Globo.com G1
06/03/2014
A greve dos Correios, que completou 36 dias nesta quinta-feira (6), fez aumentar em 50% a procura pelos serviços de empresas especializadas em entregas, em São Carlos (SP). Na cidade, 61% dos funcionários dos funcionários estão trabalhando, segundo a assessoria de imprensa dos Correios. Consumidores e empresários precisam mudar a rotina para não alterar o planejamento financeiro.
Em uma empresa de entregas de encomendas o trabalho está mais agitado depois do início da greve dos correios. “Todo tipo de comércio, indústria, prestadores de serviços, estão interessados nos nossos serviços”, comentou o empresário André Serântola. Mas apesar dos novos clientes a empresa também sente os reflexos negativos da paralisação. “Não chegam cartas, documentos, compras que a gente acaba fazendo pela internet também não chegam”, comentou.
Em uma empresa que administra condomínios, foi preciso mudar a rotina de trabalho. Os boletos de cobrança, que sempre foram emitidos pelos correios, agora chegam até os condôminos por uma empresa contratada. “Vimos que estava batendo os preços com o dos Correios e até com vantagem, e não faz greve”, disse o sócio da empresa, Paulo Henrique Spasiani.
Planejamento
A greve também afetou o planejamento financeiro de famílias. Sem receber boletos, faturas e até talões de cheque, a efetuação de pagamentos ficou mais complicada. “Tem que ficar pegando o código de barras das contas e não a conta, e não consegue discriminar as despesas”, disse Spasiani.
Na central dos Correios em São Carlos o cartaz alerta que o atendimento ao público feito nos portões foi suspenso por causa da greve. A comerciante Irene Aparecida Barbosa tentou retirar uma encomenda que espera há 20 dias. “Eu vim outras vezes, o portão sempre fechado, ninguém atende, não tem ninguém para dar nenhuma informação”, contou.
Greve
Entre os motivos que faz a greve se arrastar por mais de um mês está o impasse no plano de saúde. Os funcionários dizem que a empresa fez uma mudança no plano de gestão sem uma consulta prévia, o que segundo eles fere a convenção coletiva aprovada pelo Superior Tribunal do Trabalho.
Segundo a assessoria de imprensa dos Correios,o plano de saúde permanece o mesmo, o CorreiosSaúde, e as regras não foram alteradas. O que mudou foi a gestora do plano de saúde, que passou a ser a Postal Saúde.
O sindicato dos trabalhadores informou que uma audiência para discutir o dissídio foi marcada para a próxima quarta-feira (12), em Brasília.