20/08/2013
Agência Senado
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) promoverá amanhã audiência pública para debater a efetividade da fiscalização sobre os fundos de pensão em relação aos investimentos de alto risco, como os realizados nas empresas do Grupo EBX, de Eike Batista. As fortes perdas do grupo, voltado às atividades de mineração, atingiram vários fundos de pensão que participaram dos negócios do empresário.
Para o debate, está convidado o diretor da ¬Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo. A audiência foi requerida por Ana Amélia (PP-RS).
Há pouco mais de um ano, Eike esteve na lista dos homens mais ricos do mundo. Ultimamente, porém, os negócios do empresário passaram por turbulências e, após uma crise de confiança, as ações das empresas dele rapidamente perderam valor de mercado. Atualmente, segundo a imprensa, o grupo tem um passivo de mais de R$ 25 bilhões.
Em discurso no dia 7, Ana Amélia destacou os prejuízos causados ao Fundo de Pensão do Banco do Brasil (Previ) com perdas nas aplicações em ações do Grupo EBX. Em 2012, os recursos dos funcionários do banco com as ações do grupo somavam R$ 15 milhões, hoje não passam de R$ 300 mil.
Ela citou o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, que já acumula perdas de quase R$ 1 bilhão, só nos últimos dois anos.
O déficit também ocorreu nos investimentos das ações do Grupo EBX e por problemas de avaliação técnica.
— É o patrimônio dos trabalhadores que está correndo risco. Não podemos permitir que o desastre do caso Aerus se repita — disse a senadora.
Ela acrescentou que no dia 27 será a vez de o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, comparecer ao Senado para explicar as políticas e as operações de crédito realizadas entre o banco e o grupo de Eike.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado