Correios quer cortar gasto com plano de saúde para voltar ao azul
Exame
5 jun 2017
A direção dos Correios está empenhada em reduzir custos do plano de saúde dos empregados como principal meio de voltar ao azul, após prejuízos nos últimos anos, disse nesta segunda-feira o presidente da estatal de serviço postal, Guilherme Campos.
Segundo o executivo, gastos com o plano de saúde dos empregados responderam por 1,6 bilhão de reais do prejuízo de 2,1 bilhões de reais da companhia em 2015, vieram do plano de saúde. Já no ano passado, o plano de saúde respondeu por 1,8 bilhão de cerca de 2 bilhões de reais de prejuízo.“Nosso objetivo esse ano é fechar o azul e o maior desafio é o plano de saúde dos funcionários dos Correios”, disse Campos.
Em abril, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, já havia alertado que medidas duras de redução de custos, especialmente no plano de assistência médica dos empregados, seriam necessárias para tentar melhorar a situação financeira da empresa.
“Desde 2016 houve um travamento do orçamento da ordem de 1,5 bilhão de reais, corte de funções de valores acrescidos nos salários, temos um programa de demissão incentivada reaberto com mais de 7 mil inscritos e um profundo enxugamento na estrutura diminuindo níveis hierárquicos”, disse Campos.
A privatização dos Correios é a última hipótese estudada pelo governo e só acontecerá caso medidas como redução de custos e de cargos não sejam suficientes, disse o executivo.
“O plano de redução de custos ainda tem sido insuficiente e a privatização seria o último estágio quando nada mais der certo”, afirmou Guilherme Campos a jornalistas.
Em busca de modernização e de maior competitividade, os Correios entraram no ramo de telefonia móvel pré-paga. Outra aposta da empresa é fortalecer o serviço de encomendas e o executivo pretende aproveitar a presença em todos os municípios do país para avançar no segmento.
Correios projetam lucro de até R$ 50 milhões para 2017, mas resultado depende da Justiça
Extra
05/06/17
A projeção de resultado dos Correios é fechar o ano de 2017 com lucro de até R$ 50 milhões. A expectativa foi revelada, nesta segunda-feira, pelo presidente da empresa, Guilherme Campos, durante evento de lançamento do serviço Correios Celular, no Rio de Janeiro. O presidente condicionou a saída do vermelho, depois de a empresa amargar prejuízo por dois anos consecutivos, a uma decisão favorável do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre restrições no Postal Saúde, o plano de saúde dos Correios. A estatal pede à Justiça que os funcionários paguem os custos do benefício dos dependentes, sob a alegação de que a carteira representou dois terços do prejuízo de R$ 2 bilhões, em 2016. Em 2015, o prejuízo foi de R$ 2,1 bi, dos quais R$ 1,6 bi foram causados pelo plano.
Atualmente, o plano de saúde da estatal atende 400 mil beneficiários, sendo que 141,7 mil são titulares e 258,7 mil são dependentes, incluindo filhos, cônjuges e pais dos funcionários. Em média, a empresa paga 93% das despesas e o empregado arca com 7%.
— Se a decisão não for favorável, nós teremos que implementar outras ações para compensar o plano de saúde, como Plano de Demissão Motivada — afirmou o presidente da empresa, Guilherme Campos.
Campos não revelou o número de funcionários que seriam atingidos por essa medida, mas acrescentou que entre os critérios de seleção estariam empregados aposentados que continuam trabalhando, aqueles que não optaram pelo Plano de Demissão Voluntária (PDV), e trabalhadores de setores administrativos. De acordo com o presidente dos Correios, cerca de sete mil funcionários já aderiam ao PDV, que foi reaberto pela empresa. A meta é chegar a oito mil demissões.
