A reinvenção dos Correios
CORREIOS DO BRASIL
24/4/18
Apesar da crise que o país atravessa, afetando indistintamente diferentes segmentos da economia, os Correios provavelmente vivem hoje seu maior momento de reinvenção, recuperação e transformação
*Carlos Roberto Fortner
Os Correios são sinônimo de confiança, credibilidade e fé pública para a maioria absoluta da sociedade brasileira há mais de três séculos e meio. Trata-se de um patrimônio nacional, motivo de orgulho para seus quase 106 mil trabalhadores.
Apesar da crise que o país atravessa, afetando indistintamente diferentes segmentos da economia, os Correios provavelmente vivem hoje seu maior momento de reinvenção, recuperação e transformação, com os primeiros resultados visíveis e melhorias significativas para o cliente já começando a surgir.
Nossa qualidade operacional no segmento de encomendas, por exemplo, aproxima-se dos 90%. Ou seja: de cada 10 objetos, 9 são entregues dentro do prazo. Tal resultado, inclusive, rendeu recentemente aos Correios o prêmio ABComm de Inovação Digital 2018 de melhor empresa de ecommerce.
Atualmente, entregamos, em todo o país, cerca de meio bilhão de objetos postais, dentre eles, 25 milhões de encomendas – todos os meses. Para otimizar nossos processos operacionais, estamos investindo, até 2020, US$ 133 milhões na atualização de nove equipamentos existentes e na implantação de 10 novas máquinas automáticas de triagem. Concluído este projeto, os Correios contarão com 19 sistemas de triagem automatizada de encomendas instalados nas principais cidades do país, elevando nossa capacidade de processamento total para algo em torno de 220 mil encomendas por hora.
Parcerias estratégicas, como é o caso da joint venture com a empresa aérea Azul, ou nosso Correios Celular, já consagrado como um produto “bom, bonito, barato e que respeita o cliente”, mostram que a empresa está atenta para o futuro.
Nossa força de trabalho é exemplo público de superação, comprometimento e responsabilidade. São funcionários que vestem a camisa da empresa para garantir que cheguemos aos quatro cantos do país.
Somos a única empresa presente em cada um dos 5.570 municípios brasileiros. Em muitos deles, nossos concorrentes não chegam – ou não estão dispostos a chegar – já que priorizam os grandes centros em nome da lucratividade. Sistematicamente, eles repassam aos Correios seus objetos destinados aos endereços mais remotos, de difícil acesso, ou pelos quais simplesmente não se interessam.
Estamos focados em reposicionar os Correios frente à atual realidade, como empresa pública sólida, ágil, financeiramente sustentável e independente do Tesouro Nacional, prestando serviços cada vez mais eficientes e buscando oferecer a melhor experiência aos nossos clientes.
Como cidadão brasileiro, sonho com o dia em que as empresas públicas sejam mais eficientes e sustentáveis. Como presidente dos Correios, e com a parceria de todos os funcionários da empresa, estamos trabalhando para isso.
*Carlos Roberto Fortner é presidente dos Correios em exercício
Trapaças com aposentadorias
O GLOBO
24/4/18
Prefeitos e gestores apostaram dinheiro de servidores numa pirâmide. Em Brasília teme-se uma quebradeira, com efeitos similares à da crise das dívidas estaduais Milhares de servidores públicos estão com suas aposentadorias e pensões ameaçadas pela insolvência de quase duas centenas de institutos municipais que mantêm Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).
Eles trabalham para 186 prefeituras em 18 estados nas regiões Sudeste (SP, MG, RJ e ES); Sul (SC e PR); Centro-Oeste (GO, MT e MS); Nordeste (PE, RN, MA e PI) e Norte (AM, AP, RO, TO e RR).
Na origem da ruína estão má gerência e corrupção política. Numa estimativa preliminar, as fraudes ultrapassam R$ 2,8 bilhões — segundo dados da Polícia Federal, da Fazenda e do Banco Central.
Prefeitos e gestores usaram o dinheiro dos servidores em aplicações financeiras de altíssimo risco: carteiras de investimento compostas por títulos “podres”, ou seja, sem valor para resgate. Ingressaram numa espécie de pirâmide financeira erguida sobre cotas de churrascarias, de empresas de limpeza e de tecnologia inexistentes, entre outras.
Esses fundos de investimentos possuem regras que impedem resgate dos recursos, mesmo que o resultado da aplicação seja negativo, antes de um período de “carência” de quatro a dez anos, sempre contados a partir da data do pedido formal de resgate e condicionada ao pagamento de uma “taxa de saída” de até 50% do valor investido.
A maioria dos negócios é patrocinada por empresas financeiras que 13 anos atrás foram flagradas na lavagem de dinheiro para políticos beneficiados no caso mensalão e, agora, são investigadas na operação Lava-Jato, por negócios suspeitos nos fundos de pensão da Petrobras (Petros), Caixa Econômica (Funcef), Banco do Brasil (Previ) e dos Correios (Postalis). Ano passado, esses quatro fundos estatais somaram perdas de R$ 68 bilhões.
