Valor Economico
28/08/2013
RIO – A receita operacional líquida das empresas do setor de serviços totalizou R$ 1,004 trilhão em 2011, apontou a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo,o valor adicionado bruto, ou seja, a criação efetiva de valor das empresas, alcançou R$ 591,6 bilhões. Dados das Contas Nacionais, do IBGE, indicam que serviços têm peso de 68,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A pesquisa, que traz informações a respeito da estrutura produtiva do setor de serviços não financeiros no Brasil, apontou que, em 2011, o total de pessoas ocupadas no setor chegou a 11,398 milhões, aos quais o setor de serviços pagou R$ 202,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Segundo o IBGE, em 2011, foram contabilizadas 1,081 milhão de empresas no país. Serviços profissionais, administrativos e complementares, ramo que agrega companhias de agências de viagens, serviços de investigação, entre outros, se destaca em relação ao número de empresas pertencentes ao âmbito das PAS. Essa atividade é composta por 340,032 mil empresas, o equivalente a 31,5% do segmento de serviços.
Outro setor com grande número de companhias é serviços prestados principalmente às famílias, com 339,354 mil companhias, 31,4% do total de empresas de todo o segmento de serviços. Fazem parte dessa categoria empresas de alojamento, serviços de alimentação, atividades culturais, recreativas e esportivas; serviços pessoais, e atividades de ensino continuado.
O IBGE nota que o Sudeste é a região mais representativa em relação à receita bruta de prestação de serviço (com R$ 743,8 bilhões, 66,6% do total), aos salários, retiradas e outras remunerações (R$ 136,5 bilhões, 67,4%) e ao pessoal ocupado (6,916 milhões, com 60,7%).
A região Sul apresentou a segunda maior receita (R$ 148 bilhões, 13,3%), massa salarial (R$ 27,8 bilhões, 13,7%) e pessoal ocupado (1,779 milhão, 15,6%).
Produtividade
A produtividade do trabalho no setor de serviços cresceu em média 3,2% ao ano entre 2007 e 2011.
O levantamento apurou aumento real médio anual de 11,7% no valor adicionado de serviços (valor que a atividade agrega aos bens e serviços no processo produtivo), entre 2007 e 2011. Essa expansão ficou acima do crescimento médio anual das pessoas ocupadas nessa atividade, que foi de 8,2% no mesmo período – o que explica aumento de produtividade do setor, detalhou o IBGE.
A produtividade é medida pela razão entre o valor adicionado a preços constantes, e o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho, em cada atividade. Portanto, quanto mais forte é o valor adicionado em relação ao ritmo de elevação do pessoal ocupado, isso, na prática, puxa para cima a produtividade de um setor.
Ainda segundo o instituto, a expansão da produtividade em serviços foi superior à variação do salário médio mensal (2,8%) do setor, para o mesmo período.
Segmentos
Serviços de manutenção e reparação, que abrangem desde reparos em equipamentos de informática até automóveis, tiveram alta de 8,3% em sua produtividade no trabalho entre 2007 e 2011 – a mais forte entre as sete atividades pesquisadas pelo IBGE. Essa taxa positiva também foi quase o triplo da elevação média da produtividade experimentada pelo setor de serviços como um todo, para o mesmo período (3,2%).
Ao explicar a expansão na produtividade dessa área, o IBGE apurou ainda que esse segmento mostrou aumentos de 14,1% no valor adicionado; e de 5,4% no crescimento médio anual de pessoas ocupadas no mercado de trabalho dessa atividade, no mesmo período. Houve, ainda, expansão de 4% no salário médio mensal no período, nesse mesmo segmento – também a mais elevada entre as áreas pesquisadas.
As atividades imobiliárias tiveram a segunda maior variação de produtividade entre as pesquisadas, com expansão de 7,9% de 2007 a 2011. Esse aumento foi originado de altas de 18,1% no valor adicionado; e de 9,4% no pessoal ocupado desse setor, que ainda contou com elevação de 2,1% no salário médio mensal, no mesmo período. O IBGE apurou que, no caso de valor adicionado, foi a mais forte elevação entre os segmentos analisados.
A terceira posição foi ocupada por outras atividades de serviços, que englobam atividades desde serviços auxiliares da agricultura, pecuária e produção florestal até serviços auxiliares financeiros e de seguros e previdência complementar. Nessa área, houve alta de 5,5% na produtividade do trabalho, influenciada por aumentos de 13,6% no valor adicionado; e de 7,7% no pessoal ocupado, também entre 2007 e 2011. O salário médio mensal nessa atividade subiu 1,7%, no período.
Serviços profissionais, administrativos e complementares, que engloba aluguéis não imobiliários, gestão de ativos intangíveis, e até mesmo agências de viagens, tiveram a quarta maior expansão de produtividade no período analisado pelo IBGE, com alta de 4,1%. Essa atividade contou com elevação de 9,7% no pessoal ocupado, a mais forte entre as pesquisadas – mas o aumento na produtividade foi possível porque o valor adicionado subiu de forma mais intensa, 14,2%. Já o salário médio mensal subiu 3,4% entre 2007 e 2011, nessa atividade.
No caso de serviços de transportes, serviços auxiliares aos Transportes e Correio, essa atividade ocupou a quinta mais intensa elevação de produtividade, com taxa positiva de 3,7% nesse tópico entre 2007 e 2011. O valor adicionado nessa atividade subiu 10,9% no mesmo período – expansão mais intensa do que a observada no pessoal ocupado (7%). Já o salário médio mensal subiu 2,5% nesse segmento, no período.
As duas atividades restantes mostraram aumento de produtividade abaixo da média do setor. Uma delas é serviços prestados principalmente às famílias, com alta de 2,6%. Esse atividade mostrou expansão de 10,8% no valor adicionado entre 2007 e 2011; e variação positiva de 8% no pessoal ocupado, no período.
A mais fraca elevação de produtividade foi observada em serviços de informação e de comunicação, com elevação de 1,9% apenas, influenciada por taxas positivas de 8,2% no valor adicionado; e de 6,1% no pessoal ocupado. Esse setor teve alta de 3,7% no salário médio mensal, entre 2007 e 2011.