Plano de reestruturação
O presidente dos Correios disse que o plano de recuperação da empresa pode evitar sua privatização. Ele disse a venda dos Correios só seria realizada em último caso, se as ações não forem suficientes para socorrer a companhia. A reestruturação deve incluir corte de benefícios e de pessoal, considerando o quadro de 111 mil servidores da empresa. Em março, a empresa anunciou o fechamento de 250 unidades, em municípios com mais de 50 mil habitantes.
Nesta segunda-feira, o presidente da estatal participa de uma reunião com o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. O encontro havia sido agendado com a ex-presidente do banco Maria Silva Bastos, antes do anúncio de sua saída. Os Correios irão apresentar dados do plano de reestruturação, e o corte de orçamento, que em 2016, foi da ordem de R$ 1,5 bilhão. O objetivo é conseguir financiamento para dois projetos: um plano de automação de serviços de triagem, cuja expectativa de investimento para este ano é de R$ 400 milhões, e outro de modernização e melhoria das agências.
—Temos ainda uma proposta de aumentar as franquias de agências dos Correios, que é um modelo de sucesso, e reduz custos — disse Campos.
Correios começam a vender chips de celular no Rio de Janeiro
EBC
05/06/2017
As 116 agências dos Correios no Rio de Janeiro começam a vender hoje (5) chips pré-pagos de telefonia celular. A venda está disponível apenas nas regiões do estado que utilizam o código de discagem direta à distância DDD 21. O Correios Celular já foi implantado este ano em São Paulo e no Distrito Federal.
A autorização para que os Correios ofereçam o serviço de telefonia móvel virtual, chamado MVNO (Mobile Virtual Network Operator, ou operadora móvel com rede virtual, em tradução livre), foi dada em maio de 2014. O edital para selecionar a operadora parceira foi lançado em janeiro do ano passado, sendo escolhida a empresa EUTV, para a infraestrutura de suporte às telecomunicações.
Segundo o presidente dos Correios, Guilherme Campos, o serviço vai renovar a empresa e colocá-la no mundo digital. “Estamos precisando de retorno neste momento de transformação. O processo levou sete anos para ser implementado, e já estamos com todas as metas ultrapassadas. A previsão era vender 8 mil chips e já chegamos a 15 mil. É um processo planejado e programado para não falhar. Até o até o final do ano estará em todo o Brasil.”
Na próxima semana, o serviço será lançado em Belo Horizonte. Segundo o presidente da EUTV, Yon Moreira, o serviço tem tido um índice de reclamação muito abaixo do de mercado. “A receita média por SIM Card no Brasil é R$ 15, mas cada brasileiro tem dois, então a média por pessoa é R$ 30. O nosso dura o mês inteiro e não bloqueia a internet, WhatsApp grátis não é só para falar com a família, é para trabalhar. O celular é o escritório do profissional liberal. Do pintor, do carroceiro, do taxista. É uma questão de sobrevivência do sujeito.”
Moreira disse que o principal meio de divulgação do serviço serão as próprias agências dos Correios, por onde circulam anualmente 100 milhões de pessoas, informou.Recuperação dos Correios.
O presidente dos Correios disse que o projeto do Correios Celular, a princípio, não será significativo para a empresa do ponto de vista financeiro. “Contabilizar 15 mil chips a R$ 30 é quase nada para uma empresa que fatura R$ 20 bilhões. Mas é um sinalizador do que temos que fazer para nos adequar a uma nova realidade. Você está sendo inserido no mundo digital, onde os correios estavam ficando para trás, isso dá uma rejuvenescida na máquina, dá um tom da inovação necessária para você mostrar o caminho para a empresa”, afirmou.
Segundo Campos, os dados de 2016 ainda não foram fechados, mas a empresa teve prejuízo em 2015, de R$ 2,1 bilhões. “A direção tem feito diversas ações para se recuperar. A meta para 2017 é fechar no azul.”