No rastro das falcatruas no Postalis descobriu-se, por exemplo, que 32 institutos municipais compraram R$ 827 milhões em debêntures (“XNICE11”) sem lastro, emitidos por empresas de papel.
Num dos casos, foram rastreadas 34 empresas vinculadas a um único corretor carioca, Arthur Mário Pinheiro Machado, personagem de inquéritos no caso mensalão e, agora, na Lava-Jato.
Ele atuava em parceria com Milton de Oliveira Lyra Filho, identificado pela polícia como intermediário financeiro dos senadores Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM) — eles negam.
Semana passada, Lyra e Pinheiro Machado foram presos por fraudes no Postalis. Em outro caso, vários institutos municipais compraram cotas de uma emissão de R$ 750 milhões em debêntures (“ITSY11”) da Bittenpar, criada seis meses antes em São Paulo e registrada com capital de R$ 500. A empresa é de José Barbosa Machado Neto, preso no fim de 2016 por desvios de R$ 80 milhões em seis institutos de Rondônia. Angra dos Reis (RJ) investiu R$ 32 milhões no novo negócio.
É vasta a coletânea de trapaças com fundos de aposentadorias de servidores. Nela se destaca a compra de R$ 472 milhões em títulos “podres” por entidades de Manaus, Goiânia, Teresina, Macapá, Porto Velho, Campinas (SP) e Serra (ES). Os papéis foram vendidos pelo banco BVA, liquidado 60 dias depois.
Não é conhecido o déficit do sistema de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). Em Brasília, teme-se uma quebradeira, com efeitos similares à da crise das dívidas estaduais nos anos 90.
Correios Celular chega a Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira
Jornal Dia a Dia
23 de Abril de 2018
Nesta sexta-feira (27), chega ao Mato Grosso do Sul o Correios Celular. Com o objetivo de atender aos clientes que buscam simplicidade, praticidade e transparência, o serviço oferece pacotes que foram planejados para estarem entre os mais baratos do mercado, com a vantagem de ter a maior cobertura 4G do país. O lançamento acontece às 9h, na Agência Central dos Correios, em Campo Grande.
Inicialmente, os chips serão vendidos em 16 agências dos Correios no Estado, com previsão de expansão gradual para 100% das unidades. Hoje o produto já é comercializado em quase duas mil agências, com mais de 150 mil postos de recarga em todo o Brasil.
Desde o início da operação, em março de 2017, mais de 120 mil chips já foram vendidos e 400 mil recargas foram realizadas nos 16 Estados em que o serviço está disponível – Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Os planos do Correios Celular são planos pré-pagos, com valores que variam entre R$30 e R$90. Todos os pacotes oferecem Whatsapp grátis, Internet sem cortes, além de minutos válidos para fixos e celulares de qualquer operadora e DDD. Os planos são sempre válidos por 30 dias, mas os minutos e dados não utilizados são acumulados para o mês seguinte, desde que o plano seja renovado na data de validade.
O Correios Celular vem para complementar o conjunto de serviços oferecidos pela estatal a seus clientes, valendo-se de parceria estabelecida com a EUTV, prestadora de Serviço Móvel Pessoal (SMP), autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A EUTV será responsável pela infraestrutura de suporte às telecomunicações.
Informações sobre os planos e as agências que realizam a venda ou a recarga do chip estão disponíveis no site do Correios Celular.
Correios priorizam entrega de ingressos da Copa do Mundo
Extra
23/04/18
Os Correios anunciaram que estão priorizando a entrega dos ingressos para a Copa do Mundo na Rússia, a fim de evitar prejuízos aos torcedores brasileiros, que fazem o país ocupar a terceira posição na lista entre os que mais compraram entradas para o evento. A medida foi necessária, segundo a empresa, pois a Fifa postou as entradas como PPr (pequena encomenda registrada), que tem prazo previsto de entrega de 40 dias úteis depois de passar pela alfândega. Vale lembrar que o mundial começa em junho.
Foram vendidos para brasileiros 65.863 ingressos, por enquanto. Segundo os Correios, a tarefa exige esforço redobrado da empresa, uma vez que hoje circulam no fluxo postal mais de 300 mil objetos internacionais diariamente, vindos de todas as partes do mundo.
Lava-Jato rastreia roteiro de desvios do Postalis até políticos
O GLOBO
22/4/18
Oito meses após captar R$ 62 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios, o grupo empresarial de Arthur Pinheiro Machado efetuou sucessivas transferências bancárias para um escritório de advocacia que, segundo seu próprio dono, lavava dinheiro para o PMDB, o Calazans de Freitas Advogados Associados. Ao detectar esses repasses, a Lava-Jato do Rio começou a traçar o caminho do dinheiro desviado dos aposentados dos Correios até políticos do partido.
Por causa dessas transações suspeitas, Machado e outros operadores foram presos no último dia 12 na Operação Rizoma, deflagrada no Rio — Milton Lyra, lobista ligado ao PMDB e ex-sócio de Machado, também foi alvo.
