Adcap Net 04/04/2017 – “Sou contrário à privatização dos Correios”, diz presidente dos Correios – Veja mais!

Clientes denunciam atraso nas entregas e retirada de mercadorias nos Correios, no 

Recife

Por G1 PE
04/04/2017

Dezenas de pessoas têm reclamado da demora nas entregas domiciliares ou retirada de produtos encomendados pelos Correios. Segundo os consumidores, no Centro de Entrega, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, as filas começam muito cedo e as fichas de atendimento acabam rapidamente. (Veja vídeo acima)

No local, chegam diariamente pessoas de vários locais do Recife, para receber as encomendas que não chegaram em casa. Ao todo, são distribuídas 50 fichas. Antes das 8h, a fila já fazia curva. Na sala de espera, o ar-condicionado não funciona.

A eletricista Mariana Albuquerque é uma das clientes que há tempos se frustra com a espera pela encomenda. “A mercadoria foi devolvida. Foi repostada, eu tive que pagar um novo frete e eles estão dizendo que o produto não está aqui. É um absurdo, a segunda vez que perco um dia de trabalho para ficar duas hora esperando na fila e não resolver nada”, disse.

Outro prejudicado foi o almoxarife Romilson Roberto da Silva, que tinha uma mercadoria importante para receber e teve que voltar para casa de mãos vazias. “É bastante constrangedor. Compramos um remédio para a minha esposa, que está precisando com urgência. Faz tempo que a mercadoria está pendente”, disse.

De acordo com os Correios, há em curso uma fusão de agências no estado, que deve ser concluído em junho deste ano. Foram fechadas as unidades dos Curados, na Zona Oeste da cidade, em Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Grande Recife, e a agência filatélica, no centro do Recife. Para quem teve as encomendas enviadas para outros locais, é preciso acessar o site dos Correios para checar o status da mercadoria.

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/clientes-denunciam-atraso-nas-entregas-e-retirada-de-mercadorias-nos-correios-no-recife.ghtml

Funcionários dos Correios protestam por melhores condições de trabalho no CEE de São José

Notícias do Dia
04/04/2017

Funcionários do CEE (Centro de Entregas de Encomendas) dos Correios, em São José, fizeram uma paralisação de uma hora na manhã desta terça-feira (4) em protesto por melhores condições de trabalho. O ato aconteceu entre 7h30 e 8h30. Gilson Vieira, presidente do Sintect-SC (Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina) diz que os funcionários estão sobrecarregados com a falta de efetivo e que isso tem gerado inúmeros problemas, como atrasos nas correspondências.

“Em Santa Catarina, faltam cerca de 700 profissionais. Em vez de fazerem novos concursos públicos para a contratação, a empresa faz um plano de demissão incentivada para aumentar ainda mais esse número. Está cada vez mais difícil trabalhar assim”, afirma.

O presidente do sindicato também acrescenta outros problemas à lista de reivindicações, como melhorias estruturais em banheiros e a manutenção de veículos, que “constantemente estão com problemas, dificultando ainda mais o trabalho dos funcionários”.

Em sua opinião, até mesmo a segurança dos trabalhadores foi afetada. “Na semana passada, um grupo de moradores invadiu o CEE culpando os carteiros pelo atrasado nas correspondências. Tivemos que chamar a polícia, trabalhar com a presença dos policiais. E realmente tem correspondência parada há um mês e meio, mas não é nossa culpa”, explica.

O protesto desta terça-feira ficou restrito ao CEE, mas os trabalhadores preparam uma nova manifestação no dia 26 em adesão ao Dia Nacional de Paralisação. Além das demandas locais, eles protestarão contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 287, da Reforma da Previdência. Conforme o sindicato, todas as unidades dos Correios de Santa Catarina não terão expediente neste dia.

A reportagem do jornal Notícias do Dia tentou contato com a assessoria dos Correios em Santa Catarina, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

O Postalis não aprendeu? 

O ANTAGONISTA
3/4/17

A diretoria do Postalis aprovou recentemente novas aplicações em fundos administrados pelo BNY Mellon num total de quase R$ 180 milhões. O mesmo BNY Mellon que ajudou a cavar o rombo de R$ 5 bilhões no fundo dos funcionários dos Correios.

Crise nos Correios: empresa, que já foi sinônimo de qualidade, enfrenta problemas 

JORNAL GLOBONEWS
03/04/2017

http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/t/videos/v/crise-nos-correios-empresa-queja-foi-sinonimo-de-qualidade-enfrenta-problemas/5774314/
Correios do Brasil, mais uma vítima

Portal az
3 de Abril de 2017

A instituição empresa brasileira dos Correios, há pouco mais de uma década, foi considerada uma das melhores instituições do mundo, naquilo que lhe é afeto, envio e entrega de documentos e objetos dentro do território nacional.

Passados esses últimos dez anos, os Correios tornou-se um dos exemplos mais expressivos, do que a política brasileira atual é capaz de fazer na destruição de um país.

A partir da direção superior em Brasília às direções estaduais, as indicações políticas prevalecem, sempre tendo como meta surrupiar, sugar, roubar mesmo, onde for possível os recursos que poderiam modernizar o sistema de operações da instituição Correios.

Até mesmo o Fundo de Pensões da instituição Correios, foi objeto de uma pilhagem bilionária, obrigando os servidores do órgão a terem seus salários reduzidos para cobrirem esse roubo efetuado por dirigentes indicados pela escória política deste país.

Enquanto isso, nós usuários desta empresa, somos humilhados quando precisamos dos serviços dos Correios, pois uma simples e pequena encomenda, postada em 22/03/2017 em Teresina com destino à Brasília, até a presente data não chegou ao seu destino final.

São somente 12 dias e 9 dias úteis o tempo já decorrido para que os Correios entregue uma pequena caixinha ao custo de R$ 30,00 em Brasília.

É de lascar.

Plano de reestruturação dos Correios pretende fechar duas agências em Macapá

G1 AP, Macapá
03/04/2017

Em meio à crise financeira e com prejuízos bilionários acumulados nos últimos dois anos, os Correios iniciaram um processo de reestruturação que inclui fusão de agências para otimização dos serviços. Para o Amapá, a estatal anunciou até o momento o fechamento de duas unidades em Macapá. Segundo a empresa, os funcionários efetivos serão deslocados para outros postos de atendimento.

As agências que serão fechadas são as dos bairros Santa Rita, na Zona Sul, e Novo Horizonte, na Zona Norte. A informação foi confirmada pelo diretor regional dos Correios no estado, Erdeson Mendes de Oliveira, que descartou a possibilidade de demissão em massa.

“O processo de fusão faz parte da política de redução de gastos. Ela vai atingir agências que ficam em grandes centros urbanos com população superior a 50 mil habitantes e que estão em prédios alocados, e com despesas maiores que a receita”, detalhou Mendes.

O prazo para o fechamento das agências é setembro de 2017. Além da redução de postos, o órgão abriu um Plano de Desligamento Incentivado para Aposentados (PDI) para empregados com mais de 55 anos.

Ao todo, os Correios têm 29 agências no Amapá, entre próprias e franqueadas. O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos do Amapá (Sintect-AP) critica a decisão da estatal e contesta as informações apresentadas sobre a crise financeira na instituição.

Decírio Belém, do Sindicato da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Amapá (Foto: John Pacheco/G1) Decírio Belém, do Sindicato da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Amapá.

“A empresa alega contingência financeira, mas, pelo contrário, os Correios são uma das poucas estatais que não dão prejuízo para o Governo Federal. A exemplo, em 2015, foram repassados R$ 4 bilhões, o dobro da meta que era para ser repassada”, disse o presidente Decírio Belém.

O sindicato diz que além das agências de Macapá, outras duas no interior do estado podem ser fechadas. A informação foi negada pelo diretor regional do Amapá.

Agências que vão fechar em Macapá
Unidade Santa Rita: Rua Professor Tostes, número 1619
Unidade Novo Horizonte: Rua Álvaro Carvalho, número 2256

O fardo pesado dos Correios

ISTO É DINHEIRO ON-LINE
31/3/17

Com prejuízo de R$ 4,1 bilhões nos últimos dois anos, a privatização surge como uma alternativa para recolocar a empresa nos trilhos