“Houve um travamento de orçamento no ano passado, que gerou um não gasto da ordem de R$ 1 bilhão. Fizemos o corte de funções, que são valores acrescidos nos salários, o PDI [Plano de Demissão Incentivada] foi reaberto e temos 7 mil inscritos. Há 15 dias, lançamos um plano de estruturação da empresa, mudando a estrutura, diminuindo níveis hierárquicos e focando no cliente e na operação, disse o presidente dos Correios.
Campos afirmou que a queda nos serviços postais criou déficit na empresa, que tem buscado soluções como a entrega de encomendas. “Não vai ter apenas uma alternativa que consiga a solução para a queda da atividade no mundo postal. O monopólio era muito grande e presente no Brasil até o século passado. Há quanto tempo você não manda uma carta para alguém? O mercado postal é monopólio, exclusividade dos Correios, mas o e-comerce [comério eletrônico] é muito maior, só que é concorrencial, você tem que oferecer um serviço competitivo, eficiente, adequado a esta nova realidade.”
De acordo com Campos, o Postal Saúde, plano de saúde dos funcionários dos Correios, está em negociação no Tribunal Superior do Trabalho (TST. Segundo Campos, em 2015, o prejuízo com o plano foi de R$ 1,6 bilhão e, em 2016, chegou a R$ 1,8 bilhão. “Na época em que foi negociado e aplicado, o plano se pagava, a turma era mais jovem, tinha um monopólio e uma rentabilidade que permitia pagar. O plano abrange filhos, cônjuges e pais, com 97% de participação da empresa e 7% do funcionário. A proposta formal que a empresa fez ao TST é de a empresa se responsabilizar por 100% do custo do trabalhador ativo e aposentado, e cada um arcar com os ascendentes e descendentes.”
De acordo com o presidente dos Correios, o plano de redução de custos tem sido insuficiente, mas ainda é cedo para falar em privatização, que “seria o último estágio, quando nada mais der certo”. “A privatização é muito mais que uma questão do presidente dos Correios, do ministro de Comunicações ou do presidente da República. É uma questão de Estado”, afirmou.
Os Correios foram criados há 354 anos para o exercício da comunicação com a tecnologia disponível na época, que era a carta, o meio impresso. “Com as comunicações digitais e o novo mundo que se abriu, perdeu-se essa responsabilidade da comunicação, mas você tem como ativo uma presença nacional que ninguém tem, é um grande diferencial, é a única empresa do Brasil presente em todos os 5.570 municípios, é um grande diferencial na área de encomendas”, disse o presidente da empresa.
Ameaça de demissão de funcionários dos Correios é tema de audiência pública
Senado Notícias
05/06/2017
A possibilidade de a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) demitir funcionários e reduzir sua rede de atendimento e de serviços em todo o país será tema de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) na terça-feira (6). A iniciativa é do senador Paulo Rocha (PT-PA).
Para o senador, a ECT é uma das instituições com maior credibilidade no Brasil, com missão social definida na Constituição e com uma capilaridade de grande relevância para a integração nacional e o desenvolvimento regional, em especial na Região Amazônica. Apesar disso, afirma ele, sob o argumento de equilibrar as contas da instituição, o governo federal teria a intenção de privatizar a empresa e quebrar o monopólio postal.
Paulo Rocha disse que os funcionários estão preocupados, em razão do Plano de Demissão Voluntária, em vias de ser implantado, e das mudanças no plano de saúde de seus trabalhadores. Além disso, a redução da rede de atendimento da empresa também poderia prejudicar os usuários dos serviços da instituição, observa o senador.
Para participar da audiência pública, foram convidados o presidente da ECT, Guilherme Campos Júnior, e o presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Rodolfo Manoel Marques do Amaral.
Também foram convidados o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares, José Rivaldo da Silva; o presidente da Associação dos Analistas de Correios do Brasil, Jailson Mário dos Santos Pereira; e o presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos de Trabalhadores dos Correios, José Aparecido Gimenes Gandara.
A audiência pública será interativa e terá início às 14h30, no Plenário 13 da Ala Alexandre Costa.
COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR
Participe:
http://bit.ly/audienciainterativa
Portal e-Cidadania:
www.senado.gov.br/ecidadania
Alô Senado (0800-612211)
“Política Comercial dos Correios segue a lógica do mercado”, diz chefe de Encomendas da empresa
E-COMMERCE BRASIL
5/6/17
Em meio a uma crise institucional, na qual o próprio presidente deixou em aberto a privatização da empresa, os Correios buscam renovar a carteira de serviços e prometem investir no e-commerce para isso. Segundo Alex Nascimento, chefe do Departamento de Marketing e Encomendas da estatal, as recentes mudanças na cobrança de frente, no contratos do PAC e a descontinuidade do e-Sedex fazem parte da nova política comercial implantada na empresa.
Na entrevista concedida ao E-Commerce Brasil, feita por e-mail, Nascimento explica também quais as atitudes tomadas pelos Correios para normalizar a situação no CTE Benfica, no Rio de Janeiro, e como a companhia pretende lidar com seu projeto de reestruturação, que inclui a demissão voluntária de oito mil funcionários.
E-Commerce Brasil: Hoje, o comércio eletrônico é um dos únicos setores econômicos que apresenta crescimento em meio à crise, e a maioria esmagadora das lojas usam os Correios como forma de entrega. A maior parte, porém, reclama da qualidade do serviço prestado e do atendimento (como os avisos de mudança de contrato a um mês de eles valerem). Os Correios têm planos específicos para melhorar as condições a lojistas e-commerce? Quais?
Alex Nascimento: As mudanças realizadas este ano nos contratos de encomendas têm justamente o objetivo de melhorar as condições da prestação desses serviços aos clientes dos Correios e, em especial, aos clientes de comércio eletrônico. A Política Comercial dos Correios reorganizou o portfólio de serviços e conta com pacotes dedicados ao e-commerce, com uma lógica que torna os Correios uma opção mais atrativa para as empresas online, oferecendo benefícios que vão desde redutores de preços até a possibilidade de um pós-venda dedicado.
ECB: Entre os questionamentos mais recorrentes está a questão das zonas de risco. Muitos lojistas reclamam não saber quais são os CEPs incluídos nessas áreas. Os Correios estão trabalhando para disponibilizar esses dados de forma completa e atualizada? AN: Os Correios disponibilizam as informações completas atualizadas sobre as áreas com restrição de entrega em seu portal na internet, por meio de consulta online. Além disso, as lojas podem ter acesso a essas informações em seus próprios sites por meio do webservices de preços e prazos dos Correios. Cabe esclarecer que as áreas de restrição de entrega porta a porta de encomendas são estabelecidas com base em levantamentos realizados pela área de segurança dos Correios, tendo como referência o “mapa de risco” fornecido pelos órgãos de segurança pública.
ECB: Com a nova tabela, lojistas que moram fora de São Paulo, principalmente os pequenos e médios empresários, viram o custo do frete disparar – um varejista apontou aumento de 83% no envio para estados como Amazonas e Ceará. Os Correios não previram esse cenário? Ele não vai inviabilizar a existência de pequenos e-commerces? AN: A Política Comercial dos Correios segue a lógica do mercado, com preços mais competitivos nas localidades com maior demanda de encomendas. Para destinos onde a demanda é menor e os custos, maiores, naturalmente houve aumento de preço para alguns serviços. Contudo, os Correios continuam e vão continuar sendo a empresa mais acessível aos pequenos e médios e-commerces em todo o Brasil. Os pacotes da Política Comercial especiais para o e-commerce contemplam lojas virtuais de todos os tamanhos, em qualquer lugar do Brasil. Além disso, os Correios possuem parceria com mais de 15 marketplaces no país, o que viabiliza o ecommerce não apenas para as pequenas, mas também as microempresas. Outra opção para os pequenos e-commerces é o novo serviço Correios Log – Comércio Eletrônico, também conhecido como e-Fulfillment, que possibilita à pequena e média loja virtual ter toda a sua operação de armazenamento, preparação de pedido, postagem e logística completamente realizada pelos Correios, a baixo custo.
