com os resultados apresentados a seguir, comprovamos ser possível projetar uma situação de sustentabilidade de médio e longo prazos, construída de maneira mais estratégica e efetiva.

Para chegar até aqui, com todas as realizações desse exercício, foi fundamental, inegavelmente, muito trabalho e muita dedicação, reflexos do comprometimento de todos os empregados da empresa. Reconhecemos, com a mesma importância, que as parcerias e a confiança depositada em nossos serviços contribuíram, sobremaneira, para que alcançássemos essa condição, com o apoio integral do MCTIC em momentos decisivos de nossa gestão.

Com este introito, apresentamos os documentos do exercício de 2019, conforme dispõe o artigo 133, § 3º da Lei 6.404/76 (LSA): i) o relatório da administração, ii) cópia das demonstrações financeiras e iii) o parecer dos auditores independentes.

FLORIANO PEIXOTO VIEIRA NETO
Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

Para fazer caixa, Guedes quer quatro privatizações para 2020. Correios e Eletrobras estão na lista

Porto de Santos e Pré-Sal Petróleo S.A. completam plano. Processos, porém, têm de passar pelo Congresso, e há dúvidas sobre apoio de parlamentares

O Globo
17/06/2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, mudou seus planos e decidiu que irá trabalhar para fazer quatro grandes privatizações este ano. A decisão foi tomada na última reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), na semana passada.

O PPI agora é comandado por Guedes. A intenção dele é privatizar a Eletrobras, os Correios, o Porto de Santos e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), além de abrir o capital (por meio de uma oferta pública de ações) da Caixa Seguridade.

Parte dessas privatizações, como da Eletrobras, porém, precisa passar pelo Congresso Nacional, e há dúvidas sobre o apoio dos parlamentares à venda das estatais.

As privatizações que Guedes quer fazer estavam previstas para os próximos anos. O ministro, porém, mudou de ideia diante da necessidade de fazer caixa este ano e devido à visão de que é necessário aumentar investimentos privados para ajudar na retomada da economia.

Mais agilidade
Uma fonte que participou da reunião afirmou que o presidente Jair Bolsonaro cobrou mais agilidade para as privatizações. O próprio Guedes sabe que esse processo está lento e precisa acelerar. Com um ano e meio de governo, as privatizações foram concentradas em subsidiárias das estatais, além de concessões de serviços, como aeroportos e estradas.

A principal novidade das empresas listadas por Guedes é a intenção de privatizar a PPSA este ano. A empresa é a parte da União nos contratos do pré-sal que operam sob regime de partilha. Sob este regime, parte da produção dos campos fica com o governo federal, em percentual definido no leilão.

O governo, na prática, entra como sócio do empreendimento. A PPSA foi criada em 2010 e é também responsável pela comercialização do óleo e do gás que ficam com o governo e pela gestão dos contratos de partilha.

Técnicos do ministério estão trabalhando no modelo para a venda da empresa. O ministro quer acabar com o modelo de partilha, por considerar que ele é pouco eficiente e atrasa investimentos.

Outra grande privatização que Guedes voltou a defender que ocorra este ano é a da Eletrobras. A decisão de vender a maior empresa de energia da América Latina foi tomada em 2017, ainda no governo Michel Temer. O governo Bolsonaro mandou uma proposta própria ao Congresso no fim do ano passado. Mas, até agora, o projeto não avançou.

O Ministério da Economia chegou a prever uma arrecadação de R$ 16,2 bilhões com a privatização da Eletrobras este ano. Porém, tirou essa previsão do Orçamento. Há forte resistência das bancadas de Minas Gerais e do Nordeste, na Câmara, e do MDB, no Senado.

Monopólio postal
Os Correios também estão no plano do governo desde o ano passado. O entendimento da equipe econômica hoje é que sua privatização também precisa passar pelo Congresso, principalmente porque a Constituição determina o monopólio estatal do serviço postal.

Guedes ainda quer privatizar o Porto de Santos. Nesse caso, o processo está sendo tocado pelo Ministério da Infraestrutura, que já contratou o BNDES para estudar a modelagem.

Sem razão

ADCAP
17/06/2020

Não importa se a empresa consegue sobreviver com seus próprios recursos mesmo atendendo em todos os municípios do país, algo que nenhuma outra empresa brasileira conseguiu fazer até hoje.

Não importa que os serviços desenvolvidos pela empresa sejam reconhecidos mundialmente por meio de prêmios e menções em publicações especializadas, como acaba de ocorrer no World Mail Awards.

Não importa que todo o comércio eletrônico brasileiro, a vertente mais pujante da economia nacional neste momento, esteja sustentado pela infraestrutura oferecida pela empresa.

Não importa que centenas de milhares de empregos diretos e indiretos existam em função da operação exitosa da empresa, mesmo num cenário de desaparecimento rápido de milhões de empregos de vido à pandemia.

Para o Ministro da Economia nada disso importa e, na falta de outro argumento para justificar a intenção de privatização, agora se agarra à necessidade de fazer caixa.

O Congresso Nacional, representando os brasileiros que só serão prejudicados se esse intento seguir em frente, saberá defender a importância da infraestrutura pública postal para o país.

O interesse de alguns não pode se sobrepor ao interesse público.

Marcos Cesar Alves Silva
Vice-Presidente da ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios

 

Direção Nacional da ADCAP.

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