Correios são décima melhor empresa de serviço postal do mundo, diz Accenture

 

 

Ig
17/04/2013

Estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela Accenture, maior consultoria do mundo, coloca os Correios como décimo melhor serviço postal em uma lista de 24 países. Chamada “Achieving High Performance in the Postal Industry, 2013” (Alcançando alto desempenho em serviço postal), a pesquisa realizada anualmente desde 2006 seleciona os nomes que mais se destacam e as tendências do setor. Nos últimos três anos, as empresas têm sido forçadas a se diversificar para combater a perda de 50 bilhões no volume de correspondências.

O top 10 coloca em primeiro lugar a Singapore Post (Cingapura), seguida por United Parcel Service – UPS (EUA), Áustria Post, Poste Italiane (Itália), Australia Post (Austrália), FedEx (EUA), Posten Norge (Noruega), bpost (Bélgica), TNT (Holanda) e Correios (Brasil). Dados públicos como receita e lucratividade divulgados por cada uma das empresas são a base para a elaboração da lista.

“Quanto maior a dependência de cartas, menos crescimento você tem”, explica ao iG Andre Pharand, líder global de prática de correios da Accenture. Neste ponto, a consultoria diz que os Correios se beneficiam da parceria com o Banco do Brasil, que permite diversificação do portfólio e a oferta de serviços bancários, mesmo sem ter que comprar ou se tornar uma instituição financeira propriamente dita.

Apesar do resultado deste ano mostrar uma queda de três posições, o representante da Accenture vê os Correios na contramão do que acontece em boa parte do mundo. “É uma das únicas empresas que estão crescendo em números de funcionários e em pontos de venda. Isso é raríssimo. A maioria dos países está cortando para reduzir custos”, diz Pharand, que menciona ainda crescimento de 25% no Sedex, modalidade de entrega expressa.

Concorrência com a Fedex

Na opinião do consultor, a entrada da Fedex no setor de entregas nacionais após compra da Rapidão Cometa não deve trazer grande impacto aos Correios. Pharand diz que o Brasil é um dos únicos países da América Latina onde o correio estatal tem credibilidade. “O serviço, a entrega e a confiabilidade são muito altas em comparação com a Colômbia e México, países onde os correios nacionais perderam tanta credibilidade que ninguém mais usa e apareceram concorrentes para aproveitar essa falha”.

Impacto da internet

Para a Accenture, a queda de 50 bilhões em volume de postagens nos últimos três anos não pode ser atribuída totalmente à internet. “No Brasil, por exemplo, a internet faz com que mais gente use o comercio eletrônico, que depende de empresas como os Correios para entregar”.

De 2010 a 2020, a consultoria prevê que o volume de cartas deve cair pela metade, mas vê oportunidade para correspondências informando promoções. “Cartas envolvendo marketing caíram com a crise, mas a gente acredita que isso vai funcionar bem. Quando você manda e-mails, muitas pessoas acabam nem olhando, só deletam. Ao receberem carta em casa, pelo menos olham para saber do que se trata antes de jogar fora”.

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