ADCAP ENTREVISTA
Hoje a nossa entrevista é com Mauricio Fortes Garcia Lorenzo, secretário-geral da ADCAP Nacional, que concorre ao cargo de Conselheiro de Administração da ECT nas eleições que acontecerão no período de 16 a 25 de julho de 2018.
ADCAP Entrevista: Inicialmente, conte-nos um pouco da sua história nos Correios.
Mauricio Lorenzo: Eu ingressei nos Correios em 1985, por concurso público, como bolsista na Escola Superior de Administração Postal (ESAP), em Brasília-DF. Sou Analista de Correios Sênior, tendo trabalhado na Superintendência Estadual da Bahia e na Administração Central da Empresa, exercendo diversas funções como Gerente de CDD, Gerente da Agência Central, Subgerente de Atendimento, Gerente de Região Operacional, Gerente de Atendimento, Coordenador Regional de Negócios (SE/DR/BA); Subchefe de Departamento, Analista XI e Gerente Corporativo (Administração Central/CS).
AE: Qual a sua formação acadêmica?
ML: Além da formação em Administração Postal, realizada na ESAP, também tenho graduação em Administração pela UPIS-DF. Posteriormente, já em Salvador-BA, fiz a Especialização em Administração e o Mestrado Acadêmico em Administração, na Universidade Federal da Bahia, e iniciei também uma carreira acadêmica de professor de cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente estou concluindo o MBA em Economia e Gestão: Previdência Complementar, na FGV-DF, no qual ingressei com a finalidade de me qualificar adequadamente para atuar como representante dos trabalhadores e ex-trabalhadores, participantes e assistidos do Postalis.
AE: Por que se candidatou ao Conselho de Administração da ECT?
ML: Desde a primeira eleição do Marcos César, em 2013, como representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da ECT, com o nosso apoio e de outras entidades representativas, temos acompanhado a importância do trabalho desenvolvido pelo Conselheiro. Embora, na maioria das vezes, o Conselheiro eleito seja voto vencido e em outras situações, por impedimentos da lei, nem sequer possa votar, a atuação do nosso representante jogou luz sobre uma série de problemas, o que deu oportunidade aos trabalhadores e suas entidades representativas de agir em defesa dos legítimos interesses dos trabalhadores. Assim, em virtude da desistência do Conselheiro Marcos César de concorrer à reeleição, formou-se um consenso em torno do meu nome, no âmbito da ADCAP, pelo que me tornei o único candidato inscrito e, portanto, vencedor das eleições prévias.
AE: Por que se considera apto a exercer o cargo de Conselheiro representante dos trabalhadores?
ML: Acredito que um conjunto de fatores me qualifica para o exercício do referido cargo. O primeiro deles é a minha atuação por mais de 25 (vinte e cinco) anos como dirigente de entidade representativa de profissionais da ECT. Compreendo a importância desse papel, que será exercido em nome dos representados. Em seguida, considero que me qualifiquei adequadamente para o exercício desse cargo. Além de uma sólida formação acadêmica, possuo certificação por experiência com ênfase em Administração pelo ICSS – Instituto de Certificação Institucional e dos Profissionais de Seguridade Social – para o exercício da função de Conselheiro, bem como atestado de habilitação de dirigente emitido pela PREVIC para o exercício da função de Conselheiro Titular. Além disso, sou membro associado do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, organização sem fins lucrativos, e principal referência do Brasil para o desenvolvimento das melhores práticas de Governança Corporativa. Tenho, também, experiência como membro do Conselho do SESI, Departamento Regional da Bahia, no período de 2002 a 2013, além de ter sido eleito Conselheiro Fiscal pelos participantes e assistidos do Postalis, em 2017. Por fim, considero que tenho o perfil adequado para compor o Conselho de Administração da ECT, como representante dos trabalhadores, pois não me deixo intimidar por pressões ou mesmo retaliações: dispensas de função, transferências unilaterais e outras formas de perseguição não me calaram e não me calarão. Se eleito, exercerei o mandato com a independência necessária.
AE: De forma geral, como você enxerga a atuação do Conselho de Administração da ECT?
ML: Verificando-se as atas das reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho de Administração, constata-se que, na prática, o referido conselho atua excessivamente como instância homologatória de decisões e propostas da Diretoria Executiva da ECT, sendo quase que integralmente pautado pela Empresa e pelo Ministério supervisor. Assim, o Conselho de Administração distancia-se da sua função de órgão de deliberação estratégica e colegiada responsável pela orientação geral dos negócios dos Correios, pela definição das políticas e dos objetivos corporativos e pelo monitoramento dos resultados, ressalvando-se o posicionamento crítico do conselheiro eleito em relação a essa forma de condução. Observa-se, também, uma baixa participação dos conselheiros, que nem sequer registram individualmente seus votos e suas opiniões, à exceção do conselheiro representante dos trabalhadores, Marcos César, com destacada atuação. Mesmo as poucas participações dos demais conselheiros, quando ocorrem, registram apenas os interesses do governo, ignorando que, de acordo com o princípio da equidade, que deve pautar a atuação de todos os conselheiros, é preciso considerar os direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas de todas as partes consideradas, inclusive dos trabalhadores. A intenção, se eleito, será pautar o conselho com a apresentação de proposições sobre temas de responsabilidade daquele colegiado, nos termos do seu regimento interno.
AE: Qual a sua mensagem para os trabalhadores da ECT?
ML: Apesar de todas as dificuldades que estamos enfrentando nos últimos anos, não posso deixar de trazer uma mensagem de otimismo e de esperança. Os Correios são uma grande empresa, têm um quadro técnico qualificado e dentro dele profissionais com capacidade para liderar a recuperação da empresa e o seu retorno ao patamar de excelência na prestação dos serviços e de confiança da população brasileira que sempre ocupou ao longo de tantas décadas de sua existência. Para tanto, precisamos ter firmeza de propósitos e defender exaustivamente a profissionalização da gestão da Empresa. E isso passa, obrigatoriamente, pela escolha dos empregados mais preparados para o exercício das funções e inclusive dos cargos de direção superior, como o de conselheiro. Portanto, cada trabalhador deve participar ativamente do processo eleitoral, votando, no período de 18 a 28 de julho, no candidato que julgar mais preparado para representa-lo no Conselho de Administração da ECT.