Correios
01/10/2013
Na quinta-feira (3), cerca de 40 mil trabalhadores dos Correios recebem as diferenças do reajuste de 8% referentes aos meses de agosto e setembro. Eles representam mais de 30% do efetivo da empresa e fazem parte da base dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru/SP, Rio Grande do Norte, Rondônia, Amapá e Tocantins, que assinaram o Acordo Coletivo de Trabalho – já protocolado pela empresa junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) com pedido de extensão aos demais sindicatos. O pagamento das diferenças totaliza R$ 13 milhões e será feito por meio de crédito bancário.
Nesta terça-feira (1º), 93,35% dos empregados (116.191) estão trabalhando normalmente. Entre os empregados da área operacional (carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo), o índice de trabalhadores presentes é de 92,12%. O número é apurado por meio de sistema eletrônico de presença. Desde o início da paralisação parcial, cerca de 15% dos grevistas retornaram ao trabalho. A empresa já informou que irá efetuar o desconto dos dias parados dos trabalhadores que continuam em greve, conforme prevê a legislação. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru/SP, Rio Grande do Norte, Rondônia, Amapá e Tocantins não há paralisação.
A rede de atendimento está aberta em todo Brasil e todos os serviços, inclusive o SEDEX e o Banco Postal, estão disponíveis – com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais com paralisação deflagrada. A maior parte dos serviços de hora marcada foi restabelecida em Mato Grosso do Sul e no Espírito Santo (para postagem e entrega dentro do próprio Estado).
Os Correios receberam na última sexta-feira (27) uma contraproposta enviada por uma parte dos representantes da Fentect. O impacto dessa contraproposta praticamente dobraria o custo da proposta já aprovada por sete sindicatos. A ECT enviou carta-resposta ontem à Fentect, dando conta que o assunto encontra-se no âmbito do TST, aguardando o julgamento do dissidio para os próximos dias. Ao mesmo tempo, outra parte da Fentect mantém as reivindicações anteriores, cujo impacto é de R$ 31,4 bilhões (quase o dobro da previsão de receita dos Correios para 2013 e o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT).
A empresa aguarda o julgamento do dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST), previsto para a próxima terça-feira, 8.
Dados adicionais
– a empresa empreendeu todos os esforços junto à Fentect para fechar o acordo, mas neste momento não ocorrem reuniões de negociação. A federação recusou-se a dialogar durante a audiência de conciliação no TST e preferiu deflagrar paralisação parcial, levando ao dissídio. Os Correios aguardam o julgamento pelo TST – o que não impede, porém, que outros sindicatos aceitem a proposta oferecida pela empresa e assinem o acordo.
– proposta dos Correios: reajuste de 8% nos salários (reposição da inflação do período, de 6,27%, com ganho real de mais de 1,7%) e de 6,27% nos benefícios; vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro e Vale-Cultura dentro das regras de adesão ao Programa implementado pelo Governo Federal. O ganho real dos trabalhadores dos Correios de 2003 a 2012 foi de 36,91% – acima da inflação. A remuneração média do carteiro é de R$ 2,2 mil, considerando salário e adicionais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros.
– todos os trabalhadores têm benefícios como assistência médica, hospitalar e odontológica, inclusive para dependentes.
– 65% da receita de vendas da ECT vai para pagamento dos salários, benefícios e encargos.
– plano de saúde: os Correios já asseguraram que todos os atuais direitos dos trabalhadores estão garantidos – manutenção dos atuais beneficiários (inclusive pais do empregado que já estão cadastrados), cobertura de procedimentos, rede credenciada e percentual de compartilhamento. Não haverá nenhum custo adicional, repasse ou mensalidade aos empregados.
– entrega matutina: a ECT já assumiu o compromisso de ampliar a entrega matutina, hoje realizada em três Estados.
– contratações: mais de 20 mil novos trabalhadores foram contratados do concurso público de 2011. A ECT continua contratando normalmente, pois ainda há cadastro de aprovados na maior parte do Brasil, com validade até 2014, e já trabalha na realização do próximo concurso.