ECB: É comum as transportadoras trabalharem com um sistema de crédito de ICMS no envio; por que os Correios não têm uma política similar? Vocês pretendem implantar esse sistema? AN: Os Correios são isentos do pagamento de ICMS, por decisão do STF, que em 2014 reconheceu a imunidade tributária dos Correios em relação a esse imposto.
ECB: Recentemente, lojistas com contrato de PAC começaram a ser avisados do fim desse serviço, um dos mais utilizados pelos pequenos varejistas. Por que os Correios estão acabando com esse serviço? Haverá um novo produto no lugar?
AN: É muito importante ressaltar que o PAC não está sendo (nem vai ser) extinto. Ele é uma opção cada vez mais utilizada pelo e-commerce em todo o país e continua no portfólio dos Correios. O que ocorreu a partir da adoção da Política Comercial dos Correios foi a não disponibilização do PAC na abrangência local para os clientes com contrato firmado com os Correios. Para envios originados e destinados à mesma cidade ou região metropolitana, optou-se por adotar o SEDEX com preços reduzidos em relação às tabelas anteriores à Política Comercial. Esta opção é mais atrativa para o cliente, uma vez que o SEDEX tem menor prazo de entrega e maior valor agregado.
ECB: Outra grande reclamação de lojistas no e-commerce é o iminente fim do e-Sedex, que hoje funciona apenas por conta de uma liminar para contratos já assinados. Por que os Correios decidiram não mais disponibilizar esse serviço? Ele realmente será descontinuado?
AN: Sim. O e-Sedex realmente está sendo descontinuado. O motivo para sua descontinuidade é garantir a capacidade dos Correios na prestação adequada dos serviços que atendem ao e-commerce, como SEDEX, PAC, Logística Reversa e CorreiosLog, de forma integrada e não mais sustentada em apenas um produto dedicado.
ECB: Essas mudanças vão afetar o Web Service para cálculo de frete e prazos?
AN: O Correios Web Services, inclusive na funcionalidade de cálculo de preços e prazos, continua funcionando e sendo disponibilizado para todos os e-commerces que desejem realizar a integração. A única alteração que deve ser feita pelo lojista é quanto aos códigos dos serviços, que, com a Política Comercial, passam a ser outros. Esses códigos estão discriminados no novo contrato assinado pelo cliente. Caso tenha qualquer dúvida quanto a isso, o cliente pode entrar em contato com seu representante comercial para os esclarecimentos.
ECB: Já é conhecida a fama do CTE Benfica, no Rio de Janeiro, de unidade onde os produtos costumam se perder facilmente por conta de desorganização. Os Correios estão cientes dos problemas nessa unidade? AN: Os Correios estão cientes dos problemas de entregas enfrentados na cidade do Rio de Janeiro e trabalham com força-tarefa para minimizar as ocorrências na cidade. Contudo, ressaltamos que a criticidade das ocorrências é fortemente impactada pela questão de segurança pública naquele Estado. O ambiente de violência vivido no estado do RJ tem afetado a sociedade e por consequência as organizações. Conforme divulgado recentemente pela FIRJAN, o prejuízo causado pelo Roubo de Carga no Rio de Janeiro já atinge o montante de R$2,1 bilhões em seis anos.
O problema do roubo de carga afeta toda a cadeia produtiva do Estado e causa impacto ao cliente final uma vez que o problema da violência tem dificultado às empresas a entrega de produtos, de insumos para a indústria e até mesmo de gêneros alimentícios. Com os Correios não tem sido diferente. A empresa vem investindo milhões de reais em segurança no Estado do RJ, contudo, a competência para o enfrentamento dessa problemática vai além da empresa e envolve outros entes do poder público. Em 2016 os Correios contrataram escolta armada, rastreadores de carga, Gerenciamento de Risco e, ainda assim, os índices de delitos aumentaram.