Moacir Drska Detentor do monopólio de serviços postais no Brasil, os Correios se acostumaram a percorrer o País para cumprir prazos e concluir entregas. Nos últimos anos, no entanto, o caminho da estatal tem sido marcado por desvios e por uma carga extremamente pesada. Entre outras curvas, a empresa foi o estopim do escândalo do mensalão e se consolidou como um dos principais símbolos de ineficiência da gestão pública, ao acumular um prejuízo de R$ 4,1 bilhões, somados os resultados de 2015 e 2016. Diante desses números, um novo destino para a companhia pode ganhar força. “Os Correios estão correndo contra o relógio”, afirmou Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, durante cerimônia realizada na terça-feira 28. “Ou a empresa faz cortes radicais ou vai rumar para a privatização.” As palavras de Kassab chamaram a atenção do mercado. “A fala do ministro foi mais um alerta para a postura irredutível dos sindicatos quanto à realidade da companhia”, afirma Guilherme Campos, à frente da estatal desde junho de 2016. Ele se diz contrário à privatização da operação e ressalta que tanto Kassab como o presidente Michel Temer compartilham essa opinião. “A privatização não é nossa orientação. Tanto pela capilaridade nacional dos Correios como pelo fato de o ativo estar muito depreciado e abaixo do seu valor real.” Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da área de economia aplicada da FGV/IBRE, a fala do ministro terá reflexos imediatos. “Certamente, a pressão sobre os sindicatos de trabalhadores para ampliar a margem de negociação será reforçada”, diz. Já a privatização como alternativa divide outros analistas ouvidos pela DINHEIRO.

“A operação ganharia em eficiência e seus ativos seriam melhor explorados”, afirma Carlos Heitor Campani, professor de finanças do Instituto Coppead. Professor de estratégia do Insper, Sandro Cabral observa que a transformação digital que vem desafiando os serviços tradicionais dos Correios requer ajustes difíceis de serem implantados em meio à burocracia de uma companhia pública. Mas ressalta que a privatização deve ser analisada com cautela. “É muito provável que a lógica de custo e benefício da iniciativa privada prejudique o serviço em localidades remotas”, diz.

Ele observa ainda que é difícil usar exemplos de outros países que privatizaram seus serviços postais como parâmetro (veja quadro ao final da reportagem). “Pelas dimensões do Brasil, um processo dessa natureza seria muito mais complexo.” Sob esse cenário de especulações, Campos prepara o anúncio de um pacote de reestruturação para abril. Um dos focos é ampliar a atuação no segmento de encomendas expressas. Outra prioridade é aproveitar a capilaridade de 6,5 mil agências no País para explorar novos negócios. Entre as opções em análise estão o lançamento de uma loteria postal e a oferta de um escopo mais amplo de serviços públicos. “Temos uma estrutura pronta para operar como uma espécie de Poupatempo nacional.” À parte dessas estratégias, o desafio imediato é estancar o prejuízo. Nessa direção, os Correios anunciaram que irão fechar 250 agências em cidades com mais de 50 mil habitantes No radar estão regiões com alta concentração de unidades. Outra medida foi a abertura de um programa de demissão voluntária, que teve a adesão de 5,2 mil funcionários, ante um quadro total de 117 mil profissionais. O principal entrave, no entanto, é o impasse do Postal Saúde. O plano de saúde é apontado como a principal causa das perdas da empresa. Atualmente, os Correios arcam com 93% dos custos.

CORREIOS

“Precisamos de um modelo no qual exista uma participação efetiva do funcionário no custeio”, diz. Em meio às duras negociações, a gestão de Campos tem sido questionada. “A falta de uma gestão profissionalizada, baseada em conhecimentos técnicos, segue dando as cartas”, diz Marcos César Alves Silva, conselheiro dos Correios. Em janeiro, a Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) afastou, por meio de uma liminar, seis vice-presidentes da companhia, sob a alegação de que eles não atendiam os requisitos da Lei das Estatais.

No entanto, a empresa conseguiu derrubar a decisão. “Esse aparelhamento político prejudica a reestruturação”, diz Maria Inês Capelli, presidente da Adcap. Em resposta a essas afirmações, Campos diz que, em 354 anos de atividades, sempre houve indicações políticas nos Correios. “E muitos desses gestores levaram a empresa a se tornar uma referência mundial”, afirma. Ele acrescenta que a companhia tem uma equipe capaz de reverter esse quadro negativo. “Nosso objetivo é fechar 2017 no azul. Esse é o ano da virada dos Correios”.

“Sou contrário à privatização dos Correios”, diz presidente dos Correios

IstoÉ
31.03.17

O ministro Gilberto Kassab afirmou que os Correios precisam fazer cortes radicais, sob o risco de caminhar para a privatização. Como o sr. enxerga essa possibilidade?

Eu sou contrário à privatização dos Correios, assim como o ministro Gilberto Kassab e o presidente Michel Temer. Essa não é a nossa orientação. Pelas peculiaridades, capilaridade e a presença nacional da empresa. E, ainda mais, pelo fato de que iniciar um processo desse porte, com a companhia com números tão fragilizados, seria inviável. O ativo está muito depreciado e sua avaliação atual está bem abaixo de seu valor real.

Se o ministro é contrário a essa alternativa, o que está por trás dessas afirmações?

A fala do ministro foi muito mais um alerta para a postura irredutível dos sindicatos dos trabalhadores quanto à realidade da companhia. O governo não vai injetar recursos na operação. Os Correios têm que achar uma alternativa para se manter como uma estatal independente. É preciso recuperar a empresa. Mas, para isso, tenho que tomar medidas duras, antipáticas e desagradáveis.

Um desses pontos polêmicos é o Postal Saúde, o plano de saúde dos funcionários dos Correios. O sr. já afirmou que o benefício é o principal responsável pelo rombo bilionários da empresa. O que é preciso ser revisto no modelo atual?

Precisamos ter um modelo no qual haja uma participação efetiva do funcionário no custeio. Hoje, os Correios arcam com 93% dos custos. Há uma proposta em análise pelos sindicatos. Temos um prazo para um retorno até terça-feira 4. Caso um acordo não seja fechado, as vias judiciais são o nosso próximo passo para resolver essa questão.

O sr. anunciou um plano para fechar 250 agências no País. Quais são os critérios que estão sendo utilizados para definir essas unidades?

Nosso foco são as cidades com mais de 50 mil habitantes, nas quais há uma superposição de agências. Mas estamos tendo muito cuidado, porque não queremos perder nosso grande ativo que é a capilaridade. Em outra ponta, até o fim do ano, vou apresentar um novo plano de expansão via franquias. Esse é um exemplo de parceria com a iniciativa privada que nos ajuda a reduzir a dependência dos custos de manter unidades próprias.

Quais outras medidas o sr. destacaria nesses nove meses de gestão?

Nós zeramos os patrocínios culturais e os patrocínios esportivos caíram 70% de 2016 para esse ano. Abrimos o programa de demissão voluntária, que teve adesão de 5,2 mil funcionários. E também estamos analisando o modelo de demissões motivadas. Mas ainda não posso revelar um número estimado de cortes e também a economia estimada com todas essas iniciativas.

O que explica uma empresa que detém um monopólio apurar perdas bilionárias?

A atividade postal passou por uma grande revolução no mundo. A transformação digital na área de comunicação mudou uma série de paradigmas. E as principais empresas do setor fizeram a lição de casa que o Brasil não fez. Boa parte delas procurou alternativas para diminuir a participação desse monopólio em suas receitas. Cada país achou sua solução. Nós não demos esse passo.

E o que o sr. planeja para reverter esse quadro?

Vou apresentar um plano de reestruturação em abril. Um dos nossos focos é ampliar nossa presença no segmento de encomendas expressas. Para isso, estamos alterando nossas políticas comerciais e investindo em tecnologia para tornar a operação mais eficiente. Ao mesmo tempo, nossa prioridade é rentabilizar ao máximo nossa rede de agências e nossa experiência logística.

O que está sendo pensado nessa frente?

Uma das possibilidades é funcionar como um balcão de atendimentos de diversos serviços públicos. Quanto custaria para o governo federal estruturar uma rede do porte que nós temos? Os Correios têm condições de atuar como uma espécie de “Poupatempo” nacional.

O sr. também sinalizou a intenção de lançar uma loteria. O que há de concreto nesse projeto?

Eu plantei essa semente e já estou conversando com a Caixa Econômica Federal. É um assunto delicado, mas pertinente, dada a nossa presença nacional.

E quanto ao projeto de operadora de telefonia móvel lançado no início de março, em São Paulo. Quais são os planos de expansão e a expectativa de receita com essa oferta?

Até o fim do ano, estaremos em Brasília, Belo Horizonte e outras três mil cidades do País. Nossa meta é chegar a uma receita de R$ 84 milhões em 2017 e de R$ 500 milhões em cinco anos com essa vertente. Mas a operação de telefonia móvel sozinha não vai resolver nossos problemas. Só vamos reverter esse quadro com a soma de muitas iniciativas que estão sendo desenhadas.

O aparelhamento político, em detrimento da gestão técnica, é um dos fatores que também explicam a situação atual dos Correios. Segundo representantes dos funcionários, essa prática segue sendo a tônica em sua gestão. O que o sr. tem a dizer sobre essas afirmações?

Em 354 anos dos Correios como empresa pública sempre houve indicações políticas no alto escalão da empresa. E foram essas pessoas que levaram a companhia a ser uma referência no setor. Temos pessoas muito qualificadas no nosso quadro que vão nos ajudar a recuperar a operação. Os dez anos em que a empresa ficou parada vão acontecer em 2017. Esse é o ano da virada dos Correios.

EMPRESAS Infraero fecha estruturas, enxuga cargos e já prevê mais demissões

VALOR ECONÔMICO
31/3/17

Em processo de reestruturação e com quatro anos seguidos de prejuízo operacional, a Infraero deve implementar na segunda-feira um dos maiores enxugamentos de sua história recente.

De uma só tacada serão eliminadas 12 superintendências, 43 gerências e 104 coordenações. O corte abrange também oito centros de suporte espalhados pelo país, que hoje dão sustentação técnica e administrativa aos aeroportos da rede. Eles vão fechar e as decisões ficarão concentradas na sede em Brasília. Haverá apenas quatro unidades regionais de apoio e com estrutura mais enxuta: Congonhas (SP), Jacarepaguá (RJ), Recife e Manaus.

“A empresa está superdimensionada e temos que aplicar um remédio amargo”, disse ao Valor o presidente da Infraero, Antônio Claret. De acordo com ele, o gasto com a folha de pessoal atinge R$ 2 bilhões por ano e representa cerca de dois terços das despesas operacionais. Com a perda de mais quatro aeroportos, que foram leiloados na semana retrasada, o quadro se agrava. “Precisamos enxugar a máquina. Não dá para segurar.”

A meta da estatal é reduzir o número de funcionários na ativa dos atuais 10,8 mil para seis mil até o fim de 2018. Cada empregado tem custo médio de R$ 180 mil por ano. Nos aeroportos privados, a despesa gira em torno de R$ 115 mil anuais por trabalhador, segundo Claret. Boa parte da diferença se explica pelo acúmulo de benefícios e gratificações, que também são alvo dos cortes.

As medidas adotadas a partir da próxima semana vão incluir uma diminuição de 35% das horas extras (com estimativa de economia de R$ 5 milhões por ano) e o fim da compensação salarial para empregados nomeados como “líderes” de projetos (outros R$ 5 milhões). “Parece migalha perto do faturamento global, mas é fundamental para moralizar e dinamizar a empresa”, observa o presidente da Infraero.

Haverá um corte de 43 para 31 superintendências, de 150 para 107 gerências e de 259 para 155 coordenações. A extinção dos oito centros de suporte, que ajudavam os aeroportos em procedimentos licitatórios e no acompanhamento de obras, permitirá remanejar imediatamente 174 empregados para outras atividades.

A estatal já havia perdido pouco mais de metade das suas receitas com as duas rodadas de privatização dos aeroportos. Hoje a rede tem 59 terminais, mas ficará menor em julho, quando devem ser assinados os contratos de concessão dos quatro ativos recém-leiloados: Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis.

A transferência à iniciativa privada forçará a abertura de um novo plano de demissões voluntárias. Hoje os quadros da Infraero têm 10.866 empregados. Desta vez, o PDV será voltado ao pessoal dos quatro aeroportos e buscará atingir até 1.250 mil trabalhadores. Outros 1.897 funcionários atuando em torres de controle migrarão para a Força Aérea Brasileira (FAB), que assumirá os serviços de navegação aérea ainda sob responsabilidade da estatal. Claret tem como meta enxugar a folha para seis mil pessoas.

Para atingir esse número, sabe que mais ações serão necessárias, como incentivos para o “empréstimo” de centenas de trabalhadores para outros órgãos do governo. Estão sendo celebrados convênios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

CORREIOS

Nesse cenário, os empregados continuam vinculados formalmente à Infraero, mas têm seus salários pagos pela autarquia receptora. A cessão, no entanto, é uma escolha exclusivamente dos funcionários e a diretoria da estatal fica de mãos atadas se houver recusa maciça na transferência. É por isso que Claret, ao ser questionado sobre as “demissões motivadas” em estudo nos Correios, não fecha as portas para essa hipótese. Alegando extrema fragilidade financeira, a empresa postal avalia romper com a estabilidade de seus empregados para fazer dispensas em massa e sanear suas contas. “No limite, podemos caminhar para isso também, mas seria o último dos últimos passos”, diz o executivo, oriundo do setor privado. “Se o país quiser sair desta crise, precisará de uma atitude firme para resolver a situação das estatais.”

Outras Notícias