O dono do escritório, o advogado Flávio Calazans, fechou um acordo de delação premiada e afirmou que os contratos com Arthur Machado eram de fachada, sem prestação de serviços, apenas para lavar dinheiro. O GLOBO obteve detalhes inéditos da delação de Calazans, que está no Supremo Tribunal Federal. Além de afirmar que Milton Lyra intermediou esses contratos de fachada, Calazans entregou documentos que mostram transações bancárias e trocas de e-mails com os envolvidos.
Nos dias seguintes ao recebimento dos repasses, Calazans fazia sucessivas transferências a uma empresa usada para gerar dinheiro em espécie, a AP Energy — cujos donos delataram à Lava-Jato o pagamento de propinas ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). Lobão sempre negou essas acusações.
Entre março e outubro de 2014, o escritório de Calazans recebeu quatro transferências bancárias, no total de R$ 2,9 milhões, da Americas Trading Group (ATG) e da Alubam — ambas tinham Arthur Machado como sócio e Milton Lyra como integrante do conselho de administração.
Os extratos bancários revelam que, após os recebimentos, Calazans fazia transferências bancárias fracionadas à AP Energy, que totalizaram mais de R$ 3 milhões. Na delação, ele diz que todas as transações que efetuava eram por ordem do grupo de Lyra.
O dono da AP Energy, Fernando Mendes Brito, e seu filho Rodrigo Brito já haviam confirmado anteriormente à Polícia Federal (PF), em um outro inquérito, que a empresa gerava notas fiscais falsas e devolvia dinheiro em espécie.
A família Brito, porém, ainda não prestou depoimento à PF sobre as transações com o escritório Calazans de Freitas. Caberá a eles esclarecer aos investigadores qual o destino final dos recursos desviados dos aposentados dos Correios.
Nos autos da Operação Rizoma, o Ministério Público Federal chama atenção para as movimentações financeiras entre as empresas de Machado e Calazans. O MPF diz que o escritório é “suspeito de ser utilizado para recebimento e repasse de valores a título de propina, a pedido de Milton Lyra”.
A Lava-Jato também detectou diversos outros repasses nebulosos envolvendo a ATG que estão sob investigação, como, por exemplo, transferências de mais de R$ 4 milhões para contas no exterior do operador financeiro Edward Penn. Em troca, segundo a investigação, os recursos eram devolvidos em dinheiro vivo no Brasil. Penn também foi preso na Operação Rizoma.
Procurada para comentar, a ATG afirmou que Machado foi afastado de suas funções após a prisão, frisou que a administração da empresa está sendo reformulada e que a atual direção “desconhece por completo os fatos ilícitos veiculados”.
A defesa de Arthur Machado nega irregularidades nos contratos e diz que a suspeita do MPF em relação a Calazans é “fantasiosa”. A defesa de Milton Lyra afirmou que suas sociedades e relações comerciais com Machado se encerraram em 2015. O advogado de Penn, Rafael Faria, negou irregularidades e afirmou que seu cliente “é empresário e sempre prestou importantes serviços para o mercado financeiro”.
Expulsão de servidores públicos por corrupção bate recorde
R7
20/4/18
Dados são da Controladoria Geral da União e correspondem ao 1º trimestre de 2018. No total, 142 servidores foram obrigados a deixar o funcionalismo
O Governo Federal expulsou 142 servidores públicos no primeiro trimestre deste ano, a maioria por envolvimento em corrupção. O número é recorde no comparativo ao mesmo período (janeiro a março), desde o início da série histórica, em 2003, consolidada pelo CGU (Ministério da Transparência).
Ao todo, foram 120 demissões de funcionários efetivos; 18 cassações de aposentadorias; e quatro destituições de ocupantes de cargos em comissão. Os dados não incluem os empregados de empresas estatais, a exemplo da Caixa, Correios e Petrobras.
O principal motivo das expulsões foi a prática de atos relacionados à corrupção, com 89 das penalidades aplicadas, 63% do total. Já o abandono de cargo, falta de compromisso com as obrigações ou acumulação ilícita de cargos são fundamentos que vêm em seguida, com 44 dos casos.
Entre os atos relacionados à corrupção estão: utilização do cargo para proveito pessoal; recebimento de propina ou vantagens indevidas; utilização de recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; improbidade administrativa; lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional.
Rio de Janeiro é o estado com mais punições Desde 2003, o Governo Federal já expulsou 6.857 servidores. Desses, 5.715 foram demitidos; 568 tiveram a aposentadoria cassada; e 574 foram afastados de suas funções comissionadas. Nos últimos 16 anos, as unidades federativas com mais punidos foram Rio de Janeiro (1.241), Distrito Federal (804) e São Paulo (745).
As pastas com a maior quantidade de expulsões foram o Ministério do MDSA (Desenvolvimento Social e Agrário) – que absorveu o INSS; seguido pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo MJ (Ministério da Justiça).
Ficha Limpa
Os servidores punidos, nos termos da Lei Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos. A depender do tipo de infração cometida, também podem ficar impedidos de voltar a exercer cargo público. Em todos os casos, as condutas irregulares ficaram comprovadas após condução de PAD (Processo Administrativo Disciplinar), conforme determina a Lei nº 8.112/1990, que garantiu aos envolvidos o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Direção Nacional da ADCAP.