ECB: Qual o critério dos Correios para o “retire na agência”, ou seja, quando um produto não é recebido após as tentativas de entrega? Qual o critério de escolha das agências – segundo relatos, nem sempre a encomenda é encaminhada para a agência mais próxima.
AN: O procedimento adotado pelos Correios quando frustradas todas as tentativas de entrega previstas para o serviço é de encaminhar a encomenda para entrega interna na unidade habilitada mais próxima do endereço do destinatário, ou seja, a unidade com estrutura para realização do serviço de entrega interna de encomendas. ECB: Como funciona a política de extravio de mercadorias dos Correios? AN: Os Correios disponibilizam aos clientes o Termo de Condições de Prestação de Serviços de Encomendas Nacionais, onde estão todas as informações sobre os serviços, inclusive as condições relativas ao pagamento de indenização. No caso de extravio, os Correios pagam ao cliente a indenização automática, cujo valor varia de acordo com o serviço prestado, além de devolver os valores pagos a título de postagem.
A empresa também disponibiliza aos clientes o serviço adicional de Valor Declarado. Assim, quando ao serviço prestado foi incluído esse serviço adicional e há o extravio do objeto, os Correios pagam ao cliente a quantia informada no Valor Declarado, além da devolução dos valores pagos a título de postagem. ECB: No último dia 26, os Correios anunciaram um plano de reestruturação que inclui a demissão voluntária de oito mil funcionários. Como a empresa pretende manter os serviços de entrega ao fechar esses postos?
AN: Plano de reestruturação e Plano de Demissão Incentivada (PDI) são duas coisas diferentes. O PDI foi lançado no início do ano e é uma das medidas que visam o ajuste financeiro da empresa. Sua meta inicial era de 8 mil adesões. Até agora, cerca de 6.500 empregados optaram pelo plano e, por isso, a empresa realizará uma nova rodada de inscrições.
Já o Plano de reestruturação da empresa foi apresentado na última semana (25 de maio) com uma estratégia que visa intensificar o foco no cliente. Para isso, a nova estrutura da empresa enxuga a área administrativa e aumenta a relevância justamente das áreas operacional e de atendimento, priorizando os processos-chave da empresa. A estratégia prevê ainda que os Correios intensifiquem a adoção de tecnologias na otimização desses processos.
Portanto, as referidas ações, dentre outras, são conjugadas e objetivam melhorar tanto a situação financeira dos Correios quanto a qualidade dos seus serviços.
Deputados e trabalhadores defendem aporte público para recuperar os Correios
Câmara Notícias
30/05/2017
Em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (30), o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) rejeitou a tese de que os Correios sejam uma empresa deficitária e que, por isso, teria que fazer demissões.
Para ele, o governo deve investir nos Correios, fazendo aporte financeiro, para que a empresa possa se adaptar às mudanças tecnológicas e ampliar a oferta de serviços e produtos.
José Rivaldo da Silva, da Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios, também defende aporte financeiro do governo para a manutenção da empresa, que seria, na sua visão, patrimônio nacional.
Mudanças
Elias Cesário Brito, da mesma federação, acredita que a empresa deve promover mudanças mas preservando seus trabalhadores. “Não é com demissão que se resolve os problemas dos Correios, mas com contratação e valorização de seus trabalhadores”, opinou. Ele também acredita que o objetivo da empresa não deve ser apenas gerar lucros, mas promover a integração do País.
Já o presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, Rodolfo Manoel Marques, acredita que a empresa deve ser sustentável e defende a criação, pela Câmara dos Deputados, do Fundo de Universalização dos Serviços Postais, que seria bancado pelos operadores logísticos públicos e privados.
O deputado André Figueiredo (PDT-CE), por sua vez, sugeriu que a Câmara aprove projeto de lei determinando a fidelização dos órgãos federais aos serviços dos Correios.
Direção Nacional da ADCAP.